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Vem aí a nossa Copa

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Johannesburgo (AG) – Daqui a exatamente uma semana, a bola estará apenas com o Brasil. Após o apito final e a festa do campeão da Copa do Mundo-2010, no gramado do Estádio Soccer City, as atenções sairão da África do Sul, atravessando o Oceano Atlântico, rumo ao Brasil. A Fifa, tão paciente durante dois anos e nove meses sem que a infra-estrutura de obras tivesse começado no próximo país-sede, vai aterrissar no Rio, com sua produção. O objetivo é melhorar a versão 2014 do maior espetáculo do futebol.

O brasileiro Fúlvio Danilas deixa Zurique e vai morar no Rio, assumindo de vez como homem da Fifa para fazer a ligação com o Comitê Organizador. Outro nome confirmado é o do americano Jay Neuhaus, chefe de gerenciamento de marketing de eventos, que chegará à cidade no dia 1º de outubro. Colegas dele, das áreas de Competições e Mídia da Fifa, também serão escolhidos nos próximos dias.
Em Natal, apenas uma creche foi derrubada e pequenos serviços de terraplanagem na área do Centro Administrativo estão sendo realizadas
Neuhaus já comandou, entre 19 e 25 de junho passado, o Programa de Observadores, que reuniu, na África do Sul, cerca de 55 representantes das 12 cidades-sede do Mundial-2014 (Rio, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Cuiabá, Manaus, Salvador, Recife, Natal e Fortaleza). O americano e a brasileira Paula Campos desenharam o projeto. Pela primeira vez a Fifa reuniu tantas pessoas do país-sede do Mundial seguinte para acompanhar e analisar acertos e erros do megaevento em andamento.

Quem participou, ficou impressionado. — A Fifa tem um padrão muito dinâmico. Estivemos em Johannesburgo, em Pretória e em Durban. Vimos estruturas, as mazelas, o público, conceitos de segurança… Saímos na frente, convivendo com o ambiente de Copa antes da Copa no Brasil. Observamos os gargalos, chegamos bem cedo antes dos jogos, avaliando e notando as questões complicadas. Houve muita coisa legal, mas o trânsito e o transporte foram os pontos delicados — avaliou o subsecretário municipal de Turismo do Rio, Pedro Guimarães.

Cada cidade brasileira teve direito de enviar até quatro representantes, de diversas áreas, que variavam de segurança e infra-estrutura a turismo e esporte. Por ser candidata e nome praticamente certo para sediar o jogo final, o Centro Internacional de Transmissão de Rádio e TV (IBC, da sigla em inglês) e o QG da Fifa, o Rio foi o único com cinco integrantes na delegação. Além de Pedro Guimarães, participaram o coordenador de Esportes da Secretaria Especial-2014-2016, Carlos Alberto Lancetta; a secretária estadual de Esportes, Márcia Lins; e dois membros da Casa Civil do Governo do Estado: José Cândido Muricy e César Mastrangelo, este último, responsável por projetos estratégicos.

Mudar a estratégia de organização de uma Copa do Mundo, passando de um país com pouco mais de 1,2 milhão de quilômetros quadrados, para outro quase oito vezes maior e com quase quatro vezes mais habitantes do que os 49 milhões de sul-africanos, é um desafio para a Fifa, principalmente porque o próximo anfitrião é o país do futebol.

— Não posso esperar para chegar ao Brasil. Será bem difícil, mas estou muito orgulhoso. É uma nação que respira futebol, morando numa cidade tão bela como o Rio e acompanhando o desenvolvimento de um projeto grandioso, num país com diversidade — derrete-se o americano Neuhaus, de 37 anos, em bom português, aprendido quando morou em São Paulo e trabalhou na GM, em 1997.

Neuhaus acredita que várias lições podem se aproveitadas pelo Brasil em relação à África do Sul. O americano não tem dúvida de que o ambiente e a atmosfera da Copa-2014 vão contagiar o mundo. Um ponto a estudar é em relação às Fan Fest, que tiveram público muito abaixo do esperado na África do Sul.

— O inverno afetou muito a frequência na África do Sul. Mas no Brasil é importante estudar melhor a localização em cada cidade. O fato de as Fan Fest de Durban e da Cidade do Cabo terem ficado em locais turísticos também aumenta a frequência — opinou.

O ministro das Finanças da África do Sul, Pravin Gordhan, também acredita no sucesso da próxima Copa, no Brasil.

— Os brasileiros que vieram a África do Sul estão entre os que mais gastaram. Não eram muitos (sete mil, segundo cálculos da Embratur), mas vieram com entusiasmo. Há lições que sempre podem ser aprendidas, e o Brasil pode ver as áreas de construção de estradas, investimentos em turismo receptivo e a qualidade de nossos estádios, onde geramos boa parte de 130 mil empregos — disse Gordhan.

