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As marcas da dor de um planeta em crise

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“Não restou nada. Perdi tudo”. Essa é a expressão mais ouvida nas regiões do Rio Grande do Sul atingida pelas enchentes, perderam a casa, os móveis, os eletrodomésticos, as roupas começar tudo novamente é a alternativa que resta. Logo surge outro drama: o que será prioridade a partir de agora? A casa é uma delas. As pessoas não podem ficar no relento. Os governos precisam construir milhares de casas. Inadiáveis serão as novas obras de drenagem e contenção de encostas. Obras de prevenção de desastres naturais e contenção de encostas.
Os prejuízos incalculáveis da catástrofe já levam planejadores a falarem de assuntos como o financiamento de medidas de adaptação, a preparação dos municípios para o contexto de mudanças climáticas e a construção de soluções baseadas nos contextos locais.
As tragédias causadas pelas mudanças climáticas, como as grandes inundações no Rio Grande do Sul, ainda tendem a piorar, permanecendo o ritmo atual. Para que os impactos desses eventos climáticos não sejam tão devastadores seria necessária uma transição completa para a economia verde.
Para se promover uma transição completa para a economia verde, seria necessário algo em torno de US$ 1,3 trilhão, o que corresponde a 2% do PIB do mundo. Números orçamentários impossíveis de serem atingidos.
Temos, ainda, a emergência climática, batendo na porta. O que ocorre no Rio Grande do Sul é uma nítida fotografia das marcas da dor de um planeta em crise.

Lula e as pesquisas
Continuam oscilações nas pesquisas de avaliação do governo Lula.Pesquisa Quaest divulgada na semana passada mostrou que Lula tem 33% de avaliação positiva, os mesmos 33% de opiniões negativas e 31% de regulares. Os resultados mostram estabilidade dos índices.
A Quaest também perguntou a opinião sobre a avaliação do trabalho que o chefe do Executivo está fazendo neste terceiro mandato: 50% aprovam o trabalho de Lula, ante 51% na rodada anterior, e 47% reprovam, contra 46% de fevereiro. Não souberam ou não quiseram responder 3%.
Para recuperar-se Lula Lula pediu que alguns ministros retratem a realidade em suas falas e não fiquem “inventando coisas” que ainda não foram discutidas no âmbito do governo.
Visando maio aproximação com a população o presidente prevê realizar um ato simbólico nos locais atingidos para demonstrar as ações do seu governo.

O sonho de Michelle Bolsonaro
Fala-se ultimamente em sonho da ex- primeira dama Michelle Bolsonaro. Tendo sido esposa de um presidente que enfrentou crises no governo, ela demonstrou equilíbrio e manteve o clima de discrição, ao lado do esposo. Atualmente, levada pelos “bajuladores de plantão”, apresenta-se na linha de frente do seu partido – o PL – e tem o nome sugerido para voos mais altos na política nacional, onde ela nunca militou.
Quando Michlle Blolsonaro acordar do seu descanso cotidiano e trouxer à mente que sonhou com o lançamento do seu nome à presidência da República, espera-se que alguém verdadeiramente amigo, que deseje o melhor para ela, diga-lhe ao ouvido: “não é hora. Pare. Isto é uma cilada”.

Covid com nova variante
Os pesquisadores identificam o crescimento de uma nova variante da Covid., que apelidaram de “FLiRT”, extraídas das letras dos nomes de suas mutações. Embora atualmente os casos não pareçam estar aumentando, médicos estão observando de perto se a variante provocará um aumento repentino no verão americano e europeu. Não há razão para acreditar que a nova variante possa causar doenças mais graves.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.

Droga mostra o seu poder na campanha que começa

Cassiano Arruda Câmara

A influência do crime organizado no processo eleitoral é uma preocupação séria em muitos países. O exemplo da máfia, na Itália, é particularmente ilustrativo desse fenômeno. Na história política italiana, a máfia, instituição milenar, em suas diversas formas, tem sido notória por tentar influenciar eleições – em diversos níveis – através de uma variedade de métodos, que vão desde a intimidação até a corrupção direta.

Os métodos são todos conhecidos. A organização criminosa, frequentemente, recorre à intimidação e à violência para influenciar o processo. Isso pode envolver ameaças diretas contra candidatos que não se alinham aos interesses dos criminosos, bem como contra eleitores que possam votar contra.
Políticos e servidores públicos formam um alvo preferencial para os infratores. A organização criminosa também busca corromper políticos e funcionários para garantir que suas agendas sejam providas. Isso pode incluir subornos diretos, favores políticos e o fornecimento de financiamento ilegal para as próprias campanhas eleitorais.
Existem oportunidades em que infiltrados pelo crime atacam candidatos e as próprias estruturas partidárias. Muitas vezes infiltrando-se nos partidos políticos, colocando seus próprios membros como candidatos ou influenciando as decisões dos líderes partidários. Isso pode permitir que eles exerçam influência sobre as políticas públicas e as nomeações governamentais.
O impacto dessa influência pode ser devastador para a democracia (qualquer democracia), minando a legitimidade das eleições e corroendo a confiança do público no processo político. Na Itália, esforços significativos foram feitos para combater a tal influencia nefasta.
Aqui, até bem pouco tempo, esta era uma realidade criminosa que existia, apenas, nas telas dos cinemas, numa diversificada programação de filmes retratando diferentes fases de atentados à democracia italiana, tanto nos grandes centros urbanos, quando nas pequenas comunidades do interior.

