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Qual linha de ação deve ser adotada na Segurança?

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“É preciso melhorar as ações na área de Segurança Pública…”. Independente de posição política, os representantes com maior viabilidade eleitoral na campanha para o governo do Rio Grande do Norte convergem no sentido de ser necessário mais avanço no combate à violência. Ao responder o questionamento da semana da TRIBUNA DO NORTE, o candidato da coligação “Coragem para Mudar”, Carlos Eduardo Alves (PDT), observou que é questão de Estado as medidas adotadas na área de Segurança. “Nós vamos criar áreas integradas em todo o Estado e redistribuir o efetivo das polícias Civil e Militar no interior e Região Metropolitana de Natal de maneira estratégica e de acordo com as estatísticas de ocorrência”, assegurou. O pedetista prometeu ainda remover todos os presos das delegacias do Estado em um prazo de seis meses.

A candidata do DEM, que representa a coligação “A Força da União”, senadora Rosalba Ciarlini, afirmou que consta no seu programa de governo a modernização da estrutura de Segurança Pública, por meio da reforma de delegacias, postos da PM e das unidades da Polícia Científica. Ela disse ainda que reequipará as forças de segurança pública, com viaturas, armas, munição e coletes à prova de bala. “Vamos criar Núcleos Integrados de Segurança Pública, pelo menos 4 na capital, 1 em cada município da RM, e em cidades de médio porte do Interior”, prometeu.

Já o governador Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição pela coligação “Vitória do Povo” afirmou que as ações na área de Segurança Pública não podem ser pensadas em âmbito regional, como meta isoladas das circunstâncias nacionais. Ele observou que o Rio Grande do Norte está hoje entre os de menores índices de criminalidade do Nordeste e do Brasil e que foram selecionados e treinados quase cinco mil homens já incorporados ao efetivo da tropa. “Nos próximos quatro anos vamos dobrar os nossos investimentos”, assinalou.

Veja na íntegra as respostas dos candidatos:

Iberê

“Não se pode pensar numa política de combate à violência só estadual, como meta isolada das circunstâncias nacionais. Até porque o Rio Grande do Norte, para citar nosso exemplo, está hoje entre os de menores índices de criminalidade do Nordeste e do Brasil. Mas não basta. No governo do PSB a atenção para as questões de segurança tem recebido uma ação prioritária.  Foram selecionadas e treinados quase cinco mil homens já incorporados ao efetivo da tropa e nos próximos quatro anos vamos dobrar os nossos investimentos. Os resultados mais recentes já demostram uma redução de 24% dos homicídios nos meses de abril, maio e junho deste ano se comparados ao mesmo período do ano passado. Elevamos em 26% a apreensão de armas e caíram os roubos em estabelecimentos comerciais em 33,6%. Tem um dado que mostra o desempenho da polícia: aumentou em 118,8% a apreensão de drogas. Nos próximos quatro anos a prioridade é concentrar num grande combate às drogas e ao mesmo tempo na ampliação do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência – Proerd – que chegará a todas as escolas públicas e privadas do Estado. O Programa Ronda Escolar vai ser estendido a todas as cidades-polos proporcionando uma cobertura de âmbito estadual. Estamos com uma ação de fronteira que será transformada em Batalhão de Fronteira para impedir a entrada de droga. Vamos reivindicar o aumento do efetivo de agentes da Polícia Federal no Rio Grande do Norte, luta antiga para ter a ação dos agentes federais como parceira. Vejo o Centro Integrado de Operações Especiais – Ciosp – um instrumento de ação determinante na orientação e condução do aparato policial. Natal já tem o Ciosp e agora está sendo implantado em Mossoró. A meta é levá-los a Parnamirim, São Gonçalo, Ceará Mirim, Macaíba, Caicó, Assu, Currais Novos, São José de Mipibu, Santa Cruz, Macau, João Câmara, Pau dos Ferros e Canguaretama. Repito o que já afirmei: o governo não vai conviver com a violência dentro ou fora dos seus efetivos, muito menos conviverá com a impunidade. O sistema de segurança é o braço de confiança da sociedade. Por isso o governo do PSB adquiriu até hoje mais de 1.200 veículos, entre carros, viaturas especiais e motocicletas, além de armas e munição. Vou dotar o Estado de uma polícia cidadã. Temida por quem praticar o crime e merecedora da confiança da sociedade. Meu objetivo é com uma polícia bem qualificada e treinada, indispensável à construção da paz social como direito de todos”.

Rosalba

“Um dos aspectos que mais preocupam as pessoas, hoje, é o aumento da violência e da criminalidade. Estamos nos sentindo cada vez mais inseguros. Temos 400 homicídios por ano somente em Natal. No Estado são mais de mil homicídios por ano. Tivemos um crescimento de cerca de 150% no número de homicídios no RN, no período de 1997 a 2007. E esse número ainda pode estar subestimado. Mas o dado mais grave da violência no RN é que entre a população de até 19 anos, o RN é o 6º estado mais violento, com um aumento de 140,9% nos homicídios de jovens.

