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A Casa de Guarapes

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Renascem os esforços no sentido da restauração da Casa de Guarapes, um dos sítios históricos maios importantes do Estado, localizado no município de Macaíba na divisa com Natal, erguida num monte à margem da estrada que liga a Capital àquela cidade, bordejada pelo rio Jundiaí, parceiro do solar. Luís da Câmara Cascudo, que conheceu o lugar, anotou numa de suas Actas Diurnas, publicada em A República em 25 de outubro de 1940: “Quem passa de automóvel, indo para Macaíba, verá, no alto de um monte, o casarão silencioso, mirando, com os olhos apagados das janelas escuras, a época rutilante que o tempo levou…”

Aquela época o casarão ainda estava de pé e o império de Fabrício Gomes Pedrosa  era coisa do passado. Mas suas ruínas guardam uma quadra importante de nossa história que precisa ser preservada. Esta tem sido a luta de pessoas que defendem e cuidam de nosso patrimônio cultural. Uma delas, o escritor e ex-presidente da Fundação José Augusto e do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, Valério Mesquita.

Agora mesmo Valério anda fazendo um apelo (enviou cartas)  à Assembleia Legislativa do Estado, à Prefeitura e Câmara Municipal de Macaíba e à Fundação José Augusto  no qual sugere uma audiência pública com o objetivo de agilizar os procedimentos para a restauração dos Guarapes.  No documento, Valério lembra ainda que o Ministério do Turismo colocou à disposição do Governo do Estado (Fundação José Augusto) uma verba de 1 milhão de reais para a execução do projeto.  Se o projeto não for executado este dinheiro volta para Brasília.  A Federação do Comercio manifestou interesse em participar do projeto.

O apelo de Valério endereçado à Fundação José Augusto começa assim:

– `Por intermédio do presente, na qualidade de cidadão, venho solicitar, encarecidamente, aos diretores da Fundação José Augusto, Isaura Rosado e Iaperi Araújo, para viabilizarem a licitação do projeto de restauração do Empório Guarapes (resumos históricos anexos), cujo aniversário de Macaíba (140 anos), celebra-se este ano, com a emancipação política promovida nos Guarapes por Fabrício Gomes Pedrosa em 27 de outubro de 1877. Como se sabe, o Ministério de Turismo já alocou verba de hum milhão de reais no orçamento federal”.

Volto outra vez a Luís da Câmara Cascudo, relendo sua Acta Diurna:

– Sob o comando de Fabrício Gomes Pedrosa, Guarapes era o centro comercial de repercussão, de conhecimento, de fama e poder. De 1869 a 1870m mais de vinte navios vem, em viagem direta, da Europa a Guarapes, carregar. Natal, Capital da Província, nesse período, recebeu apenas vinte e um navios. Embarcações de 500 e mais toneladas fundeavam naquela curva silenciosa, apenas abrigando hoje a passagem de canoas pequeninas e barcaças anônimas. Tudo era rumor, vida, agitação, interesse, atividade. ”

É bom lembrar que o terreno onde está localizado o Casarão de Guarapes foi desapropriado no Governo de Garibaldi Alves Filho. Uma área de 7 hectares. Toda a propriedade, onde hoje parte dela está ocupada pelo bairro de Guarapes, aqui em Natal, pertencia, então, ao empresário Gerold Gepper, que o havia adquirido dos herdeiros da viúva Machado. Ia das margens do Jundiaí até Parnamirim avante.

Planejamento no Itep
A propósito da nota que publiquei na coluna de sábado (24) sobre o serviço da pintura da fachada do prédio do ITEP, suspenso há três meses, a assessoria de imprensa do órgão enviou a seguinte nota:

– A pintura do Prédio Técnico-Científico de Perícia (ITEP) foi suspensa devido à presença de fios de alta tensão da Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern), que poderia oferecer grande risco aos funcionários que estivessem trabalhando na obra.

– Para a conclusão do serviço é preciso uma intervenção da Cosern e por isso será necessário à interrupção do fornecimento elétrico naquela região durante a conclusão da pintura.

– A direção-geral procurou a companhia e realizou a contratação de serviço para que a obra seja concluída dentro dos padrões de segurança, com a suspensão do fornecimento de energia. Com isso, em breve a pintura será concluída”

Notinha rápida de WM: o restante da pintura da fachada, pegando o andar superior do prédio (uns 18 metros de extensão por dois e meio de altura) dá para ser executado em um dia, usando dois pintores (um batendo papo com o outro).  Parou há três meses.

O outro lado incrível dessa história é que ninguém do Itep reparou que os “fios de alta tensão” da Cosern roçam a fachada do prédio. Seriam mais dois corpos para necropsia.  Agora é torcer que o “breve” da Cosern seja autorizado antes das festas do Natal.

Assessor de imprensa sofre…

Chuva O São João teve chuvas fortes no Litoral e algumas no Agreste. Foi também um final de semana friorento. A chuva mais forte (pegando de sábado para o amanhecer de ontem) foi em Ceará Mirim, 63 milímetros. Em Natal, 58 e em Extremoz, 53.

Em Senador Georgino Avelino, 45, Baia Formosa, 44, Parnamirim, Canguaretama, 28, Maxaranguape, 26, Goianinha, 23, São Gonçalo do Amarante e São José de Mipibu, 19, Espírito Santo, 18.  No Agreste, Monte Alegre, 17. Vera Cruz, 16, Boa Saúde, 10, Ielmo Marinho, 7,8.

Livro O poeta Volonté está reunindo num só volume três livros seus de poemas. Edição programada para agosto/setembro. Já tem orelhas acertadas, após longo papo numa padaria da Rua São João. Serão escritas pelo confrade Alex Nascimento.

Música
Está acontecendo derna de ontem, na Escola de Música da UFRN, o 49º Simpósio Internacional de Trompistas com o tema “Trompa e Dança”.

Amanhã, no Teatro Riachuelo, dentro do Projeto Quartas Clássicas, haverá o concerto da Orquetra Sinfônica da UFRN, tendo como solistas alguns trompistas que participam do Simposio. No time estão a trompista alemã Marie-Luise Neunecker e a americana Kristina Mascher-Turner. A regência é do maestro Linus Lerner.

Começa as 20 horas.

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