LONGO CURSO

Agora a prática começa a chegar aos pequenos municípios do Nordeste, inclusive em exemplos registrados no nosso Rio Grande do Norte que, até bem poco tempo, não vinha sofrendo com esse tipo de influência negativa e estranha aos hábitos e costumes da nossa sociedade.
Sem ser produtor de entorpecentes, o Nordeste brasileiro está virando – de forma acelerada – um corredor para o suprimento do mercado europeu da cocaína produzida em alguns países latino-americanos, e que vem montando uma verdadeira rede de apoio a este rico mercado, que contrasta com a pobreza local.
Em termos objetivos, o tráfico de drogas começou a aparecer – do nada – no noticiário policial das grandes cidades do Nordeste com casos de apreensão de droga embarcada clandestinamente aqui, para ser levada até países da Europa, sem se saber, até então, nada a respeito dos operadores locais do negócio criminoso, que ainda demoraram mais um pouco a aparecer.
No princípio de 2019 foram apreendidos, numa mesma semana, no Porto de Natal, três e meia toneladas de cocaína. Para a Polícia Federal, em pouco tempo, a capital potiguar se transformou em ponto de partida de uma rota do tráfico internacional de entorpecentes. Uma rota de longo curso.
O trajeto marítimo é novidade, de acordo com os investigadores brasileiros, pela própria escala potencial do volume transportado.
As duas apreensões feitas, em 2019, pela PF, foram as primeiras da história do terminal marítimo aberto em 1932. Nunca uma operação policial havia descoberto drogas no Porto de Natal. Os tabletes – 998 na primeira vez e 1,832 no dia seguinte – totalizaram 2.830 pacotes de cocaína. Estava tudo escondido em meio a melões e mangas encaixotados em contêineres.

FRUTAS & DROGAS

A cocaína que sai de Natal, segue principalmente para a Holanda, e também vai muito para o porto de Antuérpia, na Bélgica, explicou um policial que atua no combate ao crime organizado.
Destes dois portos europeus, os navios apelidados de “bananeiros” também fazem paradas em outros portos da Europa.
A escolha de Natal tem dupla justificativa: pela sua posição geográfica, já que é a capital brasileira mais próxima da Europa, e porque o Porto não havia sido utilizado por grupos internacionais do tráfico, parecendo que não possuía atrativos para os criminosos, aproveitando o fato das frutas produzidas no Nordeste terem alcançado as condições competitivas, enquanto demorou o período para a conquista daquele nicho de mercado paralelo.

DROGAS S/A
Depois que foram estourados alguns embarques, em navios de frutas tropicais, para a Europa, os grandes conglomerados mundiais da droga começaram a aparecer no Brasil, enquanto os seus representantes atuavam em dois planos: A turma local e os milionários que surgiram de uma hora para outra ostentando carros de luxo e casas de alto padrão.
As empresas do crime, ainda em fase embrionária chegam ao Interior, criando raízes diversificadas em comércio que trabalha preferencialmente com dinheiro vivo (como os postos de gasolina). Assim começaram a influir nos negócios das pequenas comunidades, inclusive na administração pública. E o inevitável envolvimento na política local.
Até o presente existem casos comprovados de assassinatos de políticos por elementos que chegaram nesse mercado paralelo. Um fato recente com todo o ritual de uma execução das grandes organizações criminosas, aconteceu com a morte o Prefeito de São José de Campestre, num tipo de execução comum as organizações criminosas em geral.
Quando uma nova campanha eleitoral está para começar, entre os financiadores, o tráfico de drogas já tem um lugar de destaque, ao lado do financiamento público (Fundo Eleitoral). Enquanto o estado brasileiro ainda não ofereceu demonstrações de estar se preparando para enfrentar o poderoso inimigo, que começa a aparecer em campanhas mesmo com financiamento assegurado pelo Governo.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.

