Vicente Neto (interino)
Numa conta rápida, sem a prova dos noves, os consumidores que param os carros para abastecer em postos de combustíveis do Rio Grande do Norte vão contribuir com cerca de R$ 207 milhões para tapar o rompo das contas do governo federal. O cálculo foi feito levando em conta a média de consumo dos últimos três anos e a informação de que o aumento da alíquota do PIS/Confins significa uma arrecadação extra de R$ 0,41 por litro de gasolina, R$ 0,21 de diesel e 0,19 de etanol na ponta final do consumo. A média foi de 648,5 milhões de litros de gasolina, 609,3 milhões de litros de óleo diesel e de 56 milhões de etanol.
Abrindo parênteses para lembrar que o etanol, conhecido antigamente como álcool hidratado, já chegou a movimentar cerca de 80% frota de veículos no RN em tempos um pouco distante. Mas a falta de competitividade no mercado e o desinteresse da indústria automotiva de incorporar mais tecnologias ao sistema de combustão a álcool, condenou o etanol à morte.
Voltando ao aumento da carga tributária dos combustíveis. A reação do comércio varejista de petróleo ao aumento do PIS/Cofins foi imediata. Um posto localizado no Tirol iniciou a semana vendendo a gasolina comum a R$ 3,389. Logo depois da entrevista do ministro Henrique Meirelles à GloboNews, na véspera do anúncio, o preço foi reajustado para R$ 3,55 e assim ficou até meio-dia de ontem. Mas logo depois das 12 badaladas, os consumidores foram surpreendidos: R$ 4,22, alta de 18,8%, maior valor nominal desde a criação do Real, em meados de 1994. A gasolina aditivada foi R$ 4,33, a Premium R$ 6,45 e o diesel R$ 3,32. O etanol (ainda) não teve alteração de preço. Litro a R$ 3,19.
Impacto
Os analistas já fizeram projeções e dizem que o aumento da carga tributária dos combustíveis terá impacto significativo nas tarifas de transportes urbanos, no frete, no supermercado. No zap municipalista, pipocaram críticas ao governo. Não só pelo aumento da carga tributária, que dificilmente voltará aos níveis de antes do “cofinsnaço”, mas pela opção do governo, de deixar de fora a Cide, que beneficiaria também os municípios, em situação até pior do que o governo federal.
Consumo Pelo menos em Natal, o reajuste da gasolina superou as mais pessimistas expectativas. Para encher o tanque de um carro popular o proprietário vai ter de acrescentar mais R$ 33,50.
Sudene
Houve tempo em que as reuniões do Conselho Deliberativo da Sudene eram assunto obrigatório nas páginas de todos os jornais do Nordeste, pelo menos, uma semana antes. Quem não se lembra de Valfrido Salmito Filho, Paulo Souto, Dorany Sampaio? Dirigiram a Sudene nos anos 1980, transição do regime militar para a Nova República, período em que a maior preocupação era a fome, os saques no comércio de cidades nordestinas nos anos de seca. A pauta da próxima reunião do conselho deliberativo, marcada para o dia 27, parece coisa do G-7. Inclui até mudanças nas diretrizes e prioridades dos fundos constitucionais – FNE e FNDE – para permitir o financiamento da indústria bélica. A propósito: você sabe o nome do primeiro superintendente da Sudene? E do atual?
Gaeco Ministério Público do Rio Grande do Norte anuncia a criação do Gaeco Oeste para ampliar a atuação contra o crime organizado na região. A sede será em Mossoró e terá o promotor de justiça Fábio Melo como coordenador . São 21 municípios na área de atuação.
Chuvas
Ninguém deu muita atenção ao boletim da Emparn de ontem, que registrou chuvas em 89 postos de monitoramento. A maioria delas, um sereno rápido para baixar a poeira, mas teve chuva boa no Oeste, Agreste, Central e Litoral. No Oeste, as maiores foram registradas em Baraúna, Assu e Mossoró; na mesorregião Central, em Lagoa Nova e Lajes; no Agreste, em Serrinha, Santo Antonio e São Bento do Trairi; no Litoral em Goianinha, Canguaretama e Senador Georgino Avelino . Ainda ontem, por volta de meio-dia, as redes sociais traziam informações sobre chuvas em Jucurutu, Japi