Atrasos na construção de estádios e nas obras do setor de transporte provocaram um estouro ainda maior no orçamento do governo sul-africano para a Copa do Mundo. São outra lição. O ministro da Gordhan admitiu que o valor ficará entre 3 e 5 bilhões de rands (de R$ 750 milhões a R$ 1,25 bilhão) acima dos 33,6 bilhões de rands (R$ 8,30 bilhões) orçados.

Com números até fevereiro de 2010, a África do Sul gastou 11,7 bilhões de rands (R$ 2,92 bilhões) nas obras de construção e reforma de estádios, que já representam um número superior ao orçado, há quatro anos, de 8,5 bilhões de rands (R$ 2,12 bilhões).

No entanto, levantamento feito pelo GLOBO, no fim de maio passado, junto às empresas e prefeituras responsáveis pelas obras nos dez estádios da Copa, havia revelado um total de 17,8 bilhões de rands (R$ 4,45 bilhões) gastos.

Outro dado relevante fornecido pelo ministro foi sobre o impacto ainda menor da Copa do Mundo-2010 na economia da África do Sul. No início do ano, o governo previra 1% de crescimento do PIB, mas teve de rever o cálculo para 0,5%, em abril. Sexta-feira, Gordhan reviu para 0,4%:

— Isso significa algo como 38 bilhões de rands (R$ 9,5 bilhões) no PIB — informou.

Um “rombo” nas contas africanas

Johannesburgo (AG) – Atrasos na construção de estádios e nas obras do setor de transporte provocaram um estouro ainda maior no orçamento do governo sul-africano para a Copa do Mundo. O ministro da Fazenda da África do Sul, Pravin Gordhan, admitiu hoje que o valor ficará entre 3 e 5 bilhões de rands (de R$ 750 milhões a R$ 1,25 bilhão) acima dos 33,6 bilhões de rands (R$ 8,30 bilhões), ao responder à pergunta de uma jornalista, que quis saber sobre como lidar com as dificuldades de algumas prefeituras, ainda este ano, entrando no vermelho, por conta da previsão de estouro de 7 bilhões de rands (R$ 1,25 bilhão).

– Ainda não temos a conta fechada, mas não acredito que chegará aos 7 bilhões de rands – acrescentou o ministro.

Em entrevista coletiva, esta semana, no Centro de Imprensa do Estádio Soccer City, Pravin Gordhan apresentou números do orçamento da Copa apenas até fevereiro de 2010. Na planilha distribuída aos jornalistas, constam gastos de 11,7 bilhões de rands (R$ 2,92 bilhões) nas obras de construção e reforma de estádios, que já representam um número superior ao orçado, há quatro anos, de 8,5 bilhões de rands (R$ 2,12 bilhões).

No entanto, levantamento feito pelo GLOBO, no fim de maio passado, junto às empresas e prefeituras responsáveis pelas obras nos dez estádios da Copa, havia revelado um total de 17,8 bilhões de rands (R$ 4,45 bilhões) gastos nesse quesito.

Outro dado relevante fornecido pelo ministro foi sobre o impacto ainda menor da Copa do Mundo-2010 na economia da África do Sul. No início do ano, o governo previra 1% de crescimento do PIB, mas teve de rever o cálculo para 0,5%, em abril. Gordhan apresentou um novo resultado:

– A Copa do Mundo vai provocar um impacto de 0,4% no Produto Interno Bruto (PIB). Isso significa algo como 38 bilhões de rands (R$ 9,5 bilhões) no PIB – informou o ministro.

Segundo Gordhan, o megaevento provocou a criação de 130 mil empregos, principalmente nas áreas de construção de estradas e estádios, além de transportes e indústria hoteleira e de turismo receptivo. – Os benefícios de organizar uma Copa do Mundo vão continuar no país durante longo tempo após o evento – concluiu o ministro.

O entusiasmo pela Copa no governo sul-africano indica que o país vai lançar sua candidatura à sede às Olimpíadas de 2020. Isso deverá acontecer no dia 11 de julho, quando o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, estará em Johannesburgo para assistir à final da Copa do Mundo, a convite da Fifa e do governo do país. Ontem, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, deu outra pista de que isso irá acontecer, numa entrevista ao site de Internet da Fifa. – Não vejo por que não podemos nos candidatar a sediar as Olimpíadas – disse Zuma ao site. – As pessoas já estão falando sobre essa possibilidade, e nós estamos apoiando isso. Zuma disse ainda que a Copa do Mundo está provando não apenas a capacidade da África do Sul de organizar megaeventos, mas de todo o continente africano.

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