Porque utilizar a Inteligência Artificial nos negócios

Rosângela Moreno
Especialista em Inteligência de Mercado, Inovação e Marketing

Nos bastidores da economia global, uma força transformadora vem moldando o panorama empresarial como nunca antes visto: a Inteligência Artificial (IA). Longe de ser apenas uma tendência passageira, a IA tem se estabelecido como o catalisador primordial da eficiência, inovação e competitividade nas empresas ao redor do mundo.
Através da capacidade de processamento e análise de dados em escala exponencial, a IA não apenas otimiza a produção industrial, mas também impulsiona a agilidade nas operações e catalisa a criatividade no desenvolvimento de soluções futuras. Cada pais, guiado por suas necessidades prementes e pela determinação de investimento, está moldando seu próprio futuro sob a influência inegável da IA.
Nesse cenário de progresso incessante, o debate em torno dos benefícios e desafios da IA ecoa nas salas de reuniões e corredores das corporações mais influentes do globo. Enquanto alguns enxergam na IA um aliado indispensável para alcançar novos patamares de excelência, outros ponderam sobre os desafios éticos e sociais que acompanham esse avanço tecnológico.
No horizonte do progresso tecnológico, a Inteligência Artificial (IA) emerge como a força motriz que está redefinindo os limites do possível. Nessa jornada visionária, a segunda onda da IA Generativa desponta como uma das mais promissoras tendências, dotada da capacidade ímpar de absorver intricados padrões comportamentais a partir de vastos conjuntos de dados. Seu impacto já se faz sentir nos mais diversos setores econômicos, prometendo revolucionar desde o desenvolvimento de software até os domínios do marketing e da moda.
Nos bastidores dessa revolução tecnológica, gigantes da indústria como Google, Open AI e Microsoft assumem papéis de destaque. Suas estratégias globais de implementação da IA não apenas pavimentam o caminho para novas conquistas, mas também oferecem um suporte crucial na formulação de estratégias tanto para o setor público quanto para o privado. No entanto, emerge uma clara consciência dos desafios iminentes: a fragilidade diante da disseminação instantânea de “fake news” e a potencial criação de realidades fictícias, suscitando debates acalorados sobre os impactos futuros na economia.
Para compreender o cerne dessas IA Generativas, é essencial traçar sua evolução ao longo do tempo. O ponto de partida remonta às pesquisas pioneiras conduzidas pela OpenAI, o renomado laboratório por trás do emblemático CHAT GPT. Inicialmente concebida como uma entidade sem fins lucrativos em solo estadunidense, a OpenAI deu um salto transformador em 2019 ao se tornar a OpenAI Incorporated (OpenAI Inc.), organização com fins lucrativos, impulsionando seu potencial de capação de recursos e desenvolvimento. Desde então, seus marcos revolucionários, têm pavimentado o caminho para uma nova era de interação homem-máquina.
Em 2020, anunciou o GPT-3, para responder perguntas em linguagem natural. Em 2021 o DALL-E para geração de imagens digitais a partir de descrições. E em 2022 lança o famoso ChatGPT, um chatbot para desenvolvimento de conteúdo a partir de prompts de comando. Em 2023 chega o chat GPT-4 e o Chat GPT Plus. Em 2024 chegou o Sora, modelo de IA de texto para vídeo.
Paralelamente, a Microsoft emerge como protagonista incontestável nessa narrativa de inovação. Desde a criação do motor de busca Microsoft Bing em 2009 até o lançamento do Copilot, seu assistente virtual inteligente, a empresa tem demonstrado um compromisso inabalável com o avanço da IA. Desenvolvido em colaboração com a OpenAI, o Copilot personifica a multifuncionalidade da IA, capacitando usuários a realizar desde tarefas simples até operações complexas.
Se mantendo relevante, a Google destaca-se com sua mais recente incursão na vanguarda da IA. O lançamento do Gemini, uma tecnologia multimodal integrada ao revolucionário robô Bard, que representa um marco na abordagem da empresa para desenvolvedores e empresas.
Em meio a essas inovações exponenciais, é inegável que muito ainda precisa ser explorado, aprendido e debatido. A busca por soluções éticas para os dilemas contemporâneos do uso da tecnologia no mercado corporativo é um imperativo moral que define o próximo capítulo dessa saga tecnológica. À medida que nos encaminhamos para um futuro cada vez mais permeado pela inteligência artificial, é crucial manter um olhar crítico e uma visão humanista, assegurando que esse progresso seja um instrumento para o bem comum e a prosperidade global.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.

As colinas e a imensidade

Cláudio Emerenciano
Professor da UFRN

O mundo está permeado e confuso por vozes que se entrechocam. Muitas são convergentes e similares, outras tantas são divergentes e até sectárias. Há, entretanto, um clamor, que André Malraux, há anos, chamava de vozes silenciosas. Vozes que brotam do coração dos homens, reivindicando paz, harmonia, compreensão, tolerância, justiça, entendimento e sossego. As relações humanas, tanto entre conhecidos, quanto entre estranhos, deveriam pressupor civilidade, respeito mútuo, distinção. A humanidade, em sua grande maioria, quer exorcizar o mundo das vozes odiosas, irritantes, raivosas, hipócritas, falsas, irracionais, malévolas e mentirosas. Elas ignoram ou contestam o sentido maior da vida humana: o amor como elo infinito. Vínculo eterno entre Deus e o homem.
A caridade, tão esquecida nessa conjuntura planetária de consumo em massa e materialismo, sem ética nem moral, não é apenas de natureza material. De modo algum. Expressa essencialmente o gesto, a atitude, o ânimo e a postura de quem não discrimina ninguém, a todos tratando da mesma maneira por serem seres humanos. A comunicação, individual e social, seria uma espécie de arvore centenária, como o carvalho, assombreando a todos. As recordações compõem também vozes do coração. Em regra geral, as vozes que circulam nas redes sociais semeiam a intolerância e o confronto radical entre pessoas, grupos e nações. Não se busca serenamente a verdade, a paz e a lucidez. Pretende-se o domínio de uns sobre outros.
A mesma cena. A sensação de que aquele instante já tinha acontecido (o “dejá vu”). A percepção de que cada momento de felicidade, contraditando Vinicius de Morais (“Tristeza não tem fim, felicidade sim…”), não se exaure porque é eterno. É vivo infinitamente. Até pela saudade. É intemporal. Aloja-se no coração e na alma dos homens. Renova-se continuamente. Não se desfaz como a poeira das coisas indesejáveis, anti-humanas, que nada constroem nem engrandecem a vida. Existem. É verdade! São reais, perceptíveis e palpáveis. Irrompem em todos os lugares, tempos e culturas. Infelicitam, mas não ingressam no universo inesgotável do sentido da vida. São antagonismos, que desafiam a natureza e a vocação do homem. Intérpretes de textos sagrados chamam esse fenômeno de “legado de Adão”. Estigma e fonte de todos os erros, injustiças, misérias e contradições da humanidade. Mas a luz fulmina as trevas em todos os sentidos e circunstâncias. A escuridão significa, fundamentalmente, a dimensão do nada, do inútil, do sem sentido. Sucumbe ante a irradiação do menor feixe de luz. A verdade elimina a mentira, a farsa, a pusilanimidade, a felonia, as vaidades, as ambições. Eis, no fluir de todos os tempos, nada mais do que a face cruel, desperdiçada, vil e perdida de degradação da condição humana. Nessas contingências concordaríamos eventualmente com Thomas Hobbes (inglês), para quem o homem seria lobo do próprio homem. Mas Rousseau (suíço) se contrapôs com o primado da bondade e da mansidão.
As colinas apontam para o infinito. Os homens se projetam na imensidade. O amor, a caridade, a solidariedade, a justiça e a paz encaminham a humanidade para Deus. São folhas eternas, jamais destruídas. Nunca esgarçadas e destruídas. Sempre vivas. Emergem dos fundamentos divinos e universais da vida. O mal é uma folha morta. Não faz história. Não fecunda nem viceja. Seu destino é o esquecimento. Sua lembrança só reacende nas almas e nos corações a consciência dos tempos perdidos e mal vividos. Invoco meu tio-avô, Gothardo Netto, a quem não conheci, que foi original na prefiguração das folhas mortas: “Folhas mortas! Vos deixo às lufadas da sorte, como um bando augural de pássaros perdidos… Sem a sombra aromal dos pomares queridos, sem um raio de luz que as alente e conforte!”.

