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80 anos do Sargento Paul

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Alex Medeiros 
John Lennon era o general da banda, ninguém duvida. Mas, como ocorre no cotidiano de um quartel militar, era o sargento Paul McCartney quem mantinha em evidência a ordem do dia com os outros beatles. Macca ditava o ritmo e a harmonia produtiva. E esta crônica de hoje é um louvor ao aniversariante do fim de semana, que chega aos 80 anos com o talento lapidado pela experiência dos anos.
Não trato aqui de estabelecer parâmetros sobre qual era o melhor dos Fab Four, apenas tento mostrar que entre as qualidades que em cada um deles se sobressaíam aos outros, como a liderança institucional de John, cabia a Paul a referência musical. Não existiriam os Beatles sem Lennon, óbvio. Mas não haveria equilíbrio entre sua veia criativa e seu destempero sem a presença do amigo McCartney. E ambos não seriam o que foram sem George e Ringo.
A curta e, no entanto, longeva trajetória dos Beatles deve muito ao refino musical e à inteligência comercial de Paul. Foi ele o único a não dar confiança Allen Klein, que já havia tapeado Lennon, como já fizera até com Mick Jagger.
Foi ele o primeiro a perceber a crise que levou ao fim do grupo; alertou os amigos para a fome pecuniária de Klein, identificou a ingerência perigosa de Yoko Ono, mas evitou confronto para não penetrar no terreno pessoal de John.
Quando Lennon trocou a namorada de adolescência pela artista japonesa, e com seu autoritarismo impôs aos amigos uma distância física e emocional de Cynthia Powell, foi Paul o único a ignorar tal deselegância, e foi lá visita-la.
Em seu livro autobiográfico “John”, em que Cynthia narra o passado ginasiano com John até à separação, em 1968, ela conta emocionada sobre a rosa que Paul lhe entregou. “Ele era o único que não tinha medo de John”, declarou.
Desde os primeiros anos da amizade, McCartney impôs com naturalidade o respeito que Lennon teve por ele até morrer em Manhattan, em 1980. A capacidade teórica e prática de Paul superava a força da liderança de John.
Quando o garoto mimado pela chibata moral da tia Mimi rejeitou a presença o adolescente George na turma, foi vencido e surpreendido quando Paul colocou o garoto diante dele e mandou que tocasse o violão. John quase que babou.
Dos quatro gênios, Paul McCartney foi aquele que melhor soube se relacionar com os vícios, principalmente as drogas em moda nos loucos anos da década de sessenta. Livrou-se da maconha e do uísque com um racionalismo puro.
Não faz muito tempo, deixou de dar uns tapas na coisa, baseado no princípio paterno de não influenciar a filha Beatrice. Fugiu do uísque quando o vício já parecia tê-lo dominado, nos tempos em que a carreira dos Beatles fadigava.
Até 1970, com a banda já separada, ele lutou contra aquele que Vinícius de Moraes chamava de “melhor amigo do homem, o cachorro engarrafado”. A então mulher, Linda, fugiu com as crianças para uma fazenda na Escócia.
Hoje, quando faz 80 anos, os fãs pelo mundo louvam nas redes sociais, a mídia lhe dedica espaços enormes, mostrando que nenhum dos ídolos dos anos 60 chegou aonde ele chegou em se tratando de reconhecimento mítico.
Muitos brincam dizendo que Paul McCartney seria um octogenário, se estivesse vivo; numa brincadeira com a lenda urbana criada em 1966, logo após os Beatles lançarem o álbum “Revolver”. O boato reforçou-se em 1967.
A canção “When I’m Sixty-Four”, composta por ele, mas logo atribuída a John, já que o verdadeiro Paul havia falecido num acidente, a música tenta antever o autor no futuro, aos 64 anos, um idoso quase inerte e à espera do fim. 
O Paul de 25 anos que a compôs jamais imaginou ser o mesmo cara aos 80. Musicalmente, mantém a pegada produtiva como quando revolucionou o rock idealizando o LP Sgt Pepper’s. O sargento Paul é um mito que não envelhece.
Hospital 
O prefeito Álvaro Dias não apenas registrou gratidão ao presidente Jair Bolsonaro pelo que fez por Natal, mas também aproveitou o evento de ontem para conversar sobre a perspectiva da abertura de um hospital municipal.
Petrobras 
Muito forte o discurso do presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, exigindo a renúncia do presidente da Petrobras e acusando diretores e acionistas de declararem guerra ao Brasil. Ou intervém ou então vende logo.
Lula e PCC 
O contador João Muniz Leite não é apenas um picareta ligado ao chefão do PT, mas era parceiro do filho Lulinha e da nora Renata, responsável por abrir as novas empresas do “Silva Jr”. Os escritórios do trio eram no mesmo edifício.
Picardia 
De um velho frequentador de comícios e convenções partidárias durante o ato de Lula e a motociata de Bolsonaro: “Na festa junina lulista tinha mais banheiro químico do que gente, no passeio bolsonarista tinha mais moto do que gente”.
Truque 
O perfil oficial do PT de São Paulo apagou uma postagem, mas sem dar tempo de evitar o print dos atentos tuiteiros. Usou uma foto de comício de 2018 em São Leopoldo como se fosse Natal no feriado de Corpus Christi. Que pecado…
Covidado 
O segundo petista local de maior amizade com Lula (o primeiro é Crispiniano Neto) perdeu a visita do chefe. Apesar de vacinadíssimo com todas as doses e cumpridor radical dos protocolos, Fernando Mineiro foi pego pela Covid.
Top Ten 
Duas listas com os 10 craques. Do ministro Marcelo Navarro: “Pelé, Garrincha, Ronaldo, Romário, Rivaldo, Zico, Leônidas, Didi, Nilton Santos, Falcão”. Do leitor Plácido Borges: “Garrincha, Pelé, Tostão, Zizinho, Didi, Zico, Dida, Gerson, Romário, Ronaldinho”.
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