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14 cidades cancelaram o carnaval de 2022 no Estado

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Com a elevação dos casos de covid-19 e de síndromes gripais no Rio Grande do Norte, neste começo de 2022, pelo menos 14 cidades já decidiram cancelar a programação oficial do carnaval de rua, entre os dias 26 de fevereiro e 1º de março.  Além de não ocorrer em Natal, a folia não vai para as ruas em cidades potiguares com tradicionais festas carnavalescas, como Parnamirim (Pirangi), Macau e Areia Branca. Além dessas, Apodi, Tibau, Tibau do Sul, Assu, Pendências, Grossos, Dix-sept Rosado, Alexandria, Upanema e Almino Alfonso suspenderam o carnaval de rua. No Brasil, 19 das 27 capitais, incluindo Natal, não vão realizar o carnaval de rua em 2022.
Festejos de carnaval serão mais uma vez cancelados em todo o país. Motivo é o agravamento da pandemia com a nova variante
O anúncio mais recente foi feito nesta quinta-feira (13) pela prefeitura de Macau. A decisão, segundo o município, leva em consideração “a proteção da população macauense”, tendo em vista que medidas precisam precisam ser tomadas para evitar a propagação do coronavírus, causador da covid-19.
Segundo a prefeitura, a suspensão das festividades será oficializada em decreto a ser publicado na próxima terça-feira (18).  O documento orientará a população sobre as normas que entrarão em vigor para o período de Carnaval no município.
O prefeito José Antônio de Menezes ponderou a necessidade de se evitar grandes aglomerações em virtude da circulação da variante Ômicron, do coronavírus, e do surto de síndromes gripais no Rio Grande do Norte. No espaço entre 15 dias, de 27 de dezembro do ano passado a 11 de janeiro deste ano, a cidade do Polo Costa Branca passou de 15 para 55 pessoas em tratamento da covid-19. A evolução das infecções representou um aumento de cerca de 267% nesse período.
Já o carnaval de rua de Parnamirim, região metropolitana do Estado, foi cancelado oficialmente pelo poder público municipal nesta quarta-feira (12). O motivo é o aumento dos índices de Covid-19, causada pela crescente contaminação gerada pela variante Ômicron, além do aumento de casos de síndrome gripal.
Já em relação à situação do Carnaval de rua em Caicó, ainda não há definição. A Prefeitura da cidade ainda não anunciou se vai ter os tradicionais blocos de rua. De acordo com o Executivo, está prevista uma reunião para a próxima semana com diversos órgãos, quando o assunto será discutido e uma decisão será tomada. O Bloco do Magão, uma das mais tradicionais atrações do Carnaval de rua em Caicó, já se antecipou e anunciou que, mesmo tendo folia de rua, não irá participar dos festejos neste ano. Em nota, a Ala Ursa do Poço de Sant’Ana confirmou que a decisão foi tomada devido à cautela com a presença da pandemia de covid-19 e suas variantes no País.
Natal
Em virtude dos índices crescentes dos atuais quadros virais relacionados à Covid-19 e à gripe Influeza, a Prefeitura Municipal do Natal decidiu cancelar a programação oficial do próximo Carnaval, que seria realizado entre o fim de fevereiro e começo de março na cidade. 
A decisão do Executivo atende a recomendações do Comitê Científico do Município e de técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), com base nos índices de 600 atendimentos por dia nos dois Centros de Enfrentamento criados pela gestão para conter casos da Síndrome Viral e do coronavírus com a variante Ômicron.
O prefeito Álvaro Dias explicou que “tendo em vista os índices de que pessoas acometidas pelo coronavírus e essa nova variante Omicron e também as síndromes virais têm aumentando constantemente, o Comitê Científico voltou a se reunir, deliberou e decidiu cancelar o nosso Carnaval”.