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Os poderosos

Vicente Serejo
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Nos estados de apoplexia, vincados pelas paixões políticas, as reações contra e a favor não nascem nos neurônios do cérebro, mas nas células do fígado. Aquilo que no passado a medicina dizia ser a secreção da bile negra, como estranha forte da melancolia. O que agrada, mesmo que seja uma estupidez, tem o aplauso que anui e perdoa, e, o que desagrada, acende a ira com o fogo do ódio, e sequestra a frieza capaz de medir e pesar todas as afirmações e as suas consequências.
Quando a então governadora Wilma de Faria, no gesto ousado, aceitou disputar a reeleição para o governo e, como se não bastasse, contra o senador Garibaldi Filho, apontado um governador de férias, era tal a convicção que o ex-governador retornaria ao Palácio Potengi que reuniu ao seu lado todos os poderosos da política. Começou logo ali o jogo das alternativas do bem contra o mal, para um lado e para o outro, afinal a política tem razões e desrazões que desafiam a própria lógica.

Naquele instante, esta coluna, modéstia à parte, chamou a atenção dos seus leitores para o detalhe que, se não definiu o confronto, revelou o risco do jogo como estava armado, com sinais claros de que poderiam ser favoráveis a Wilma de Faria. Estava ali um exemplo da economia das trocas simbólicas, como advertem os teóricos da comunicação. O forte exemplo bíblico da luta do pequeno e fraco David que abateu o gigante Golias com a pedra certeira que lançou de sua funda.
Longe da leviandade de ser adivinhão, mas arrimado na tradição das narrativas épicas dos fracos quando lutam contra os fortes, não é impossível que o fenômeno venha a se repetir, esse que põe de um lado todos os fortes em torno do candidato Paulinho Freire e, do outro, a solidão do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves e da deputada federal Natália Bonavides, e em que pese ser a candidata apoiada pela governadora Fátima Bezerra, enfrentando um desgaste superior a 70%.
A tradição popular, por sua vez, também adota um saber que não beneficia a candidatura dos fortes. Principalmente no eleitorado cristão, por abrigar, apesar de todos os perigos para a salvação da alma, uma velha lição que abriga e cultiva: a soberba é a mãe de todos os pecados. A ostentação é um juízo de valor de alta combustão e de uma plasticidade liquefeita, capaz de tomar a forma do vasilhame impulsionada pelas artimanhas que só o marketing eleitoral sabe engendrar.
Ninguém pode afirmar, com tanta antecedência, a eficiência das estratégias de marketing a serem postas num confronto que ainda vai acontecer. Só acontecendo, sob o crivo da prática, será possível aplicar qualquer avaliação qualitativa ou de mensuração dos efeitos sobre o imaginário coletivo. Nem por isso, o exemplo da vitória do pequeno David contra o gigante Golias deve ser afastado. O sentimento popular é sempre imprevisível. Muito mais nas sociedades dos espetáculos.

PALCO

GUERRA – Hoje, no Museu da Rampa, às 14h30, tem a audiência pública que vai discutir a indispensável importância, para a Rota do Turismo, da participação de Natal na II Guerra Mundial.

ALIÁS – Por falar em turismo, a Emproturn prometeu e não cumpriu brindes com as castanhas da terra aos mais de 1.300 pesquisadores de comunicação das universidades do Nordeste. Muito feio.

TÁTICA – Os gafanhotos vão ficar calados, mas todos torcem pela eleição de Carlos Eduardo. Já combinaram: ninguém pede demissão antes das urnas. Nada de acreditar em heroísmo sem futuro.

CARTAS – Acaba de sair do prelos da Universidade de São Paulo o nono volume, ilustrado, da Coleção da Correspondência de Mário de Andrade. Agora com as cartas de Mário e Murilo Rubião.

