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Peregrinador com 36 anos de voo

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Desde 1974 começou a peregrinação do ex-presidente do ABC, José Wilson, por vários países do mundo. Mas a sua missão é meramente esportiva, pois há 34 anos ele não perde um só evento de Copa do Mundo. Onde a bola rola com maior espetáculo futebolístico da terra, esse potiguar que já conhece os quatro cantos do planeta marca presença, nem que seja com uma viagem decidida de última hora, como ocorreu em 1986 no México, quando decidiu arrumar as malas e viajar poucos dias antes do início do evento.

A Alemanha, onde tudo começou, organizou a Copa que mais agradou ao viajante potiguar. José Wilson guarda boas recordações do país que organizou o último Mundial e acha difícil algum outro, pelo menos, igualar em termos de organização o que foi visto nas sedes do país europeu. “Lembro que tudo funcionou perfeitamente bem durante a Copa. Os visitantes não tiveram qualquer dificuldade com transporte, hospedagem, segurança. Foi tudo organizado para agradar e marcar a história das Copas. O salto de qualidade dado em relação à competição de 1974 foi gigantesco”, afirma.

O advogado que seguiu para África do Sul no último dia 12, acompanhado do filho Renato, já havia visitado alguns países do continente africano e também fazia planos de conhecer o país de Nelson Mandela. Com o advento da Copa ele apenas uniu o útil ao agradável e partiu de forma muito bem planejada. O pacote completo incluindo transporte, hospedagem e translado custou em torno de R$ 32 mil (preço unitário), mas José Wilson garante que só em ter a oportunidade de participar dessa festa, valerá cada centavo aplicado.

“É uma coisa completamente diferente, só quem participa de um evento como este, vê de perto, pode traduzir o que é a realização de uma Copa do Mundo para um país. É um clima repleto de alegria e de harmonia entre os povos, independente de raças ou credos. Acredito que a realização desse mundial na África do Sul vai unir de vez a nação, que sempre foi muito marcada por brigas étnicas. Só o futebol é capaz de realizar esse tipo de coisa”, destacou.

Com muitas milhas acumuladas, o torcedor potiguar disse que vem planejando escrever um livro de dicas para aqueles que desejam iniciar a participação no evento. José Wilson salienta que em primeiro lugar, o torcedor que estiver planejando ir para Copa do Mundo não deve acreditar nos anúncios divulgados pelas agências de viagens dizendo que os ingressos estão esgotados e que não existem mais vagas nos hotéis. “Isso é pura estratégia para encarecer o preço dos pacotes”, alerta.

“Sempre tem vaga em hotéis e ingressos sobrando. Digo isso porque fui para Copa de 1986, no México, sozinho, sem nada planejado e chegando lá, ainda no aeroporto, consegui resolver a questão da hospedagem e depois comprei os ingressos para todos os jogos do Brasil”, ressalta.

Mesmo acreditando que os africanos terão problemas para administrar a organização de um evento tão grandioso, o advogado potiguar salienta que tomando certos cuidados, os torcedores terão poucos motivos para se preocuparem. As orientações básicas é não abusar dos passeios nas estradas, comparecer somente a locais de concentrações organizados pela FIFA e evitar andar com objeto de valor a mostra. O grupo com o qual seguiu também foi orientado a ficar hospedado na Cidade do Cabo, deixando para seguir rumo a Joanesburgo, onde o Brasil fará seus dois primeiros jogos, apenas no dia das partidas.

“A Cidade do Cabo é mais organizada, fomos informados que Joanesburgo é mais tumultuada e que tem alguns problemas com a segurança. Com isso, nós vamos seguir de avião para lá horas antes da partida e regressar logo após o término do jogo. A distância entre as duas cidades e mais ou menos a mesma entre Natal e Fortaleza”, disse.

O pacote de viagem garante ingressos para os jogos do Brasil até a segunda fase. José Wilson lembra que na Itália (1990) e na Espanha (1982) ele decidiu comprar o pacote completo de ingressos e depois, se viu obrigado a acompanhar os jogos das seleções que haviam eliminado o Brasil. “Isso é terrível, depois que o Brasil sai da Copa não dá mais ânimo para nada. Sequer tive vontade de secar Argentina e Itália, mas para não perder o dinheiro, fui obrigado a ir as partidas”, afirmou. Já em 86, ele foi obrigado a deixar o México num voo da Aeroperu, o pior da sua vida.

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