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28% das macas do Samu ficam retidas

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Marcelo Lima
Repórter

De todos os atendimentos do Samu Natal no período de um mês, 28% terminam com macas ou pranchas  presas dentro dos hospitais. No período de 14 de março até 14 de abril, os dois tipos de ambulâncias do Samu – Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e de suporte básico – foram acionadas 2.538 vezes. Em 728 casos, as macas ou pranchas não foram entregues pelos hospitais imediatamente. Com menos viaturas disponíveis para atender a população, o tempo de resposta para o atendimento aumenta.
Em 30 dias, 728 macas e pranchas de atendimentos do Samu Natal ficaram retidas em hospitais
#SAIBAMAIS#Esse tempo é contado a partir do momento da ligação até a chegada da equipe no local onde está o paciente. E é nos fins de semana e feriados que  a situação se agrava. Conforme o diretor didático-pedagógico da empresa Resgate das Dunas, Jonilson Carvalho, 8 minutos é o intervalo de tempo reconhecido internacionalmente para esses atendimentos. De acordo com o coordenador-geral do Samu RN, Cláudio Macedo, uma portaria do Ministério da Saúde estabelece o tempo resposta entre 8 e 10 minutos.

Entretanto, no Samu RN o tempo de espera é maior. Segundo Macedo, isso acontece por conta das distâncias que ambulâncias tem que percorrer, uma vez que 78% do Rio Grande do Norte é coberto por 44 unidades de atendimentos, incluindo motolâncias e o helicóptero Potiguar 1. “Se a unidade básica de Parelhas estiver em ocorrência, mas um munícipe esteja precisando, a gente desloca qualquer viatura de qualquer região próxima a parelhas caso seja necessário”, disse.

Embora não tenha quantificado, esse tempo aumenta quando as ambulâncias ficam retidas à espera da liberação das macas. “Existe momentos tenho nove viaturas presas do Samu. Tive uma equipe de passou 48 horas para conseguir a maca de volta”, contou. Nossa equipe também tentou entrevista com a coordenação do Samu Natal para saber como essa retenção afeta o tempo de resposta do serviço, mas conseguimos apenas os dados estatístico dos últimos 30 dias.

Na opinião do coordenador, as macas reserva são paliativos. “Não adianta colocar macas dentro das viaturas ou dentro das instituições para  atender os doentes. Tem que resolver o problema nos municípios pequenos e de médio porte, porque eles não estão atendendo o paciente adequadamente. Às vezes, o médico não tem condições de trabalho, medicamento e material. Então, ele encaminha o paciente para a rede de referência: as Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), Maternidade Januário Cicco, Walfredo Gurgel, Deoclécio Marques e Santa Catarina”, expôs.

Em conversa com a diretora do Hospital Walfredo Gurgel, onde o problema é mais evidente, Maria de Fátima Pinheiro disse que os hospitais regionais não têm funcionado a contento. Com isso, o hospital gerido por ela transborda de pacientes pelos corredores. Entre outros problemas, a diretora reclama da falta de salas de estabilização, responsável por dar o primeiro atendimento aos pacientes em estado grave. “Teve uma menina que chegou aqui nessa semana e morreu, porque o interior transfere paciente para cá de qualquer jeito, mesmo que não tenha condição de transferir. Sem ligar pra cá, sem nada”, exclamou.

De acordo com o coordenador-geral do Samu RN, até existem salas de estabilização pelo Interior, mas essas também estão lotadas. “Mas isso não resolver, porque o paciente fica lá para estabilizar, mas precisa de um leito. As unidades de alta complexidade estão cheias de gente que até mesmo não precisam estar lá. Paciente esse que deveria ter sido resolvido na unidade de origem, nos hospitais regionais”, respondeu Cláudio Macedo. Ainda conforme os coordenador, as salas de estabilização estão concentradas em hospitais regionais  da Grande Natal: Canguaretama, Goianinha, Monte Alegre e Extremoz.

Macas roubadas
Para completar a disputa por macas, as ambulâncias dos municípios do interior do RN e até de outros Estados tem retirado as macas do Samu Metropolitano dos hospitais de Natal. “As ambulâncias maiores dos hospitais encaixam com as macas, eles levam e a gente perde as marcas”, disse Cláudio. Uma das macas chegou do Samu RN chegou a ser encontrada no município paraibano de Cuité, divisa com o Rio Grande do Norte. O Samu deve adotar medidas para evitar essa prática.

Retenção de macas no Samu Natal
Período: 14 de março a 14 de abril.
728
macas ou pranchas presas

1º fim de semana (1 a 3 de abril):
43     macas
20     pranchas

2º fim de semana (08 a 11 de abril):
71     macas
22     pranchas

Fonte: Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) Natal.

Atendimentos terminam com macas do Samu presas
Período: 14 de abril a 14 de março. 

2.538
total de acionamentos
(deslocamento) de unidades
de suporte básico e avançado

728
macas/pranchas retidas

28,68%
dos atendimentos do
Samu acabam com macas
retidas em hospitais

Fonte: Samu/Natal

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