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A corrida das sedes pelos estádios

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Iniciada a contagem regressiva para a realização da próxima Copa do Mundo, os olhos do planeta futebol se viram para o Brasil, que terá a missão de organizar o evento esportivo em 2014. A cidade de Natal, que é uma das sub-sedes do espetáculo e cujo planejamento acreditava-se estar dentro de um cronograma taxado de aceitável, esbarrou na burocracia dos poderes públicos e agora pode extrapolar algumas datas importantes e começar a enfrentar problema com o Comitê Organizador Local (LOC).

Um projeto importante para o lançamento do edital da Parceria Público-Privada (PPP) no sentido de viabilizar a construção da Arena das Dunas, estádio que vai abrigar as partidas do Mundial, se encontra parado na Assembléia Legislativa, sem o qual não há como realizar o lançamento da proposta visando à busca de parceiros para construção, manutenção e administração da nova praça esportiva natalense. O problema no âmbito da Assembléia é a aprovação do Fundo Garantidor da PPP, considerado um trunfo para atrair os parceiros da iniciativa privada.

A questão na Câmara Municipal já foi solucionado, uma vez que os vereadores aprovaram ontem o projeto da Procuradoria-geral de Natal prevendo a doação do terreno onde se encontra instalado o  complexo Machadão-Machadinho, com cláusula de reversão após os 30 anos de parceria no sentido de evitar  prejuízo ao patrimônio municipal.

Para quem garantia contar com o apoio político em todas as esferas, a decisão dos líderes partidários em não aprovar a dispensa de tramitação ao projeto do Fundo Garantidor, nem a auto-convoção dos deputados para um regime especial de votação do Fundo Garantidor, tudo indica que o projeto potiguar irá sofrer um atraso considerável e que Natal passará a ser encarada como outro caso problemático para o Brasil, se unindo a São Paulo e Curitiba. A questão é que sem os dois benefícios na Assembléia Legislativa, o projeto irá tramitar de forma muito lenta.

“Eu havia assumido um compromisso com o Comitê Organizador Local do Mundial no Brasil de realizar a divulgação do nome do nosso parceiro, no máximo, até setembro”, disse o secretário extraordinário para Assuntos Relacionados a Copa no RN, Fernando Fernandes. Ele reconheceu que a demora dos deputados na votação do projeto pode gerar um tremendo prejuízo a candidatura natalense. O presidente da Assembléia Legislativa, Robinson Faria, justifica a atitude alertando que os deputados estão em campanha e que não existe consenso para auto-convocação. Além disso o período de recesso na casa já foi iniciado e o retorno das atividades parlamentares está previsto apenas para primeira semana de agosto.

Os responsáveis pelo projeto da Copa no RN reconhecem terem perdido um tempo precioso, pois deixaram para enviar o projeto para regulamentação do Fundo Garantidor da PPP de última hora para análise dos parlamentares, sob alegação da burocracia exigida para liberar os imóveis que deveriam constituir a garantia de retorno aos futuros investidores.

Manaus desmonta Vivaldão e contrata os operários

Grande vencedora do processo de licitação para construção da Arena da Amazônia, que será erguida no lugar do estádio Vivaldão, a construtora Andrade Gutierrez já está arregimentando a mão de obra necessária para execução do projeto. A intenção é contratar cerca de mil funcionários nos próximo dois meses. No total, são 1.500 vagas disponíveis. O grosso das contratações terá início logo após o serviço de desmonte e demolição do estádio Vivaldo Lima, que dará lugar à arena, com conclusão prevista para este mês.  Todo o gramado já foi retirado, assim como a estrutura metálica de parte da arquibancada, as louças dos vestiários também já foram retiradas. A construção da nova arena está orçada em R$ 499,5 milhões, dos quais cerca de 75% serão financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante virá dos cofres estaduais. De acordo com o secretário de Planejamento do Amazonas, Marcelo Lima, até outubro Manaus terá finalizado a formatação de um fundo cuja remuneração será destinada a pagar os empréstimos que serão realizados para bancar as obras da Copa 2014. “Os recursos deste fundo virão, a partir do ano que vem da nossa política de incentivos fiscais, sem que nenhum novo ônus seja criado ao setor produtivo”, afirmou Lima.  O governo estadual arcará diretamente com R$ 100 milhões.

São Paulo procura substituir o Morumbi

O governo estadual de São Paulo e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, estudam uma forma de viabilizar financeiramente o projeto do estádio em Pirituba para a Copa de 2014, já que a Fifa vetou a participação do Morumbi no Mundial, uma vez que o São Paulo não apresentou as garantias de investimentos para realização das reformas exigidas no estádio da ordem de R$ 600 milhões.

Kassab insiste que não colocará um centavo da prefeitura no projeto alternativo em Pirituba e que o recurso terá de ser privado. Mas admite que o estádio faria parte do maior centro de convenções do mundo, com meta para estar totalmente concluído em 2020 e com 5 milhões de metros quadrados.

A meta é de que, com a pré definição negociada na última semana na África do Sul, um novo acordo para não deixar a capital paulista longe da festa seria selado definitivamente na semana que vem em São Paulo entre a CBF, Fifa e a cidade. O estádio seria construído em um complexo que abrigaria o maior centro de convenções do mundo e que teria como meta sediar a Expo 2020. O que se trabalha agora é no modelo para viabilizar o projeto.

O objetivo do prefeito paulista era o de insistir, pelo menos publicamente, que não se curvaria às exigências da Fifa e que, se não houver um entendimento, São Paulo desistiria de sediar a abertura e ficaria apenas com jogos menores, que poderiam ser realizados no Morumbi ou mesmo no Pacaembu. Mas Kassab abriu mais uma polêmica e quer agora que o centro de transmissão dos jogos da Copa de 2014 seja instalado no Anhembi, e não no Rio de Janeiro como já havia sido fechado entre a Fifa e a CBF.

Nesta quarta, Kassab visitou em Johannesburgo o Centro Internacional de Transmissão, já em um sinal de suas intenções. Na CBF, a atitude foi recebida com ironia.

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