Dias afirmou que a decisão “seguiu o exemplo de cidades outras, que têm o Carnaval consolidado como o Rio de Janeiro, Salvador (BA) e Olinda (PE), vamos pensar e entender que a prioridade de qualquer gestor deve ser zelar pela saúde pública e pela vida dos seus munícipes, tendo em vistas essas prioridades, que sempre foram prioridades da nossa gestão, resolvemos cancelar o Carnaval da cidade de Natal”.
Entidades divergem sobre o cancelamento 
De acordo com algumas entidades representativas do comércio, turismo e hotelaria ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE, o cancelamento traz um grande impacto para a economia, mas as instituições já se preparavam para essa possibilidade, que acabou se concretizando na quarta-feira (12) com a confirmação por parte do prefeito Álvaro Dias. Na tarde de quarta, o prefeito se reuniu com reunião com o Comitê Científico do Município de Natal e técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
De acordo com a prefeitura, a decisão foi tomada com base nos índices de 600 atendimentos por dia nos dois centros criados para conter casos da gripe e da variante Ômicron do coronavírus. No entanto, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Rio Grande do Norte (Abrasel/RN) contesta a decisão. O conselheiro nacional da instituição, Max Fonseca, acredita que há condições sanitárias para a manutenção do carnaval público e que o cancelamento das festividades significará mais uma baixa para o setor.
“A Abrasel sempre defendeu a ciência, a vacina e as medidas que visavam proteger a população. A gente tem acompanhado a situação, inclusive na África do Sul, onde a ômicron já aconteceu, que ela foi violenta e rápida. Hoje nós temos aqui um índice altíssimo de vacinação e rede hospitalar desafogada e a princípio a gente não vê os motivos que levaram ao cancelamento da festa”, diz Fonseca.
O representante dos bares e restaurantes afirma ainda que apesar de contestar, respeita a decisão e acredita que ela possa ser revista até o mês que vem. “A prefeitura sempre foi um aliado nosso, sempre trabalhou conosco, flexibilizou os decretos conforme discutíamos, então nos causou surpresa esse cancelamento. Vamos avaliar, vamos acompanhar mais, mas eu acho que podia ser revista essa decisão em função dos dados que a gente tem”, completa.
Por outro lado, o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do RN (Fecomércio), Marcelo Queiroz, lamenta o cancelamento, mas acredita que a decisão foi acertada. “Esta decisão é imposta pelo agravamento dos casos de Covid e Influenza, que têm sobrecarregado o sistema de saúde em todo país, levando 17 capitais e várias cidades a cancelarem os festejos de Carnaval. É uma decisão que impacta negativamente nesse momento, mas é importante para garantir o não retrocesso do funcionamento das atividades econômicas”, comenta.
Segundo o Executivo, com essa medida preventiva “mantém-se propósito que guia as ações desde o início da pandemia do coronavírus, no sentido de preservar vidas e prestar a melhor assistência em saúde à população da cidade”. A prefeitura considera o alto potencial do evento de mobilizar multidões, que ampliariam o risco de contágio e propagação das síndromes gripais que hoje afetam a cidade.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do RN (ABIH), Abdon Gosson, destaca que o reflexo do cancelamento só será sentido nos próximos dias, mas, ainda assim, de forma branda. Isso porque, segundo ele, a capital potiguar não é um destino para o qual as pessoas planejam vir diretamente para o feriado de Carnaval, como é feito em Olinda, no estado de Pernambuco, por exemplo, ou em Salvador, na Bahia. Gosson pontua ainda que o impacto das síndromes gripais nas reservas deverá ser baixo devido ao tempo de isolamento da influenza e da ômicron.
“O nosso destino é de lazer, onde as famílias vêm para aproveitar o sol e o mar no maior feriado do Brasil, que é o Carnaval. Claro que quando acontece esse carnaval em Ponta Negra, isso é muito interessante para os turistas, mas eles não vêm especificamente para este carnaval. Os cancelamentos serão pequenos. Vai afetar porque a gente esperava ter o melhor verão dos últimos anos, mas nos preocupa muito mais essa gripe e a ômicron”, diz.
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