Abrir um negócio está entre os principais sonhos dos brasileiros, ficando atrás apenas de ter a casa própria, viajar pelo país e comprar um carro segundo a pesquisa Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM). E esse sonho de ter a própria empresa foi conquistado, de acordo com dados da Receita Federal, por 19.069 pessoas no Rio Grande do Norte em 2019. Esse foi o número de empresas oficialmente abertas e registradas no Simples Nacional, o regime simplificado de arrecadação de tributos. A maioria na categoria de Microempreendedor Individual (MEI).
Até o início do ano passado, o Estado tinha 159.267 pequenas empresas optantes pelo Simples e chegou ao final do dezembro com um total de 178.336 optantes. Isso representa um aumento de 11,9% em comparação com o mesmo total do ano anterior. São considerados pequenos negócios as empresas que faturam até R$ 4,8 milhões por ano e estão enquadradas nas categorias de MEI, microempresa (ME) e empresa de pequeno porte (EPP).
#SAIBAMAIS#Uma das microempresas criadas ao longo de 2019 é a do engenheiro e empresário, Arthur Messias. Em sociedade com a esposa, a médica Beatriz Cavalcanti, eles criaram o Espaço Mentaliza, que é um ambiente de estudos adaptado para as necessidades dos estudantes (de diversas faixas etárias e com objetivos múltiplos). “Na concepção do projeto do Espaço Mentaliza já estávamos decididos pela formalização, então, assim fizemos. De acordo com a nossa faixa de faturamento escolhemos essa modalidade, com o desejo de uma progressão de modalidade com o aumento do faturamento”, relata Messias.
Questionado sobre o objetivo do negócio, ele explica que foi concebido a partir de uma necessidade da esposa, que à época estudava Medicina. “Ela tentava estudar em casa, porém era muito interrompida, assim, tentava em bibliotecas públicas, porém todas eram muito burocráticas, com horário reduzido e muitas vezes não tinham vagas, assim observamos a necessidade do mercado e decidimos criar um ambiente de fácil acesso onde todos pudessem estudar com a tranquilidade e organização necessárias para atingirem suas metas”, declara.
A ideia que se tornou negócio consiste num ambiente totalmente voltado para quem deseja estudar com qualidade. Nele, há salas com cabines individuais e também para estudos em grupos e reuniões, tudo arquitetado e planejado de acordo com as necessidades atuais do concurseiro, seja ele um jovem estudante de Enem ou um futuro magistrado.
Questionado sobre as vantagens da formalização, Arthur Messias elenca os seguintes pontos: “Criação de CNPJ, abertura de contas jurídicas, baixo custo de tributos e, principalmente, possibilidade do acesso à empréstimos”.
MEIs lideram formalizações
A categoria que mais contribuiu para esse crescimento foram os negócios registrados como MEI – aqueles formalizados por profissionais autônomos que trabalham por conta própria e que têm faturamento anual bruto de até R$ 81 mil. Entre 2018 e 2019, o Rio Grande do Norte deu um salto no número desses micronegócios, saindo de 101.273 para 120.758 formalizados em todo o Estado. Foram criados 19.485 novos negócios nessa categoria jurídica no ano passado, 19,2% a mais que em 2018.
Dez municípios concentram cerca de 65% desse tipo de empresa no Estado, principalmente a capital e cidades da região metropolitana. Natal possui 66.031 pequenas empresas registradas, seguida de Parnamirim, que tem a segunda maior concentração de pequenos negócios do Rio Grande do Norte, com 16.740 empresas. Mossoró aparece logo em seguida, com 14.135 negócios de pequeno porte formalizados. São Gonçalo do Amarante ocupa a quarta posição no ranking com 4.899 empresas e Caicó com 4.222 negócios.
O ranking dos dez municípios potiguares que retêm o maior número de pequenas empresas é completado por Ceará-Mirim (3.216), Macaíba (3.056), Assú (2.668), Currais Novos (2.637) e Extremoz (2.084).