NOMES – A coleção reúne as cartas de grandes escritores para Mário de Andrade, organização e introdução do professor Marcos Antonio de Moraes, nosso maior estudioso da literatura epistolar.

IMORTAL – O escritor Aldo Lopes de Araújo assume sexta próxima como imortal da Academia Paraibana de Letras. Ele ocupa a cadeira que foi do médico e historiador Guilherme D’Ávila Lins.

POESIA – Do poeta Murilo Mendes, os dois versos que abrem o poema ‘Cantiga de Malazarte’: “Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo, / ando debaixo da pele e sacudo os sonhos”.

SINAIS – De Nino, filósofo melancólico do Beco a Lama, depois de um guisado de carneiro novo com farofa de cuscuz: “Os sonsos sabem que invejam e são ingratos, mas se fantasiam de amigos”.

CAMARIM

JOGO – O apoio do deputado Ezequiel Ferreira ao candidato Paulinho Freire é o nome que ainda faltava para completar o elenco dos poderosos na luta para evitar que o Palácio Felipe Camarão venha a cair nas mãos do PT. E não acaba ai, no apoio, o maior significado político dessa decisão.

PROVA – Freire sairá às ruas ao lado do senador Rogério Marinho, do prefeito Álvaro Dias, do presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira, e do ex-senador José Agripino. Quem quiser avaliar o peso é só somar os valores dos fundos eleitorais e dos tempos de tevê. Tem um peso considerável.

DRAMA – Chega ao Brasil, com o selo da Intrínseca, a tradução do ‘Sem Drama’, de Nedra Glover Tawwab. Como o próprio marketing da editora anuncia na capa do livro, é ‘um guia para gerir os relacionamentos familiares pouco saudáveis”. Família é porto, mas, também, é o cais das mágoas.

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Deputados rendem homenagem ao ex-deputado Leonardo Arruda

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte emitiu voto de pesar subscrita por todos os 24 parlamentares a ser encaminhado à família do ex-deputado estadual Leonardo Arruda, falecido no sábado (11). Já nesta sexta-feira (17), às 19 horas, será celebrada missa de 7º dia em sufrágio de sua alma, na Catedral Metropolitana de Natal, situada na avenida Deodoro, Cidade Alta.


Já no sábado (11), o presidente da Casa, deputado estadual Ezequiel Ferreira (PSDB) havia decretado luto por três dias pela morte de Arruda, que lutava contra um câncer, tendo chegado a passar por uma cirurgia, mas não resistiu a complicações após cirurgia.

“Leonardo Arruda deixa um extenso legado de serviços prestados à população do Rio Grande do Norte”, disse Ezequiel Ferreira, reconhecendo que “durante toda a sua trajetória na vida pública, foi um ferrenho defensor da democracia, agregador, disposto a colaborar com ações que pudessem melhorar a vida da sociedade”.

Ezequiel Ferreira concluiu que “sua partida deixa um vazio imensurável na política, principalmente em todos aqueles que puderam conviver com Leonardo Arruda”.

Em plenário, o líder do governo, deputado Francisco do PT, destacou na manhã da terça-feira (14), que Leonardo Arruda “deu uma contribuição muito importante ao povo do Rio Grande do Norte, não apenas na politica, mas, inclusive, no seu comportamento como pessoa, e foi uma grande perda para a política do Rio Grande do Norte”.

O deputado Hermano Morais (PV) externou homenagem póstuma ao falecido parlamentar, “uma figura muita querida no Estado, que dedicou grande parte da sua vida à atividade política, deixando uma grande contribuição na defesa dos direitos humanos e de projetos voltados para os interesses do Rio Grande do Norte”.

Para o deputado Nelter Queiroz (PSDB), o falecido deputado “foi um grande amigo do RN, do ABC e da Assembleia”, tendo comentado que durante o velório do corpo e sepultamento no cemitério Morada da Paz, no domingo (12), “sentiu como as pessoas que conheciam Leonardo Arruda, sentiram a sua partida, um homem de coração maravilhoso, íntegro, sério, honesto”.

O ex-deputado tinha 76 anos e estava internado há 30 dias na UTI da Casa de Saúde São Lucas.
Leonardo Arruda Câmara foi deputado por quatro legislaturas a partir de 1983 –, advogado, Procurador do Município de Natal, ex-secretário de Estado da Justiça e Cidadania, presidente do Diretório Estadual do PDT.
Nascido em João Pessoa (PB), em 25 de julho de 1947, o ex-deputado Leonardo Arruda tinha como berço familiar a cidade de Nova Cruz, na região Agreste, às margens do rio Curimataú, onde exerceu um mandato de vereador a partir de 1971.

Presidiu o Parlamento Estadual no biênio 1995-1997. Na vida privada, passou pelo Conselho da seccional da OAB no Rio Grande do Norte e a presidência do ABC Futebol Clube entre 1995 e 1998. A nota de pesar foi emitida à viúva Graça e as filhas Sílvia e à vereadora Júlia Arruda (PC do B).

Oposição manobra e ALRN avalia vetos do governo

A bancada da oposição apresentou requerimento em plenário, tratando do sobrestamento de toda a pauta de votação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, enquanto não forem apreciados todos os 71 vetos da governadora Fátima Bezerra (PT) a projetos aprovados na Casa, alguns datados de 2011, inclusive , aqueles de interesse de governo que tiveram emendas de deputados.


