Ramon Ribeiro
Repórter
Mas 2018 também foi ano de comemoração. Já não bastasse o espetáculo “Jacy” estar trilhando uma extraordinária carreira Brasil afora mesmo cinco anos depois do seu lançamento, o grupo Carmin consegue emplacar um segundo espetáculo, “A Invenção do Nordeste”, conseguindo aclamação do público e da crítica. A peça, que estreou no ano passado e que busca desconstruir a imagem estereotipada do Nordeste e do nordestino, não só segue em temporada no Sudeste como está nas listas de melhores do ano da crítica especializada e também está concorrendo nas principais categorias dos mais importantes prêmios do teatro nacional, a exemplo do Shell e do Cesgranrio.
E se o teatro potiguar foi encantar plateias fora do Rio Grande do Norte, o contrário também aconteceu com a vinda de grupos dos mais variados estilos para apresentar espetáculos no estado. Recebemos peças como “Hamlet”, do grupo Armazém (RJ), “Clake”, do Circo Amarillo (SP), “Os Cavaleiros da Triste Figura”, do Grupo Boca de Cena (SE), “Os Realistas”, “Baixa Terapia”, musicais no naipe de “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”, “Vamp”, “60! Década de Arromba”, e a obra-prima “Cão Sem Plumas”, da Cia Deborah Colker.
Teatro Alberto Maranhão, em Natal, fechado para adequações
Mossoró, cuja cena teatral está bastante aquecida, ganhou o retornou de mais uma casa de espetáculos. O Teatro Lauro Monte Filho foi reaberto com estrutura moderna, agora em dezembro, após dez anos de portas fechadas. Quem também foi reaberto modernizado foi o Teatro Adjuto Dias, em Caicó, cidade que também vive uma fase de crescimento nas artes cênicas.
Foi da Terra de Santana, por sinal, o único grupo potiguar selecionado para circular o Brasil pelo programa Palco Giratório do SESC. Trata-se da Cia Trapiá, que além de passar o ano em cartaz com o espetáculo “P’S”, também apresentou em pré-estreia a peça “Chico Jararaca”, que conta a saga do cangaceiro caicoense Chico Jararaca, do bando de Antônio Silvino (anterior ao de Lampião). Em Caicó também aconteceu o Festival Aldeia Sesc Seridó, que completou 10 anos de atividades na região.
Alguns vão de maneira abrupta. Outros chegam cheios de energia para dar seus primeiros passos diante do público. Montados com jovens da UFRN, os musicais “Sapiens e a Ciranda do Infinito” e a “Bye Bye Natal” revelaram uma nova geração que quer atuar, dançar e cantar no palco.
Festivais e editais
O ano de 2018 não foi generoso em patrocínios, o que impossibilitou, por exemplo, a realização do festival “O Mundo Inteiro É Um Palco”, e o Palco Gira Dança, do Giradança. Dificultou a vida de outros eventos, mas não o deixando passar em branco. Na Casa da Ribeira aconteceu o Festival Internacional Casa da Ribeira (FICA). Em Mossoró, a dança ganhou holofote com a realização do Encontro de Dança Contemporânea. E no Cine Teatro de Parnamirim, a dança também foi destaque com o Tanz Festival, que uniu o clássico e o urbano.
Teatro Lauro Monte Filho, em Mossoró, foi reformado e reaberto
Dança:
“Anticorpos”, da Domínio Cia de Dança
“Exit”, de Alexandre Américo
“Pelo Pescoço”, de Daniel Torres e Ana Cláudia Viana
“Sonhos Lúcidos”, da Cia Shaman Tribal
Teatro:
“A Farsa”, do grupo A Máscara de Teatro (Mossoró).
“Nos confins do horizonte”, da Cia Escarcéu de Teatro (Mossoró).
“A coisa do humano”, da Cia Bagana de Teatro (Mossoró).
“O Torto Andar do Outro”, da Cia Pão de Doce (Mossoró).
“Chico Jararaca”, da Cia Trapiá (Caicó)
“Tubo de Ensaio A: Saturação” e “Tubo de Ensaio B: Essência”, do Clowns de Shaklespeare (Natal).
“Mulheres Invisíveis”, Grupo Estandarte (Natal).
“Jornada de um imbecil até o entendimento”, Facetas Mutretas e Outras Histórias (Natal).
“Instruções para abraçar o ar”, de Diogo Spinelli (Natal).
“Forró Pé de Guerra”, de César Ferrario (Natal).
Musical:
“Sapiens e a Ciranda do Infinito”, Danilo Guanais e Diana Fontes
“Bye Bye, Natal”, Diana Fontes