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A bola fora dos Museus

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Itaércio Porpino
repórter
Colaborou: Cinthia Lopes
editora

Em plena Semana Nacional de Museus (12 a 18 de maio) e a menos de 30 dias para a Copa do Mundo, cinco dos principais museus de Natal  encontram-se de portas fechadas, reduzindo a já pequena oferta de equipamentos turístico-culturais disponíveis para se visitar na cidade.
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Depois que jornalistas estrangeiros entraram em contato querendo dicas de um roteiro cultural na capital potiguar  durante o mundial de futebol (sim, nem todo mundo se interessa só por turismo de sol e mar), o VIVER procurou saber como estão atualmente esses espaços e, principalmente, como eles estarão em junho. Hoje, a situação é a que foi exposta na abertura da matéria. Para junho, o cenário melhora um pouco. Dos cinco museus fechados, três devem reabrir – um, apenas parcialmente.

Previsão de reabertura
O Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, na Ribeira, e o Memorial de Natal, no Parque da Cidade, em Cidade Satélite,  construídos e mantidos pela Prefeitura de Natal, estão passando por obras de restauro e há a previsão de que sejam reabertos na primeira quinzena do próximo mês. A situação mais complicada é a do Memorial, fechado desde 2008, mas o museólogo e historiador Hélio de Oliveira assegurou que os serviços já estão adiantados e que o  acervo – todo virtual, com projeção de documentários sobre a ocupação humana na cidade – estará disponível durante o mês da Copa. Já o Museu de Cultura Popular, inaugurado em agosto de 2008, está precisando apenas de pequenos reparos. O serviço também está bem encaminhado, segundo Hélio.

Greve
A reabertura total do Museu Câmara Cascudo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, vai depender de recursos para a reforma, dinheiro que ainda não está assegurado. Por isso, a diretora da instituição, Sônia Othon, não tem uma previsão de quando o museu vai voltar a funcionar integralmente. “Ainda vamos buscar os recursos. Isso leva tempo. Não fica pronto antes de junho nunca”, disse. De acordo com ela, falta cerca de 70% da obra.

As duas novas salas de exposição, construídas em 2013, que vinham recebendo visita do público, fecharam no último dia 17 de março devido a greve dos servidores. Não há previsão de quando os funcionários vão voltar ao trabalho, mas a diretora do museu falou que, independente disso, o espaço vai reabrir no dia 11 de junho com a exposição “Primeiros Brasileiros”.

“É uma exposição itinerante em parceria com o Museu Nacional da UFRJ. Nós, inclusive, já recebemos o material. A exposição ia ser montada somente em agosto, durante o  Congresso da Associação Brasileira de Antropologia, mas, por causa da Copa do Mundo, resolvemos antecipar”, diz.

Obra parada
Dos cinco espaços fechados, o Museu Café Filho e o Instituto Histórico e Geográfico, ambos na Cidade Alta, berço de Natal, são os que não têm qualquer previsão de data para reabrir.

O Museu Café Filho, que funciona num antigo sobradinho tombado, está fechado há cinco anos.

Em abril de 2013, foi começada uma obra no prédio para adequações na estrutura física, que previa climatização, projeto de acessibilidade e reparos nas instalações elétricas e hidráulicas, mas um impasse entre a Fundação José Augusto e o Iphan-RN sobre o telhado “véu de noiva” do sobradinho acabou  paralisando o serviço, o que fez com que a empresa desistisse do projeto. Luana Cibele, responsável pelo setor de patrimônio histórico na Fundação José Augusto, informou que uma outra licitação foi aberta para contratar uma nova empresa e  dar prosseguimento ao serviço, ainda sem prazo pra começar.  

O Museu Café Filho abriga  um acervo alusivo ao único potiguar a chegar a presidência do Brasil, na década de 1950.

Emergencial
O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, prédio que conserva o maior e mais antigo acervo histórico-cultural do Estado, terá que passar por uma grande reforma para poder reabrir.

Além da restauração emergencial, a instituição também vai digitalizar todo o acervo: são 350 anos de documentos que no futuro poderão ser consultados sem necessidade de manuseio. Até porque os papeis são antigos demais e muitos deles se desfazem como cavaco chinês ao serem tocados. Mas nenhuma dessas melhorias é pra já. O vice-presidente do IHGRN, Ormuz Simonetti, acredita que o espaço só vá ser reaberto entre 60 e 90 dias. Ou seja: bem depois da Copa.

Espaços abertos  
O Memorial Câmara Cascudo está funcionando com a exposição Conexões com Cascudo (dentro da programação do Dia Nacional do Museu). Pensando na Copa do Mundo, Luana Cibele informou que o Governo do Estado quer  providenciar  encartes, folders e etiquetas em inglês. A ideia é implantar definitivamente.