O deputado estadual Luiz Eduardo (SDD) leu o requerimento assinado por nove deputados no horário das proposições, fundamentado no artigo 49, §5, da Constituição Estadual, bem assim nos artigos 210 III e 278 §2, do Regimento Interno, que prevêem o trancamento de todas as demais deliberações, enquanto não apreciados os vetos com prazo encerrado no Parlamento Estadual.

Luiz Eduardo disse que há um ano e meio, pelo menos, não se tem apreciado vetos na Casa, admitindo a oposição a medida regimental para pressionar o governo começar o pagamento de R$ 3,5 milhões em emendas dos deputados: “O governo não paga e quer pagar uma migalha”.

O líder do governo na Assembleia, deputado estadual Francisco do PT, justificou que apresentou proposta oriunda do Executivo para pagamento das emendas parlamentares, sendo R$ 500 mil agora em maio e mais R$ 250 mil em junho, totalizando R$ 750 mil por deputado.

“Até onde pude acompanhar, poucos deputados apresentaram suas propostas de pagamento”, argumentou o líder governista.

O deputado estadual Taveira Júnior (União Brasil) presidia a sessão no momento em que o deputado Luiz Eduardo leu o requerimento, e declarou a suspensão da pauta ordinária de votação.


Em seguida, o deputado Francisco do PT pediu explicações sobre o pedido do sobrestamento das matérias em razão de vetos governamentais não apreciados na Casa. “É importante que fique bem esclarecido, não só para nós, mas para quem nos assiste (na TV Assembleia), o que isso significa, enquanto não votarmos todos os vetos governamentais, não votaremos mais nada, não estou a contestar um instrumento regimental, constitucional, é legal, mas é bom apenas que as pessoas saibam o que isso significa na prática”.


O deputado Taveira Júnior citou o artigo 295 do Regimento Interno, o qual determina que cada comissão da Casa tem prazo de quatro dias para emitir parecer sobre vetos, mas decorridos 30 dias do recebimento da comunicação do veto, é incluído em pauta para deliberação em sessão extraordinária, ficando sobrestadas as demais deliberações.


Francisco do PT preocupou-se quanto ao volume de vetos a serem votados, apelando à mesa para que fossem informados com antecedência, “para que não chegue de última hora um pacote de vetos, sem se saber o que está sendo votado.

Em ano eleitoral, governo Lula 3 mantém uso do orçamento secreto

Faltando menos de seis meses para as eleições municipais, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua distribuindo recursos para aliados políticos no Congresso sem transparência, repetindo mecanismo consagrado no orçamento secreto, esquema revelado pelo Estadão e que marcou a gestão Jair Bolsonaro (PL). Apesar da prática ter sido vetada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro de 2022, ministérios como os do Desenvolvimento Social, Cidades e Esportes têm repassado verbas públicas para obras ou compra de equipamentos em localidades previamente negociadas com parlamentares. As pastas, além da Secretaria de Relações Institucionais (SRI) do Palácio do Planalto, negam irregularidades e afirmam que estão seguindo critérios técnicos para a distribuição das verbas.


Além da falta de transparência quanto aos “padrinhos” e “madrinhas” das indicações, a distribuição também é feita conforme a conveniência política do governo. Isto significa que alguns municípios e congressistas serão contemplados e outros ficarão sem nada.


Com apenas 2,2 mil habitantes, a cidade de Curral Velho (PB) é um bom exemplo de como a determinação do STF tem sido ignorada pelo governo petista. Localizada a 371 km da capital João Pessoa, o município receberá do Ministério das Cidades um total de R$ 3,3 milhões das verbas que sobraram das antigas emendas de relator – coração do orçamento secreto – e que foram repassadas para a pasta. A distribuição desses recursos tem sido motivo de celebração por parte de políticos nas redes sociais. Nas redes da prefeitura de Curral Velho, o dinheiro é apresentado como “emenda parlamentar” – o que não é o caso.


Para se ter uma ideia do peso desses recursos num ano eleitoral, basta fazer uma conta simples. Se o valor reservado pelo Ministério das Cidades fosse dividido pelo número de moradores de Curral Velho, cada um receberia pouco mais de R$ 700. O dinheiro será usado para asfaltamento de vias e construção de uma praça. O prefeito da cidade, Samuel Carnaúba (MDB), é ligado ao vice-presidente do Senado, Veneziano Vital do Rêgo (MDB).


Situação semelhante ocorre no Ministério do Desenvolvimento Social, comandado pelo ex-governador petista do Piauí Wellington Dias. A pasta herdou R$ 1,5 bilhão das antigas emendas de relator. O rateio dos recursos tem sido feito de acordo com as demandas de deputados e senadores. Assim como no caso de Curral Velho, os políticos não perdem a oportunidade de destacar o resultado alcançado em suas redes sociais.

O espólio do orçamento secreto
Depois da decisão do Supremo, no final de 2022, o governo e o Congresso foram obrigado a realocar um total de R$ 19,4 bilhões em verbas que estavam reservadas, na proposta orçamentária de 2023, como emendas de relator. Com a aprovação da chamada “PEC da Transição”, um total de R$ 9,6 bilhões viraram emendas individuais dos parlamentares. Os outros R$ 9,85 bilhões voltaram para os cofres do Poder Executivo. Esse espólio foi distribuído entre sete ministérios: Saúde, Cidades , Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Regional, Agricultura, Esporte e Educação.


