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A chuva e a meteorologia

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O sertanejo divide boa parte de seu tempo entre a chuva que vai molhando o seu chão e os estudos dos meteorologistas. Nesse cenário há incertezas de inverno e de seca. Ao meio as chuvas de março (sem acrescentar as de fevereiro e até algumas de janeiro, dependendo da região) que já fazem rios descerem com cheias e açudes sangrarem, há dúvidas se este ano de 2017 será de inverno ou não. Quer dizer, nas poças destas incertezas, o ano poderá ser o quinto ou sexto ano de seca emendada O Nordeste sempre foi fatiado quando se fala de inverno. Tem região que chove bem, outras não.  Até os meteorologistas concordam com essa ciência. Ontem, por exemplo, a TN estampava esta chamada de capa: “El Niño e novas previsões indicam chuvas abaixo da média para o RN”.

Há municípios no Rio Grande do Norte onde choveu mais de 300 milímetros este ano, que é mais da metade do volume de um ano regular de inverno no semiárido nordestino. Semana passada conversando com o Galego Saldanha, ele feliz da vida com as chuvas que caem desde o mês passado em sua fazenda Amazonas, em Belém do Brejo do Cruz, ali na Paraíba, fazendo cerca com Patu e Messias Targino, do lado de cá, me dizia que já havia passado dos 400 milímetros. É uma marca excelente, até porque o inverno naquela região vai até maio.  Aliás, o inverno no sertão sempre teve a duração de quatro, cinco meses, pegando os meses de janeiro, fevereiro, março, abril, maio. Pras bandas do Piauí, num ano bom, as chuvas começam antes, em dezembro, passando para o Ceará. No Ceará, este ano, já tem muitos municípios passando dos 400 milímetros.

O Nordeste numa teve a mesma geografia em todos os seus cantos. Tem a caatinga, o cerrado, as matas beirando as praias, as serras do Brejo, esses biomas regulando os tipos de chuva. Sem falar no Maranhão com suas selvas amazônicas. O inverno do Maranhão não tem nada ver com o inverno do Nordeste seco. Cada um com o seu espaço, o seu tempo, seus ventos, seus profetas e seus meteorologistas.

A reportagem da Tribuna me deixou em dúvidas. Os meteorologistas estão mesmo certos?  Tem um trecho que fala assim: “A Agência Pernambucana de Águas e Clima divulgou prognóstico para o Nordeste brasileiro, que prevê chuvas abaixo da média histórica do setor Leste do Nordeste, ou seja todo o litoral. Na parte norte do Nordeste permanece a previsão de chuvas de normal e abaixo da média”.

Confesso a minha ignorância. Ainda não consegui entender o que quer dizer “normal e abaixo da média”. Por exemplo: se 450 milímetros de chuva estão na faixa do que é normal, 400 milímetros estão abaixo?  Corre nas redes sociais a notícia de que, de quarta-feira para o amanhecer de ontem, quinta, choveu perto de 200 milímetros, de uma tacada só, em vários pontos do município de Parelhas, no Seridó do Rio Grande do Norte, açudes sangrando. É normal ou abaixo da média? Bom, o que eu sei é que a média anual de chuvas no Seridó é ao redor de 400 milímetros (confira com o Mestre Oswaldo Lamartine de Faria).

O Nordeste é mesmo uma Academia.

Onde choveu

Foi uma quarta para quinta de muitas e boas chuvas pelo Rio Grande do Norte, pegando todas as regiões. No mapa da Emparn aparecem 87 municípios, mas deve ter passado dos 100. Por incrível que pareça tem município no Rio Grande do Norte que não tem pluviômetro! Tem prefeito e tem vereador, mas não tem pluviômetro.

A maior chuva foi a de Pedro Avelino, no Sertão do Cabugi: 83 milímetros. Tem chovido bem este ano naquelas bandas do Cabugi, que é uma região tradicionalmente não muito chuvosa. Angicos, ao lado, choveu 63 milímetros. Acho que já passou com folga dos 200, só agora em março. Em Fernando Pedroza, vizinho, 59.

No Seridó
A Emparn não registrou os 200 milímetros da chuva de Parelhas, anotada pelos blogueiros. Em seu boletim, o município aparece com apenas 18.  Em Carnaúba dos Dantas, 55, Bodó, 39, Cero Corá, 24, Florânia e Santana do Matos, 22, Timbaúba dos Dantas, 20, Jardim do Seridó e São José do Seridó, 16, Lagoa Nova, 13.

Na região Oeste: Água Nova, 38 milímetros, Ipanguaçu, 36, José da Penha, 29, Itaú, 28, Major Sales, 26, Janduís e Paraú, 25, Apodi, 24, Paraná, 22, Encanto, 20, Gov. Dix-sept, 17 São Francisco do Oeste, 15, Campo Grande, 14, São Rafael e Upanema, 13.

Agreste No Agreste: Vera Cruz, 22, Jaçanã e Sitio Novo, 19, Rui Barbosa, 18, Santo Antônio, 17, Bom Jesus, João Câmara e Barcelona, 16, Parazinho, 15, Serrinha e Bento Fernandes, 14, Boa Saúde, Lagoa de Pedras e Tangará, 12, São Pedro e Santa Maria, 10.
 Região Leste: Senador Georgino Avelino, 52 milímetros, São José de Mipibu, 36, Baia Formosa, 32, Montanhas, 28, Canguaretama, 27, Extremoz, 20, Natal, 13.

Outras chuvas
No Ceará, a Funceme registrou chuvas em 120 municípios, pegando todas as regiões do Estado. A maior chuva foi em Quixeré, na região Jaguaribana, que faz divisa com o Rio Grande do Norte, 102 milímetros. Quixeré faz cerca com Baraúna, do lado de cá.

Na Paraíba, segundo a Aesa, choveu em 66 municípios. A maior chuva foi em Pedra Branca, 61 milímetros.

Jaguar

Papo delicioso pelo telefone com Jaguar. Confirma que estará em Natal no dia 30. Na agenda, está acertada uma exposição de seus cartuns e charges na galeria da Capitania das Artes com o aval da Secretaria Municipal de Cultura.
Entre outros assuntos, incluindo Henfil, me fez duas perguntas: Por onde anda Nei Leandro de Castro?  O que anda fazendo o poeta Alex Nascimento?

Emenda uma terceira pergunta: Aí em Natal tem cerveja sem álcool?

Livro
O Sebo Vermelho lança amanhã, sábado, a partir das 9 horas (até ás 12) o livro “A margem do oposto”, da contista Aline Gurgel.

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