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3 Chicos bailarinos

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CHICO -  Universo buarquiano em cena no Teatro Alberto Maranhão

“Como num romance / O homem dos meus sonhos / Me apareceu no dancing / Era mais um / Só que num relance / Os seus olhos me chuparam / Feito um zoom”

Agora imagine esse mesmo Chico Buarque feminino de “A história de Lily Braun” em outras duas versões rodeado de bailarinos. A proposta é trabalhada há um ano pelo Ballet Stagium, grupo de dança contemporânea de São Paulo que apresenta hoje e amanhã, no Teatro Alberto Maranhão, o espetáculo “Stagium Dança Chico Buarque”.       

A apresentação ocorre a partir das 21h e mistura a leveza dos Chicos feminino, político e teatral. Depois do público de Natal é a vez do mossoroense acompanhar o espetáculo, no dia 1o de agosto. 

A diretora da peça, Marika Gidali, conta que a idéia é colocar o universo buarquiano todo em cena. “Pegamos os três Chicos e colocamos num depósito. Cada momento cria vida. Essa é a primeira vez que apresentamos o espetáculo em Natal, embora desde 1972 o grupo apareça na cidade. Até agora, por onde a gente passou tivemos uma receptividade muito boa”, disse.

O coreógrafo Décio Otero ressalta que um espetáculo dedicado inteiramente a Chico Buarque era um sonho antigo. E revela que não foi fácil reunir as três personalidades num balé. “Sempre quis trabalhar com o Chico e, na escolha, do repertório decidimos ficar centrados nas décadas de 60 e 70, numa época difícil de ditadura militar. Não chega a ser um lado B, mas vamos trabalhar algumas canções menos conhecidas também, como `Na carreira´, `A História de Lily Braun´”, disse.   

“Tem dias que a gente se sente / Como quem partiu ou morreu / A gente estancou de repente / Ou foi o mundo então que cresceu / A gente quer ter voz ativa / No nosso destino mandar / Mas eis que chega a roda viva / E carrega o destino prá lá …”

O período escolhido para o repertório, anos 60 e 70, coincide com a participação política da esquerda festiva cultural brasileira. Uma das pérolas do compositor carioca estará presente personificada em “Roda Viva”. “Foi importante porque quando Celso Martinez montou o espetáculo ‘Roda Viva’ na época da repressão, a polícia invadiu o teatro e bateu nos artistas, no público”, lembra.    

De acordo com Otero, a “charada” do espetáculo é justamente a relação contemporânea de Chico com o passado. “Esse período representou muita coisa. E procurei colocar o espetáculo dentro de um museu, que é um lugar onde estão esquecidas as coisas preciosas, como cantores brasileiros que não tocam mais. Me emocionei muito com o resultado”, afirmou. 

Indagado sobre se o público pode confundir a coreografia em cima das letras e melodias buarquianas, ele diz que não. “De maneira alguma. É dança contemporânea. A diretora Marika tem uma coisa de transformar as peças em teatro quando dirige. Meu estilo de coreografia e a direção dela acabam sendo uma coisa só, virou marca do Stagium”, analisou.        

35 anos de Stagium

A companhia paulistana completa 35 anos em 2006. A atual temporada com “Stagium Dança Chico Buarque” é composta de 14 bailarinos. Partindo do princípio do que fazer, onde fazer, como fazer e para quem fazer, Marika Gidali e Décio Otero decidiram, há alguns anos, desenvolver um trabalho voltado para a educação e a cidadania. Entre os projetos do grupo estão o “Stagium vai às escolas”, “Projeto Criativo” e “Projeto Joaninha” 

Serviço:

Espetáculo “Stagium Dança Chico Buarque”, hoje e amanhã, a partir das 21h, no Teatro Alberto Maranhão. Preços: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (estudante).

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