Valdir Julião
repórter
Presente de aniversário mais amargo não poderia ter: Luigi Sabino comemorava dez anos ontem à tarde, no Praia Shopping, assistindo a derrota do Brasil por sete a um para a Alemanha. Desatou a chorar já aos 24 minutos do primeiro tempo, quando saiu o terceiro gol alemão marcado por Toni Kroos.
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“Ele é filho de italiano, mas gosta de torcer pelo Brasil”, afirmou a mãe sobre o pequeno torcedor. Acompanhado de duas irmãs e da mãe, Lindimar Silva, Luigi permaneceu impassível, sério e calado no intervalo da partida que decidiu o primeiro finalista da Copa do Mundo Fifa 2014.
Quando terminou o primeiro tempo, muitos torcedores deixaram o Praia Shopping, mas a maior parte permaneceu no local, mesmo sabendo que o placar era irreversível. “Tá igual a uma pelada de futebol, vira com cinco gols no primeiro tempo e com dez acaba”, vaticinava o universitário Zenilton Felipe de Souza Silva, 26 anos.
Como a maioria dos torcedores presentes ao Praia Shopping, Felipe Silva já não acreditava que a Seleção Brasileira voltasse com mais brio para o segundo tempo. “É uma vergonha um negócio desse. Nunca vi isso em Copa do Mundo”, desatou Felipe.
Para Silva, o Brasil começou a perder a Copa “quando colocaram toda a responsabilidade em cima de um garoto de 22 anos”. Ele se referia a Neymar. “Podiam até perder o jogo, mas que demonstrassem disposição em campo. A seleção já entrou em campo derrotada”, disse ele.
Para Silva, a Alemanha fez por merecer o resultado, mesmo que por um placar inesperado. “Esse time começou a ser montado em 2006, jogou a de 2010 e veio com vontade de ganhar essa Copa”, comentou ao final da partida.
A torcida natalense acompanhou a primeira semifinal da Copa do Mundo por 12 tevês de 42 e 50 polegadas distribuídas, principalmente, por áreas da praça da alimentação do shopping, a exemplo do que vinha ocorrendo desde a fase de grupos da Copa da FIFA.
O shopping que normalmente contava com oito seguranças na área interna, ontem tinha colocado 12 para dar mais segurança aos torcedores, além de uma ambulância para a necessidade de socorro, que ficou na rua Praia de Jenipabu, segundo disse, antes de começar a partida, o supervisor de segurança do shopping, Bruno Macedo.
O público de ontem no Praia Shopping, um dos locais de maior concentração de torcedores depois do Fan Fest e outras duas arenas montadas na Via Costeira e na BR-101, era tipicamente de jovens. Quando começou a goleada, muitos já enrolavam e mordiam a bandeira brasileira, outros caiam no choro, consolados por amigos.