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A corrida presidencial

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Ivan Maciel de Andrade                                                                                                           
Procurador de Justiça e professor da UFRN (inativo)   

Ser candidato nas eleições de 2018 é um desafio e tanto. Para qualquer que seja o cargo. Muito maior o desafio, é claro, quando se trata da presidência da República. De princípio, é válido pensar que poucos se sentiriam com coragem para enfrentar a responsabilidade de governar o país em meio à turbulência econômica e política da qual mal começamos a sair. Mas são muitos os pré-candidatos à presidência. Quem acha que dispõe de alguma chance – por menor que seja – já se declarou disposto a aceitar a indicação. Mesmo que o seu nome quase não pontue nas pesquisas de intenções. Para isso, basta desvalorizar o resultado das pesquisas. Há sempre bons argumentos para desacreditá-las.        

Alguém mais rigoroso em seus julgamentos poderia considerar um gesto de insensatez essa disposição de enfrentar de qualquer forma as urnas com um mínimo de capital político. Contudo, se sabe que grande parte desses pré-candidatos vai ficar pelo caminho: ou desiste ou sofre o efeito da seleção natural que elimina os mais fracos eleitoralmente. De qualquer modo, há um desgaste na frustração das pré-candidaturas mais ambiciosas. Como nos casos de Henrique Meirelles e João Doria, que teriam, pelos cargos que exercem, reais condições de sonhar com a eleição presidencial.

Até agora, ambos têm desempenho pífio nas pesquisas: Doria, com 5 a 6% e Meirelles, com 1%. Sendo que Doria, para piorar a situação, vem sofrendo sucessivas quedas em sua popularidade dentro de São Paulo. Também não conseguiram emplacar, em termos de intenção de voto, o ex-ministro do Supremo Tribunal Joaquim Barbosa e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad. Nem mesmo o atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, sobressai na briga por votos no primeiro turno. Pela última pesquisa do Datafolha, os nomes mais fortes são os de Lula, Jair Bolsonaro, Marina Silva e Ciro Gomes (beneficiário dos votos petistas, caso a justiça impeça a candidatura de Lula).

Segundo o Datafolha, “Lula lidera com 34% e Bolsonaro o segue com 17%”. Enquanto isso, Marina Silva encabeça o “pelotão” em que aparecem Alckmin e Ciro. No segundo turno, “Lula ganha em todos os cenários”. Então, a certeza é de que Lula, a esta altura, é o pré-candidato mais forte à presidência da República. Apesar da condenação imposta pelo juiz Sérgio Moro, da campanha contra ele dos meios de comunicação mais poderosos do país e de ataques sistemáticos nas redes sociais.

Se o TRF-4 confirmar a decisão condenatória de Lula antes das eleições de 2018, ele será alcançado pela Lei da Ficha Limpa e não poderá ser candidato. A defesa de Lula tenta evitar que isso aconteça. E, mesmo admitindo a hipótese de confirmação da decisão condenatória, entende – com base em cálculos probabilísticos – que ainda assim será possível manter de pé a sua candidatura.

Revela Elio Gaspari que, se Lula for barrado pela justiça eleitoral, o candidato do PT será Jaques Wagner, ex-governador da Bahia. Haddad não passaria de mera manobra dissimulatória. 

Mas não deixaria de ser um embate interessante, de muita adrenalina e grande proveito para a opinião pública, se Lula e Bolsonaro pudessem se enfrentar. A democracia brasileira agradeceria. 

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