Essas verbas, seguindo a determinação do STF, deveriam ser de uso exclusivo do Poder Executivo. Mas elas continuaram sendo usadas como moeda de troca entre o Planalto e deputados e senadores da base de apoio no Congresso, repetindo o mecanismo que foi condenado publicamente pelo próprio presidente Lula durante a campanha eleitoral de 2022. Num evento em São Paulo, em agosto daquele ano, Lula classificou o orçamento secreto como a “fonte do maior esquema de corrupção da história deste país”.


Recentemente, o Supremo Tribunal Federal voltou a prestar atenção ao assunto. Entidades que atuam na fiscalização do dinheiro público como a Transparência Brasil, a seção brasileira da Transparência Internacional e a ONG Contas Abertas apontaram à Suprema Corte a possível continuidade da prática do orçamento secreto.


Segundo as entidades, a decisão de dezembro de 2022 do STF continuou sendo violada de três formas: primeiro, com o uso dos R$ 9,85 bilhões para barganhas com o Congresso; com o uso intensivo das chamadas “emendas Pix”; e com a falta de informações efetivas sobre a distribuição das antigas emendas de relator (conhecidas tecnicamente pela sigla RP-9).


As entidades se manifestaram enquanto “amicus curiae” (”amigos da Corte”, um terceiro interessado no processo) em uma ação apresentada pelo PSOL ainda em 2021, e que resultou na proibição do orçamento secreto em 2022. Antes sob os cuidados de Rosa Weber, o caso chegou a ser arquivado, mas voltou a tramitar sob a relatoria do ministro Flávio Dino, indicado à Corte por Lula.


No dia 19 de abril, Dino abriu a possibilidade para que a Presidência da República e os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), se manifestassem sobre os questionamentos apresentados ao Tribunal pelas entidades.


Até o momento, apenas a Câmara dos Deputados se manifestou sobre o assunto. A Casa não só negou as irregularidades apontadas pelas entidades como destacou que a ação do PSOL já foi julgada. Além disso, diz a Câmara, o tipo de ação escolhido pela legenda, uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), não pode ser usado para questionar uma emenda constitucional (no caso, a que resultou da “PEC da Transição”).

Um recado e um poema sobre importantes legados

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Abro espaço na abertura da coluna para duas relevantes mensagens abordando duas memórias artísticas, uma de atividade televisiva e cinematográfica e outra jornalística e literária. O primeiro texto é do perfil oficial dos imortais Os Trapalhões. E o verso logo depois é do poeta Francisco Martins (secretário do Conselho Estadual de Cultura) em tributo à escritora Socorro Trindad, falecida no último fim de semana.

1- Viva Zacarias

Respeitem a história de quem tanto fez pela cultura e pelas crianças brasileiras, o ator e seu personagem merecem nosso carinho e admiração, mas infelizmente vemos pessoas “imitando” ou tentando imitá-lo, mas de forma pejorativa, com textos chulos de cunho sexual, coisa que o Mauro Gonçalves jamais interpretaria em tantos anos de carreira.
Por essas e outras que não apoiamos qualquer um que venha a tentar imitá-lo, Zacarias era mais do que só usar peruca, pintar dente, rir e falar “Uuuuh Didi”….Mauro era um grande ator que segurava textos longos e interpretava tanto humor quanto drama, coisa que imitadores pouco fazem…
E por último, a vida privada e íntima do ator só dizia respeito à ele e sua família, de tempos e tempos vemos diversos boatos e até desrespeito sobre sua vida e falecimento…
Zacarias era um personagem infantil, ingênuo e heterossexual como visto em quadros e filmes (por exemplo no filme “O casamento dos Trapalhões”) porém vemos por aí gente imitando e colocando o personagem em situações que não condizem com o verdadeiro e original personagem ZACARIAS.
Ressaltamos que não temos nada contra a opção sexual de quem aqui nos segue, isso só interessa a cada um de vocês.
Por fim novamente pedimos RESPEITO ao ator Mauro Gonçalves e seu personagem ZACARIAS, aqui não vamos tolerar insinuações ou fake news, preservamos sempre a história e obra artística dos Trapalhões.
Se o ator era ou não bissexual isso era assunto dele e não tem ou tinha problema nenhum nisso, mas respeitá-lo é fundamental até porque ele não está mais aqui para falar sobre o assunto. Obrigado e viva ZACARIAS e “Os Trapalhões”.

2- Poema para Socorro Trindad

Houve um tempo de fala
No qual a poeta gritou
Contra grilhões e homens
maus.
Escreveu poemas e os deitou
em páginas.
A poeta logo percebeu
Que através dos livros
Sua mensagem ia mais longe
Chegava em outros corações
Tornava-se grande e forte
Como aquele baobá
Houve um tempo em que
A poeta se recolheu
Como as raízes de uma
grande árvore, ela viveu!
Mas chegou o dia de ser pó
E a poeta nos deixa
Assim como a última flor da
primavera, a derradeira folha
do outono.

Canalhice O Stalinácio tem um enorme e vergonhoso acervo de comentários machistas, nunca criticado pelo feminismo petralha (o que mostra atavismo nas agressões do filho na ex-mulher). O mais recente foi um misto de safadeza e infâmia.

