Nascido em 17 de janeiro de 1920, Georges Pichard iniciou estudos de desenho na Escola de Artes Aplicadas de Paris, onde retornaria como professor. Tinha 26 anos quando passou a trabalhar como ilustrador, em 1946.
Dez anos depois, em 56, já com passagens por várias revistas, incluindo Le Rire e Les Veillés des Chaumières, ele estreou precisamente nos quadrinhos com Miss Mimi in La Semaine de Suzette. A virada viria na década seguinte.
Quando conhece o escritor Jacques Lob, em 1964, ele começa a ganhar dimensão ao criar paródias dos super-heróis dos comics americanos, destacando “Tenebrax” (na revista Chouchou) e “Submerman” (na Pilote).
Com os poderes da paródia, vem o grande salto para os desenhos eróticos, contando com o suporte de linguagem de Lob; e ambos lançam em 1967 “Blanche Épiphanie” na V Magazine, e em 1968 “Ulysse” na revista Linus.
Uma outra parceria surge em 1970 com outro George, sobrenome Wolinski, quando explode o seu personagem mais universal, “Paulette”, que serviu de matriz anatômico para outras gazelas rabudas e peitudas pelos anos afora.
Em 1976 ele publicou na revista L’Écho des Savanes a gostosa “Caroline Choléra”; depois veio “Marie-Gabrielle” na Glénat, em 1981; e na sequência emplacou “Carmen” nas edições da Albin Michel a partir daquele mesmo ano.
Pichard fez outras dobradinhas com redatores, como Danie Dubos, talvez o mais criativo na composição de cenários para suas mulheres. E enveredou por roteiros de ficção científica de Jean-Pierre Andrevon na saga “Je Réserve”.
A primeira edição de A Condessa Vermelha saiu em 1985 pela editora Dominique Leroy (sairia no Brasil mais adiante), iniciando uma fase de versões de grandes clássicos, sacaneando Don Juan, Apollinaire e o Kama-Sutra.
Mulheres enormes, voluptuosas, de olhares carregados nas maquiagens, no mais das vezes um misto de escravas brancas e vadias góticas. Um estilo fácil de reconhecer pelos olhares dos seus colecionadores de calos nas mãos.
Georges Pichard se foi em junho de 2003.
O presidente do Conselho Estadual de Cultura, médico e escritor Iaperi Araújo, irá propor aos conselheiros que a primeira sessão do órgão em 2020, em março, seja uma homenagem formal ao artista plástico falecido na quarta-feira.
Reencontros
O velório e o sepultamento de Carlos Soares geraram reencontros de grandes profissionais do mercado de publicidade, a maioria tendo trabalhado com ele nos anos 1980 e 1990, ao tempo das agências Dumbo, TP, Briza e Marca.
Botando a tampa
A fila fervilhando nas portas do INSS surgiu porque Paulo Guedes inventou ano passado de prometer a fórmula da felicidade. Agora que está prestes a explodir outra coisa, colocaram nas mãos de Rogério Marinho a tampa da panela.
É a fé, estúpido
A tática do PT em buscar aproximação com os evangélicos foi num quase pânico após a pesquisa Datafolha revelar que 81% dos brasileiros são cristãos. Semanas antes, a militância foi solidária ao filme desrespeitoso com Jesus.
O jornalismo da Tribuna do Norte agora tem uma ferramenta à altura para as reportagens de identificação dos anseios e das questões do estado. A criação do Instituto RadarNE pelo grupo Flávio Azevedo é um reforço para o jornal.
Ruas da cidade
Atenção, não adianta fechar bonitinho o calendário, agendar os artistas se os corredores da folia não estiverem adequados em todos os bairros. Há muita sujeira, buracos e ausência de sinalização em diversas ruas de Natal.
Raridade
Um colecionador de quadrinhos de faroeste, de São Paulo, comprou em Campinas por R$ 3,5 mil a edição número 1 de Flecha Ligeira, lançada no final de 1953 pela Editora Rio Gráfica e com capa do potiguar Evaldo Oliveira.
Documentário
Favoritíssimo ao Oscar, o doc “Indústria Americana”, com produção do casal Obama, tem qualidade técnica de cinema dos bons, além de mexer com o emocional de uma nação orgulhosa e narcisista. Já disponível na Netflix.
O baterista potiguar Rogério Pitomba, que em 2013 venceu o maior festival do gênero no Brasil, vem conquistando plateias na Europa compondo o trio Sweet Nordeste, com o sergipano João Ventura (piano) e o alagoano Júnior Maceió (sax). Rogério, cujo sobrenome é Marinho (sem parentesco com o político), está residindo atualmente em Portugal.