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A chapa e a luta

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Vicente Serejo
Agora é oficial. O convite para o lançamento, hoje, da chapa de oposição, basta para ter a certeza de que o ex-deputado Fábio Dantas será o candidato a governador e com uma anunciada reunião de seis partidos. Esta coluna, devem lembrar os de boa fé e boa vontade, nunca afirmou acreditar em luta fácil quando a disputa é o poder. Seria agredir a memória dos fatos, o que, de resto, seria ferir uma antiga lição do jornalismo, luta será dura com a chance, hoje, para o PT.
Esta coluna também registrou o perfil de Dantas como conhecedor das contas do Estado, ontem e hoje, mas não deu crédito quando afirmou que deixou a esquerda porque esta defendia bandidos. Ora, não chegou lá por ideologia. Suas raízes e convicções são bem outras. A política é a arte de gerir conveniências, coisa que ele sabe muito bem. Elegeu-se prefeito, deputado, foi vice-governador e já elegeu duas vezes sua mulher à Assembleia. Conhece o elixir da bruxaria. 
Não se pode, pois, pôr em dúvida, a capacidade de formulação quando precisar sustentar suas ideias nos palanques e nos estúdios de tevê. Mas não significa que, só por isso, será capaz de atrair forças consideráveis como o presidente da Assembleia, Ezequiel Ferreira e o prefeito de Natal, Álvaro Dias. Nem removerá as bases hoje próximas da governadora Fátima Bezerra. Mas, mesmo assim, tem um eleitorado silencioso a ser conquistado se o PT estacionou em um terço.
Não seria injusto afirmar que Fábio Dantas é um liberal, defensor de um Estado menor e menos oneroso, o que não é um discurso fácil de ser sustentado diante de uma sociedade formada por largos contingentes de funcionários públicos. Doença do Estado? Não. A economia local viveria sem as representações dos ministérios, órgãos e estatais aqui sediadas? Sem os vários quarteis das três forças? Sem a UFRN e duas dezenas de institutos federais em todas as regiões?
Não será fácil o diálogo da chapa com os sindicatos atingidos pela reforma trabalhista com o fim da contribuição sindical obrigatória sem um escalonamento pactuado.  Na França, o presidente Emmanuel Macron paga o preço de enfrentar os sindicatos e hoje disputa, voto a voto, a reeleição. O que pode, por analogia, atingir o candidato a senador, Rogério Marinho, como veio na flechada venenosa disparada por Carlos Eduardo Alves ao taxá-lo de carrasco do desemprego. 
Mas, ninguém pode esquecer que a eleição é a disputa pelo poder no Estado nos próximos quatro anos. E o poder, convenhamos, que não é só um arrecadador para as folhas de pessoal do Judiciário e Legislativo, e pagador da folha de pessoal do próprio executivo, é determinante na formação do meio circulante. Tê-lo, interessa às esferas pública e privada. Daí os intensos combates – velados uns, outros nem tanto – com seus rios invisíveis banhando sonhos e interesses. 
BÚZIOS – Dizia uma cartomante jogando os búzios na urupema: “Rogério Marinho só chega ao Senado se o eleitor descolar o voto: votar em Fátima e não votar em Carlos Eduardo”. É possível? 
ALIÁS – A ala ideológica do PT não vai pedir voto para Carlos Eduardo. Não só pelo passado bolsonarista e contra o PT. “Uma coisa é afastá-lo do caminho e outra apoiá-lo”. Eis a questão.   
HUMOR – Do feriadão, ficou o bom humor de José Simão quando soube que as forças armadas compraram milhares de Viagra e várias próteses penianas: “O Brasil é uma impotência militar”.

ÍCONE – Está na rede a história do ator João Paulo Adour da Câmara, filho do modernista Jayme Adour, um galã de várias novelas da Globo que foi encontrado morto no apartamento, em 2018.
PAROU – Como foi encontrado sem vida, o caso foi investigado pela polícia que constatou não ter sido vítima de latrocínio – roubo seguido de morte – mas de uma parada cardíaca fulminante. 
CRATERA – Nova chuva aqui em Morro Branco, durante o final de semana e, pela quarta vez, abriu a cratera no final da Rua Israel Nunes. Não se fiscaliza aquilo que é pago com grana pública.  
POESIA – De André Tessaro Pelinser, poeta entre nós, do livro ‘O Céu das Pequenas Criaturas’, com o tisne da melancolia: “Em vão aprisionei o tempo / no fundo azul de um relógio sem corda”.

RECEITA – De Nino, o filósofo melancólico do Beco da Lama, afiando a ironia na sua pedra de amolar: “O vaidoso arrota o saber para os intelectuais; o gênio, para a galhofa dos normais”. 
ESPANTO – Foi surpreendente e até espantoso para os filhos – o poeta Elicelso e a artista plástica Cristiana, esta residente no Canadá – quando viram a imagem da sua mãe, a poetisa Mirian Coeli, ao lado do então célebre jornalista Victor de la Serna, quando ela estudou jornalismo na Espanha.  
QUEM – Victor de la Serna, no seu tempo, foi uma espécie de magnata do jornalismo e Mirian, a primeira mulher a se profissionalizar como jornalista no Rio Grande do Norte, estagiou em um dos seus veículos. O que não a compromete, afinal ela trabalhou na sua formação profissional.
HITLER – Como revela o documentário da Netflix, Victor de la Serna foi o criador da Escola de Periodismo de Madrid e um dos principais colaboradores de Hitler, na Espanha. Numa das fotografias, ao longo do documentário, Mirian Coeli está ao seu lado com um grupo de colegas.   
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