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Máxima desvalorização

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Johannesburgo (AG) – Felipe Melo não está só na berlinda no Brasil. Se depender de um estudo feito pela agência de marketing esportivo suiça Koegl & Partner e publicada hoje no jornal sul-africano “The Star”, mesmo com a Copa do Mundo ainda não tendo chegado ao fim, o jogador brasileiro, de 27 anos, foi o mais afetado pela desclassificação da seleção brasileira. Felipe Melo conquistou o título de atleta que mais perdeu valor na competição.

Do outro lado está o jovem apoiador alemão Thomas Muller, 20 anos, do Bayern de Munique. Ele está sendo considerado a estrela emergente da competição e o atleta mais valorizado da atual Copa do Mundo. Antes do início da competição, o valor calculado para tirá-lo do clube alemão era de 10 milhões de euros (cerca de R$ 26 milhões). A diretoria do Bayern já anunciou que considera o seu jogador entre o melhores do mundo, e que seu valor no mercado já passou para 37 milhões de euros (cerca de R$ 96,2 milhões).

O valor estimado dos jogadores no mercado foi calculado uma semana antes do início da Copa do Mundo pela empresa suiça. A partir do desempenho das seleções e de seus jogadores a cotação aumenta ou diminui. No caso de Felipe Melo, a péssima exibição do jogador na partida do Brasil contra a Holanda na disputa pelas quartas de final da competição, em que a seleção brasileira foi eliminada, acabou pesando muito.

O erro no primeiro gol da Holanda quando o volante se chocou com o goleiro Júlio César e chegou a fazer um gol contra — posteriormente atribuído pela Fifa para o atacante holandês Sneijder que cruzou a bola —, aliado a falha na marcação no gol da vitória holandesa, acabou fazendo com que o valor de mercado de Felipe Melo, que já não estava muito bem cotado antes do início da Copa, despencasse.

Não existem clubes manifestando interesse no jogador e, junto com ele, a equipe italiana do Juventus será a que mais vai sofrer.

Na temporada passada, o Juventus pagou à Fiorentina 25 milhões de euros (cerca de R$ 65 milhões), para contar com o futebol de Felipe Melo. O valor de mercado do jogador após a sua participação na Copa do Mundo anda em queda livre e caberá a diretoria do clube italiano decidir o que fazer.

A situação fica ainda mais complicada para Felipe Melo pelo fato de ter sido considerado o destaque negativo da temporada passada italiana. O volante brasileiro chegou a ganhar o prêmio de “Bidone D’ Oro” — criado pela rádio Rai 2 como uma forma de misturar crítica e humor, na escolha do jogador com pior desempenho nas equipes italianas na temporada.

O fato de não conseguir controlar os nervos e aceitar provocações, aliado as entradas duras e a péssima atuação no jogo contra a Holanda, tornaram Melo o jogador em pior situação, em termos de valorização individual da Copa da África do Sul, segundo o estudo feito pela Koegl & Partner.

Violência volta a explodir na África

Johannesburgo (AG) – Deve ser terrível viver num país assim. Depois de um mês e meio de paz, a rotina de violência voltou a incomodar a África do Sul. Vários casos vieram à tona hoje, a quatro dias do fim da Copa. A polícia de Johannesburgo alertou que uma quadrilha tem atacado residências entre meia-noite e 2h da manhã, em Sandton, bairro mais nobre da cidade. Os ladrões invadem as casas armados com facas e chaves de fenda, rendem os moradores e levam carros e eletrodomésticos. Antes do Mundial, a média de assaltos do tipo era de 38 por dia em Johannesburgo. Mas, depois que a jabulani rolou, não se ouviu mais falar em crimes.

Não é só em Johannesburgo. Terça, em Pretória, policiais mataram um bandido numa tentativa de assalto a uma agência do Standard Bank, em frente a um shopping movimentado. O tiroteio, no meio da manhã, assustou quem chegava para trabalhar, provocou corre-corre e parou o trânsito. Segundo o porta-voz da polícia, Aveline Hardaker, o bando era procurado por 12 outros roubos parecidos. Os policiais flagraram os ladrões na saída do banco, quando eles tentavam fugir. Teriam dado ordem de prisão, mas não foram obedecidos e abriram fogo.

— Os bandidos foram orientados a se deitar no chão e entregar as armas. Dois deles atenderam. Mas um terceiro se virou com uma pistola e ameaçou reagir. Neste momento, foi baleado e morto — contou o porta-voz.

Nesta reta final, a polícia também voltou a lidar com estupros — um dos maiores flagelos do país, mas esquecido durante a Copa. Ismael Simelane, de 27 anos, que cumpria liberdade condicional, condenado por cinco estupros, foi preso novamente, terça, depois de mais um crime de abuso sexual. Ano passado, 54 mil mulheres foram estupradas na África do Sul, diz a estatística oficial.