Machismo Em mais um ato politiqueiro em que o PT transforma as entregas de bens dos programas sociais, realizado em Maceió, Lula se dirigiu a uma mãe que foi contemplada e indagou: “quando é que vai fechar a porteira, companheira”?

Cancelamento Reagindo aos atos de apoio ao terrorismo pelos estudantes, a Universidade da Carolina do Norte cancelou todos os financiamentos de programas para Diversidade, Equidade e Inclusão. A grana vai para fundos de apoio à polícia.

Big techs A parceria da mídia convencional com a justiça no intuito de regular as plataformas digitais camufla o que ambas fizeram no verão passado. Era permitida propaganda eleitoral por lá e proibida nos sites e blogs brasileiros.

História O livro “Brasil 1500 – A Verdade: Descobrimento do Brasil no Rio Grande do Norte”, recém-lançado por Manoel Cavalcanti Neto, já está disponível na Banca do Atheneu e no Sebo Lisboa. A obra histórica tem 201 páginas e custa R$ 50.

Beco Via abaixo-assinado, o prefeito Álvaro Dias é instado a sancionar um projeto da vereadora Brisa Bracchi que estabelece como Largo Beco da Lama toda uma área do Centro Histórico englobando uma meia-dúzia de ruas da Cidade Alta.

Beco II As ruas contempladas no projeto são: Vaz Gondim, Coronel Cascudo, Vigário Bartolomeu, Gonçalves Lêdo, João Pessoa e Conceição. Só que o Beco teve origem na Voluntários da Pátria e anos depois se estabeleceu na José Ivo.

Beco III Vale registrar que um dos fundadores do América FC morou na Rua José Ivo e sua residência serviu de sede provisória para as reuniões dos 15 fundadores do clube que teve a primeira sede na Ulysses Caldas antes da Maxaranguape.

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Comissão pauta projeto para castração química

O projeto de lei 3.127/2019 prevendo a castração química ou tratamento hormonal voluntários para pessoas que cometem crimes sexuais, como estupradores, vai à votação a partir das 10 horas desta sexta-feira (15), na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal.


“Não quero dizer que é um direito exclusivo para o estuprador, para o violador, para aquela pessoa abusadora sexual, mas, sim, da vítima, porque trata o projeto exclusivamente da reincidência e da faculdade do reincidente optar ou não pela pena de castração química”, defendeu o autor da proposta, senador Styvenson Valentim (PODE-RN), em discurso no plenário do Senado.

A proposta recebeu alterações no relatório do senador Angelo Coronel (PSD-BA), que retirou a possibilidade de castração física — “intervenção cirúrgica de efeitos permanentes” — da proposta original, que poderia acarretar também a extinção da punibilidade do agressor que optasse por ela. O relator propõe ainda o aumento de um ano nas penas mínimas desses crimes.

O projeto será analisado somente na CCJ, de forma definitiva. Se aprovado, irá direto à Câmara dos Deputados, salvo se no mínimo nove senadores requererem análise também em Plenário.

“Essa é uma política de desencarceramento, até mais humana do que o tratamento dado a estupradores dentro das cadeias, é até mais fácil ele optar por isso”, argumentou Syvenson Valentim, para quem essa possibilidade de regulamentação em lei, “está décadas atrasado em relação a outros países”.

Valentim exemplifica que os Estados Unidos da América (EUA) desde 1944 “utilizam como combate à reincidência nesse tipo de prática criminosa na sociedade. A Argentina, nossa vizinha, desde 2010 utiliza. E a Argentina só o fez, porque 70% dos crimes eram reincidentes, aquele que era levado à cadeia e que voltava para a sociedade e não freava, não paralisava”.

O senador potiguar reafirmou, no plenário do Senado, que o seu projeto traz uma opção que já é utilizada em vários lugares do mundo, inclusive Alemanha, Austrália, Reino Unido e Noruega, “países civilizados, com democracias consistentes, que utilizam isso”.

Valentim citou fato ocorrido recentemente na Alemanha, em que “uma mãe entrou no Tribunal e atirou contra o estuprador, ou o violentador, de sua filha de sete anos”. Naquele caso específico, acrescentou o senador potiguar, o réu que estava em julgamento já tinha sido submetido na Alemanha, que “também tem a castração química, ao processo, mas ele obteve judicialmente a reversão. Ele obteve judicialmente que o juiz autorizasse a recomposição de hormônios masculinos naquele indivíduo, que já era reincidente”.

Para Valentim, a decisão da Justiça alemã não repercutiu bem junto à opinião público, a ponto do réu vir a ser morto pela mão da vítima. “Então, demonstra que a castração química funciona; demonstra que, pelo tempo que está sendo tratado hormonalmente, parece que evita a reiteração daquele crime”.

Segundo Valentim, o estuprador não vai ser castrado como as pessoas pensam, “não vão arrancar o órgão sexual da pessoa, ou da mulher ou do homem. Pelo contrário, é um processo indolor; é um processo que garante os direitos humanos; é um processo constitucional, porque é facultativo ao reincidente, e não obrigatório, ele pode optar pela pena ou optar pelo tratamento, que vai ser avaliado pelo Judiciário”. O senador disse que em países onde foi adotada a castração química, reduziram-se os crimes sexuais de 75% para 2%, sendo que no Brasil ocorrem quase 900 mil casos de estupro por ano, dois por minuto, quase 60 mil crianças violentadas, vítimas de pedófilos.