Entretanto, ainda não há nada de concreto do projeto de modernização do museu que começou a ser feito pelo museólogo Marcello Dantas. Referência internacional na área, ele esteve em Natal em 2013 para começar o trabalho. Daliana Cascudo, diretora do Memorial, lembra de Marcelo ter ficado muito entusiasmado com a oportunidade de trabalhar com a obra de Cascudo, mas ela não teve mais notícias do projeto. O VIVER tentou ouvir a secretária extraordinária de Cultura, Isaura Rosado, mas ela não atendeu a ligação.   

Já  o Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, mantido pela família do pesquisador, está funcionando normalmente e, para junho, vai contar com intérpretes e folders em inglês. No período, os visitantes vão poder ver a exposição Câmara Cascudo: Tesouros de Uma Vida, com todas as coleções que Cascudo acumulou.

A Fortaleza dos Reis Magos é outro lugar que está aberto à visitação e que também funcionará durante o mundial de futebol com programação especial e material trilíngue (português, espanhol e inglês). Além disso, os trabalhos de escavação arqueológica que estavam sendo realizados em seu interior foram concluídos e as principais descobertas estão expostas para os visitantes. Haverá uma grande restauração, mas só depois da Copa. Será uma obra grande, de 1 anos e seis meses, de acordo com o presidente do Iphan-RN, Onésimo Jerônimo Santos.

Aberto

Pinacoteca Potiguar
O local abriga, simultaneamente, exposições de artes visuais, além de promover outras atividades, como o projeto mensal de música erudita em parceria com a UFRN e o Espresso Café.
Funcionamento: terça a sábado, das 8h às 17h
Endereço: Praça 7 de Setembro, Cidade Alta. Entrada: gratuita (Tel. 3211 7056)

Memorial Câmara Cascudo
A prometida reforma não saiu do papel, mas o prédio atualmente abriga uma exposição permanente formada por objetos relacionados à obra de Câmara Cascudo.  
Funcionamento: terça a domingo, das 8h às 17h.
Endereço: Praça André de Albuquerque, 30, Cidade Alta. Entrada: gratuita. Tel. 3232  6334

Fortaleza dos Reis Magos
A fortificação, erguida pelos portugueses em 1598 na Praia do Forte, no encontro entre o rio Potengi com o mar, é a  construção mais antiga do Rio Grande do Norte.
Funcionamento: quarta (8h às 12h), quinta (12h às 16h), segunda, quinta, sexta e sábado (8h às 16h) e domingo (9h às 16h)
Entrada: R$3 (inteira) e R$1,50 (estudante).
Tel. 3202 9006

Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo
Funciona na casa em que Luís  da Câmara Cascudo morou por 40 anos e produziu sua monumental obra. Nela, estão dez coleções, além de todo  acervo bibliográfico do pesquisador potiguar. Curiosidades como as paredes autografadas da biblioteca, a preciosa pinacoteca e Cascudo, o mobiliário de época e a coleção de comendas são algumas das atrações do local.
Funcionamento: terça a sábado, das 9h às 17h
Endereço: Av. Câmara Cascudo, 377, Cidade Alta
Tel. 3222 3293

Museu do Brinquedo
O espaço, no prédio do IFRN Cidade Alta, abriga um acervo de cerca de 300 brinquedos e brincadeiras inventariados em mais de 60 municípios norte-rio-grandenses.
Funcionamento: segunda a sexta, das 9h às 21h.
Endereço: Avenida Rio Branco, 743, Cidade Alta.
Entrada: gratuita
Tel. 4005 0970 

Fechado

Museu Câmara Cascudo e galeria
Motivo: greve de servidores.
Previsão de reabertura parcial: mesmo que a greve seja mantida, a intenção é abrir a galeria no dia 11 de junho com a exposição itinerante “Primeiros Brasileiros”, que deve permanecer no local três meses. O museu completo não tem previsão de reabertura.

Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão
Motivo: restauração
Previsão de reabertura: o serviço está sendo realizado e a perspectiva é de que na primeira quinzena de junho o espaço volte a receber visitantes.

Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte
Motivo: restauração do prédio.
Previsão de reabertura: sem data.

Museu Café Filho
Motivo: restauração inacabada
Previsão de reabertura: sem previsão. A empresa que iniciou as obras desistiu e uma outra ainda será contratada por meio de licitação.  

Memorial Natal (Parque da Cidade)
Motivo: restauração do prédio, que estava fechado desde o final de 2008.
Previsão de reabertura: as obras estão em andamento e a reinauguração deve acontecer ainda na primeira metade de junho.

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