A estatística de homicídios, de 37,3 por 100 mil habitantes, também ganhou novos números nos últimos dias. Terça, um homem foi preso em Pretória sob a acusação de ter assassinado a namorada e sua sobrinha. No mesmo dia, veio à tona na cidade um caso de sequestro — duas mulheres foram presas depois de exigir 210 mil randes pela libertação de uma vítima. Este tipo de crime, recorrente no país, é outro que andava fora do noticiário desde o início da Copa, quando o brasileiro Osmar Pereira foi levado por uma quadrilha de nigerianos, mas conseguiu ser libertado pela polícia antes de pagar resgate.

Do primeiro jogo até a definição dos quatro semifinalistas do Mundial, 316 pessoas de 27 nacionalidades foram presas em toda a África do Sul, segundo o comissário nacional de Polícia, Bheki Cele. Deste total, 65% (207) são sul-africanos. A maioria das prisões, diz Cele, espécie de xerife da Copa, foi por pequenos furtos contra turistas. Uma história recente chamou a atenção: um torcedor argentino teve o celular furtado em Johannesburgo e, ao saber que o ladrão, um jovem sem antecedentes criminais, havia sido condenado a cinco anos de prisão, sentiu pena e procurou o juiz. Achou exagerada a pena dada pelo tribunal especial de sentenças rápidas, montado para a Copa, e pediu perdão para o bandido. Outro registro curioso foi o de um ladrão, em Pretória, que escondeu 6 mil randes na… cueca. Deve mesmo ser terrível viver num país assim.

Uruguai já volta aos treinos

Cidade do Cabo (AG) – Nem deu muito tempo para remoer possíveis falhas no jogo contra os holandeses, pelas semifinais. Às 11h30m de ontem, o Uruguai já estava no campo do Philippi Stadium, na Cidade do Cabo, fazendo um treino leve antes do embarque para Port Elizabeth, onde tem muitas razões para buscar o terceiro lugar na Copa a qualquer custo. Se alcançar o feito, será a melhor colocação da Celeste em Mundiais desde o Maracanazo de 1950.

— Estou muito orgulhoso do que fizemos até agora, jogando com entrega, honestidade e espírito de luta pelo Uruguai. Não conseguimos alcançar o nosso maior sonho, mas continuamos de cabeça erguida e vamos em busca deste terceiro lugar — afirmou o técnico Oscar Tabárez, que espera uma proposta da Associação Uruguaia de Futebol (AUF) para continuar no comando da equipe por mais quatro anos.

O Uruguai não participava de uma semifinal de Copa desde 1970, no México, quando perdeu do Brasil de 3 a 1, em Guadalajara, com gols de Clodoaldo, Jairizinho e Rivelino, com Cubilla descontando. Na disputa do terceiro lugar, os uruguaios perderam da Alemanha Ocidental por 1 a 0, gol de Overath.

Desde então, a Celeste ficou fora de cinco Mundiais e, dos outros quatro de que participou, a melhor posição havia sido um 13o. lugar, na Alemanha, quatro anos mais tarde. Na última Copa para a qual se classificou, em 2002, na Coréia do Sul e no Japão, em 2002, a Celeste teve seu pior resultado: um amargo 26o. lugar. Um terceiro lugar na África do Sul seria o melhor resultado do Uruguai, depois dos dois títulos que ostenta, em 1930 e 1950.

Para os torcedores alvinegros, a possibilidade de torcer por Loco Abreu serão apenas no segundo tempo. Depois de cumprir suspensão por ser expulso ao evitar um gol de Gana com as mãos nos acréscimos do jogo das quartas de final, Suarez volta ao ataque. Apesar das dores na coxa direita, que levaram Tabárez a substitui-lo na semifinal, Forlán está confirmado na equipe. A ordem no Uruguai é poupar energias para o capítulo final da bela saga uruguaia em solo africano.

— Desde o início da nossa preparação, evitamos muitos jogos amistosos ou treinos pesados. Já conhecíamos quase todos os nossos jogadores há anos e sabíamos exatamente o que cada um poderia dar nessa Copa. Por isso mesmo, depois de uma temporada cansativa que a maioria deles teve na Europa, nossa prioridade era tê-los em 100% de suas condições — disse o treinador. Mesmo ciente de que novamente terá de esperar uma chance no banco de reservas, Loco Abreu reforçou o discurso comum entre os jogadores de que o Uruguai precisa dar a vida por este terceiro lugar na Copa.

— Claro que sonhávamos disputar a final e chegamos muito perto. Mas o terceiro lugar também é algo muito importante para o futebol uruguaio e vamos buscar a vitória, independentemente do adversário que teremos pela frente — afirmou, antes de saber o resultado de Alemanha e Espanha. Outra expectativa no time uruguaio é pela volta de Lugano à zaga. Ele ficou fora das semifinais, mas treinou ontem com os demais jogadores e está confirmado.

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