Enquanto isso, as polícias operam sem as mínimas condições. Quase 74% dos municípios do RN não têm efetivo da Polícia Civil. Tem delegado que responde por até 14 cidades no interior do estado! A desestrutura e a falta de gestão são tão grandes que a Polícia Militar não inibe a criminalidade, a Polícia Civil não consegue investigar e a Polícia Científica não tem equipamento e pessoal para elaborar laudos e perícias. Temos que adotar ações imediatas para reduzir a criminalidade no RN. Para isso modernizaremos a estrutura de Segurança Pública, reformando delegacias, postos da PM e as unidades da Polícia Científica, que está completamente sucateada, e equiparemos devidamente as forças de segurança pública, com viaturas, armas, munição, coletes à prova de bala. Vamos valorizar os profissionais de segurança pública, investindo na capacitação permanente, e cuidar de nossos policiais com assistência psiquiátrica e médica adequadas. E, onde for necessário, faremos a ampliação do número de policiais, delegacias e postos da PM, de modo a aumentar a presença ostensiva da Polícia Militar e a capacidade de investigação da Polícia Civil, juntamente com a Polícia Científica, para combater a impunidade. Temos de garantir a presença da polícia em todos os municípios do RN. Reduzir os crimes contra a vida será uma prioridade. Para isso, criaremos um Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa e realizaremos forças-tarefa para combater os grupos de extermínio e o tráfico de drogas e de armas.

A polícia precisa agir de forma integrada e inteligente para combater o crime. Por isso, vamos criar Núcleos Integrados de Segurança Pública, pelo menos 4 na capital, 1 em cada município da RM, e em cidades de médio porte do Interior. Esses Núcleos vão juntar no mesmo endereço as principais delegacias especializadas, uma unidade da PM, uma unidade do ITEP e representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança. E ampliaremos para todo o estado o programa Rede Segura, que será uma grande rede de comunicação conectada à central de informações da PM, com 4 canais, taxistas, condomínios, comunidades e comércio, que vão passar informações sobre crimes e atividades suspeitas.

Ao mesmo tempo, priorizaremos ações de caráter preventivo para a redução do crime e da violência. Investiremos pesado na profissionalização do ensino médio e em programas de capacitação que estimulem nossos jovens a estudar e lhes ofereçam a possibilidade de sonhar com um futuro melhor. De imediato, implantaremos, nas comunidades urbanas de renda mais baixa do RN as Academias da Esperança. Serão centros comunitários dotados de estrutura para prática de esportes, cultura e lazer, associados a salas de informática, com oficinas e programas de prevenção de drogas. E teremos o programa RN contra o Crack, em que estabeleceremos convênios para formação de uma rede de instituições de recuperação de dependentes químicos e apoio às suas famílias. Implementaremos um plano de recuperação do sistema penitenciário e disseminar a cultura da paz e da cidadania e chamaremos os norte-riograndenses para construirmos juntos uma sociedade mais justa e mais pacífica.”

Carlos Eduardo

“O problema da Segurança Pública no Rio Grande do Norte tem se agravado porque não existe uma política de Estado para o setor. O crime organizado e o tráfico de drogas tem migrado para o interior do Estado de forma preocupante, mas 80% do efetivo da Polícia Civil ainda se concentra na capital. Há uma profunda carência de atividades investigativas e de polícia judiciária, não há integração entre as polícias Civil e Militar, faltam delegacias estruturadas e o sistema penitenciário não funciona de maneira adequada. A presença de presos em delegacias afeta profundamente a eficiência da atividade investigativa e judiciária e também a repressiva.

Para provocar a diminuição da violência em nosso Estado, é preciso fazer uma profunda modificação nesse sistema e tratar o desenvolvimento humano como a questão central da administração. Nós vamos criar áreas integradas de Segurança Pública em todo o Estado e redistribuir o efetivo das polícias Civil e Militar no interior e Região Metropolitana de Natal de maneira estratégica e de acordo com as estatísticas de ocorrência. Nas cidades, vamos replanejar o policiamento comunitário e realizar patrulhamento diferenciado nos bairros e áreas comerciais. Criaremos corredores de segurança nas principais rotas de tráfego. Serão instalados nas viaturas computadores com acesso à internet, para que o sistema de ocorrências seja alimentado em tempo real.

Vamos recuperar salários, instituir a meritocracia, concluir os concursos públicos paralisados e devolver os policiais com desvio de função aos seus locais de origem. Capacitaremos os profissionais da polícia técnica e científica e adquiriremos equipamentos de última geração de análise pericial. Nós construiremos delegacias de plantão nas Zonas Leste e Oeste de Natal, em Mossoró e Caicó e removeremos todos os presos das delegacias do Estado no prazo de seis meses. Adotaremos uma política efetiva e integrada de combate ao tráfico de drogas.

Essas ações serão articuladas com projetos de Educação, Saúde, Cultura, Esportes, Lazer, Habitação e Urbanismo. A falta de segurança está relacionada com a falta de perspectivas em que se encontra boa parte da nossa população. É preciso oferecer a essas pessoas o direito de sonhar com um futuro melhor, e isso se faz com uma política planejada de desenvolvimento econômico com geração de emprego e renda e diminuição das desigualdades sociais e regionais. “

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