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A arte de negociar

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Vicente Serejo

O Plano Diretor de Natal passa por revisão este ano e discussão tem a participação da população nos grupos de trabalho

Parece que não anda na direção de um bom caminho, salvo melhor juízo, o debate em torno da reforma do Plano Diretor. Mas uma vez, as posições de lado a lado ficam acirradas e tencionam de forma precoce e excessiva, sem que as partes tentem esgotar todas as formas de negociação. Das convergências às divergências, até atingir a exaustão, para só depois, e se inevitável, buscar a justiça como o fórum natural e insubstituível da sociedade democrática.

Não parece o modelo ideal. As partes, representadas pelas entidades representativas de classe, de um lado, e as instituições jurídicas e técnicas do outro, fazem declarações radicais e nem notam que se descredenciam e se desqualificam como negociadores de uma questão da qual a sociedade tem todo direito de esperar o melhor para o bem estar individual e coletivo. Não temos líderes e, como não temos, vivemos dos fogos de artifício típicos do despreparo.

É natural que ao poder público, ai representado pela Prefeitura e a Câmara Municipal, caiba a tarefa de incentivar o desenvolvimento urbano da cidade, sem ferir seu patrimônio natural. Sim, mudanças geradoras de emprego e renda, mas, sem levar a defesa ambiental ao extremo de uma idealização fora da realidade. Assim também como é condenável não ouvir o outro lado da representação da sociedade. O campo é do diálogo e não de prova de força. 

O problema é que, pelo ritmo da disputa, a capacidade de negociação pode terminar sendo a grande derrotada. Todas as vezes que uma discussão perde de vista a possibilidade de saídas pactuadas, como se fosse impossível – e não é – o debate resvala para a perda do mais valioso instrumento da sociedade que é a política. É velho como a noite o brocardo de que da discussão nasce a luz. O confronto jurídico é a última etapa, mas com clareza e serenidade. 

As declarações peremptórias, quando certas vozes deveriam silenciar neste primeiro momento, só tencionam e desservem ao princípio da negociação. Não é que os representantes da esfera privada não disponham do direito de voz. É legítimo. Sequer pode ser questionado. A questão está na escolha da hora ideal e de como declarar. Quem radicaliza faz barulho, mas sempre acaba servindo à própria vaidade, quando não faz pior e agride em nome da força.

O Ministério Público não dispõe da lei só por ter direito de invocá-la. O legalismo é a legalidade enlouquecida. A sociedade cresce erguendo boas leis e derrubando as que ferirem o princípio da razoabilidade. A primeira função da lei e da propriedade é social e não se pode negociar servindo à litigância da teimosia. Muito menos numa sociedade sem líderes nas esferas pública e privada. Os que declaram para agradar só estão a serviço deles mesmos. 

LUTA – A bancada federal do Rio Grande do Norte preocupada em cuidar de falsos heróis esquece que há R$ 50 milhões de reais na Caixa Econômica para as obras de Ponta Negra.

ALIÁS – Isto na mesma hora em que Fortaleza já realiza as obras de engorda do seu litoral urbano, enquanto Ponta Negra vive sua maior decadência sendo nosso maior ponto turístico.

AINDA – O enrocamento de pedras, hoje transformado num gigantesco criatório de guabirus e ratazanas, é o efeito da falsa urbanização que marginaliza as áreas nobres para o turismo.

PIOR – E o que fizemos do lado de lá, entre Areia Preta e a Praia do Forte? Edificamos sobre o passeio, favelizando de forma modernosa e feia a maior área de lazer e de turismo aberto.

HUMOR – Dizia, ontem, entre goles de suco de lar5anja, um velho e hoje abstêmio petista diante dos boatos de que há dinheiro guardado: “Só se Aldemir Freire encontrou uma botija”.

POINT – O Instituto Histórico estuda a possibilidade de instalação de um pequeno café nos seus jardins em parceria com o Café Santa Clara, uma marca local. E sem fazer edificações.

SÍMBOLOS – O pesquisador André Felipe Furtado fala hoje no Instituto Histórico, sobre os Símbolos Oficiais do Estado. No salão nobre do Instituto a partir das 18h. É a Quinta Cultural.

DONOS – Do profeta do Grande Ponto, olhando os novos donos de Natal: “Que bom que agora tenhamos donos! João de Barro ganhou esta Capitania e aqui nunca veio. Nem olhar”. 

REAÇÃO – Seminaristas encaminham a esta coluna reclamações contra o curso de filosofia ministrado à distância pelas chamadas faculdades claretianas, de São Paulo. É o resultado do fechamento da Faculdade de Filosofia Dom Heitor Sales alegando dificuldades financeiras.

ALIÁS – Outra reclamação que chega é contra a ideia de transferência dos seminaristas do curso propedêutico, entre os níveis médio e superior, para o convento do Bom Pastor. Tanto que indagam no e- mail: “Se não era pra ficar no Tirol, por que fomos retirados de Emaús?”. 

VIAGEM – Dom Heitor de Araujo Sales viaja a Fátima, depois Roma, Colônias e cidades da Suíça. O arcebispo emérito vai acompanhado do padre José Valquimar Nogueira, atuar reitor do Seminário São Pedro. A Roma Dom Heitor levaria na sua agenda encontros importantes.  

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