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A bomba caiu no colo de Ferdinando

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DESESPERO - Torcedor expressa revolta e tristeza no Frasqueirão

A humilhação sofrida para o Assu, em pleno estádio Frasqueirão, foi demais. O treinador Roberval Davino não resistiu a impiedosa goleada por 5 a 0  sendo obrigado a colocar um ponto final no trabalho de médio prazo planejado para soerguimento do futebol abecedista. Agora, quem aceitou o desafio de tentar transformar o grupo alvinegro num time vencedor foi Ferdinando Teixeira, que inclusive já havia anunciado sua aposentaria.

Ferdinando, campeão por todos os clubes da capital, aceitou o assumir o cargo depois de quatro horas de conversa com o presidente abecedista, Judas Tadeu, e alguns membros da diretoria. Ele encara também vê a tarefa como um desafio e disse que está pronto para assumir a responsabilidade que a diretoria penhorou junto aos torcedores: a de levar o ABC à disputa da série C do Campeonato Brasileiro.

“Realmente não tinha mais pretensão de dirigir nenhuma equipe, mas o grau de amizade que tenho como o presidente Judas Tadeu e alguns membros da atual diretoria fizeram com que eu repensasse minha posição inicial. Foi uma reunião demorada e decidi assumir esse novo desafio no ABC”, afirmou o treinador que será apresentado amanhã ao elenco.

Questionado se ao aceitar o convite não teria receio de manchar a sua imagem de homem vencedor, devido a crise que está instalada na Vila Olímpica e o real risco de ficar fora da Série C, o novo comandante alvinegro refutou. “Quem tem medo de assumir desafio não pode ser considerado um técnico. O futebol é feito por desafios e não fujo de nenhuma responsabilidade. Não tenho medo de manchar imagem alguma, treinador vitorioso é aquele que vence mais que perde e graças a Deus já estou neste rol”, salienta, embora considerando que assumir o cargo no atual estágio será bem mais trabalhoso.

A principal missão do treinador a partir de hoje, quando da reapresentação do elenco marcada para às 8 horas, será retirar um pouco da pressão que vem sendo exercida sobre os jogadores, dar mais liberdade e buscar realizar um trabalho psicológico para levantar a estima de todos. “Vamos trabalhar fisicamente e conversar muito para ver que tipo de resposta ele vão nos dar durante a semana. Acredito que a pressão deva diminuir, isso é próprio da mudança que está ocorrendo”, frisou. O time volta a jogar segunda-feira, às 20h30, contra o Santa Cruz, no Iberezão.

Quanto a reforços, Ferdinando revelou que entregou alguns nomes para diretoria, que está mantendo contatos com os jogadores. As posições que ele considera carente não foram reveladas. “Está difícil se realizar contratações neste momento, todo mundo já está empregado e vamos ter de tirar os atletas dos clubes. É difícil, mas acredito que até sexta-feira devem pintar pelo menos três caras novas por ai”, disse.

Garrafa atirada é relatada na súmula

Os objetos atirados sobre o treinador Roberval Davino e os jogadores do ABC na saída de campo, foram relatados na súmula do árbitro Izaac Márcio. Porém o clube conseguiu localizar o agressor, identificado como João Gomes da Silva que compareceu à delegacia de plantão onde foi lavrado o boletim de ocorrência.

Artigo: Era uma vez um poço sem fundo

Itamar Ciríaco – Editor de Esportes

O ABC tem sido capaz de me provar, na prática, teorias que eu achei que só existissem no papel. Domingo, diante da derrota para o ASSU, por 5 a 0, o Alvinegro me pregou essa peça novamente. O time provou que não existe fundo do poço, ou seja, nada que não possa estar ruim, que não tenha chance de piorar um pouquinho mais.

A partida contra o “time do Vale” tinha tudo para ser a confirmação da segunda colocação abecedista e cara de festa para uma torcida que também me provou outra teoria: nos clubes de massa os torcedores são apaixonados. Para isso basta lembrar os comparativos de público entre ABC e América, sendo que o Alvirrubro está na primeira divisão, enquanto o Alvinegro ainda luta para pertencer a alguma.

Pois é, eis que o ABC me prova outro ditado manjadíssimo no esporte bretão (bem a caráter): “futebol é uma caixinha de surpresas”. No caso do time de Roberval Davino e agora de Ferdinando Teixeira, surpresas em sua maioria ruins nos últimos tempos.

Se bem que a fraca atuação não surpreendeu àqueles que viam com ressalvas a formação desse novo elenco do ABC. O time não ia bem e a única vez que foi razoável perdeu o clássico. O técnico Roberval Davino armou um esquema errado. Não que o esquema fosse ruim, o problema é que a tática não era a melhor para os jogadores do elenco abecedista. Dessa forma, ou muda a tática, ou muda o elenco. Se o time será o mesmo, atualize o modo de jogar. Teimoso, Davino pagou também por esse pecado.

Na verdade, o torcedor do clube pagou mais, pois saiu humilhado do estádio Frasqueirão e com medo que alguém cave mais fundo o poço sem fundo do ABC. Dessa forma, Ferdinando Teixeira terá que ser uma mistura de técnico, psicólogo e engenheiro civil para corrigir esse dilema estrutural do clube. Esta será a sexta vez que Teixeira estará no comando da equipe. Boa sorte professor.

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