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11 de setembro de 2011

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Espaço livre [ Agnelo Alves ]

Eu estava em Brasília, embarcando de volta para Natal/Parnamirim, no dia 11 de setembro de 2001. No percurso do hotel para o aeroporto, o taxista interrompe a leitura do “Correio Brasiliense” que eu estava fazendo e diz: “o rádio está anunciando que os Estados Unidos foram atacados com bombardeio. É sério ou é brincadeira de terror? Quem atacou? Vai ter bomba atômica”. Não valorizei o que estava me sendo reportado pelo motorista. Entretanto, parei para pensar se verdade ou se realmente fora uma mentira, no estilo novela de mau gosto, quando o motorista novamente me interrompe: “Nova Iorque está sendo destruída”.

Não me lembro exatamente o que falei. Paguei e já caminhava para o balcão da companhia aérea, quando uma senhora de meia idade apareceu na minha frente e gritou: “Eu lhe conheço. A Rússia atacou os Estados Unidos. É a guerra atômica. Ninguém vai escapar”… Pedi calma. Mas, a partir daquele instante, comecei a me preocupar. Chegou um parente daquela senhora e, com um carinhoso abraço a levou do local. Não tinha mais dúvida. Alguma coisa grave estava acontecendo no mundo.

No balcão, a atendente estava visivelmente atordoada, me dizendo: “Não dá para acreditar. Eu queria ir para casa, mas não posso. Tenho que trabalhar”. Chamou outra colega e me levou para a sala VIP, onde a televisão mostrava o segundo ataque. Na sala estavam todos os passageiros que aguardavam ser conduzidos para o avião do vôo que fariam. Cada um dos presentes com uma opinião. Todas pessimistas. Cada um querendo embarcar, dizendo um disparate, todos atordoados. Parecendo que o alvo fora Brasília. Devo ter dito meu disparate também. A comissária voltou para me levar com mais três passageiros e duas passageiras para o avião. Estava visivelmente tensa.

Tomei assento na poltrona do corredor do avião. Na poltrona do meio estava uma senhora e na poltrona encostada à janela um passageiro com olhar assustado. Logo que o avião decolou, recostei um pouco o espaldar da cadeira e creio que, em um instante, comecei a dormir, como de costume quando viajo de carro ou avião. Ainda ouvi a senhora ao meu lado dizer para o cidadão ao seu lado: “Meu Deus, como é que pode dormir numa situação dessas. Ou não sabe de nada do que está acontecendo ou está dopado”. Não ouvi se houve resposta do cidadão da poltrona próxima à janela.

Acordei com o avião já aterrissando – nos preparativos, melhor dizendo – no Aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim. Olhei para a senhora rindo. Retribuiu o sorriso, mas não se conteve e me perguntou: “O senhor não está sabendo de nada, não é?” Respondi, simplesmente pedindo para manter a calma, por que “entre mortos e feridos o mundo vai escapar e nós também”. No aeroporto, soube dos detalhes, dos ataques com terroristas suicidas.

A guerra continua. O mundo escapando e nós também, entre os milhares de mortos. Dez anos, hoje, daquele 11 de setembro de 2001.

CRISE ECONÔMICA

Acredito que a necessidade – sei lá – de manter os altos índices de aprovação da gestão que vem fazendo está contribuindo para a presidente Dilma Roussef negar os efeitos da crise econômica mundial já na economia nacional. Dilma chegou ao ponto de recomendar, no pronunciamento comemorativo de 7 de setembro, que a população continue consumindo. Mantenho a lição que aprendi em minha casa desde menino, em Angicos: “Gastar menos do que ganho”. Não devo e ninguém me deve. Não tomo emprestado e nem empresto. Não pago cafezinho para ninguém e ninguém paga para mim. Com as exceções que não são regras.

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