quinta-feira, 28 de março, 2024
30.1 C
Natal
quinta-feira, 28 de março, 2024

A crise chegou a Natal

- Publicidade -

Agnelo Alves
Jornalista

A crise chegou a Natal. Por um lado, evidencia que nós, natalenses, estamos inseridos no mercado e, pelo outro, demonstra que estamos pagando um preço elevado.

Ainda desconheço dados, números da economia natalense, salvo comentários, até vistosos, do nosso comércio, revelando o quanto ele é dependente dos servidores federais, estaduais e municipais. Uma constatação a olho nu, nos restaurantes, casa de diversão e outros estabelecimentos comerciais, onde quer que três pessoas se reúnam, duas são funcionárias públicas. A terceira pessoa do grupo varia. Mesmo assim, de alguma maneira, tem seu vínculo com o serviço público.

“Pois bem, muito bem, bem, bem”, como costuma falar Vulgo da Silva, o filósofo das esquinas das ruas que sempre está certo, nunca foi diferente. Tanto que quando o rádio, a televisão e os jornais noticiam qualquer movimento grevista não precisam salientar que os grevistas são funcionários públicos do Governo Federal, Governo do Estado ou Prefeitura Municipal.

Comerciários entram em greve? Não. Industriários entram em greve? Não e assim por diante, categoria por categoria da iniciativa privada. E olhem os leitores que comerciários, industriários, etc, etc, ganham bem menos e trabalham os dois expedientes integrais e, não raro, vão além do expediente normal.

Sabem os leitores a diferença fundamental? Os funcionários públicos são vistos como eleitores e os que ocupam o Poder são os eleitos… Está esclarecido? Claro que está. No dia em que no serviço público só for nomeado funcionário através de concurso público “a coisa muda”, diz Vulgo da Silva.  Não sei, sinceramente, se Vulgo da Silva está absolutamente certo. Mas dá para estudar. Pelo menos, vale estudar, seja lá qual for a razão. No meu caso, por mera curiosidade. Mas exatamente em que a crise econômica atinge Natal tão fundamentalmente? Todos sabem que a crise é nacional. Até as tabas dos índios estão sentindo. Os índios vão à cidade fazer compras. Mas agora estão comprando menos. “O dinheiro está encurtando”, diz o Pajé, recomendando comprar menos e guardar mais…

O fato é que a crise chegou a Natal.

uuu
Os aposentados e os que serão aposentados como funcionários do Governo do Estado abram os olhos. Com os saques que o Governo do Estado está fazendo no Fundo Unificado da Previdência – há quatro meses, desde dezembro de 2014 – vai faltar dinheiro para pagar os proventos no final do mês. “Quem avisa amigo é”, diz Prudentino de Morais, que está visivelmente preocupado. Ele está cuidando dos papéis para se aposentar.

uuu
Prudentino só não faz greve porque é sensato. “Claro”, ressalta Vulgo da Silva.

uuu
Com os saques mensais no Fundo Unificado da Previdência, os aposentados vão sofrer sem ter para quem apelar.

uuu
“Mas o governador Robinson Faria não ficará impune”, adverte Vulgo da Silva, que acha que a impunidade com o “Lava Jato” vai sofrer um golpe definitivo.

uuu
É verdade, sim!

uuu
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso considera precipitado o movimento reivindicando o impedimento da Presidente Dilma sem uma “razão objetiva”. FHC sempre tem razão. Concordo.

uuu
O vice-presidente Michel Temer tem trabalhado com toda prudência para resolver o lado político da crise.

uuu
Uma pergunta ainda sem resposta: a crise é mais política, afetando a economia, ou é econômica afetando a política?

uuu
Uma coisa é certa: Não pode ser resolvida uma, permanecendo a outra. A presidente Dilma perdeu 13 pesados quilos. Agora tem aparecido até sorrindo. Está trabalhando para resolver a crise econômica com o ministro Joaquim Levy e a crise política com o vice-presidente Michel Temer.
Escolheu bem.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas