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A Cultura na pasta de compromissos

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Yuno Silva
Repórter

O debate com os cinco candidatos ao Governo do RN sobre políticas culturais ficou abaixo das expectativas: frases de efeito, discursos genéricos e propostas inconsistentes pontuaram algumas falas do encontro, realizado na noite desta terça-feira (19) no auditório do IFRN-Cidade Alta. Entre os que não conseguiam esconder a total falta de preparo para lidar com o tema, e outros que tentavam concatenar ideias a partir de respostas ensaiadas, poucos fizeram a lição de casa e apresentaram um discurso que contemplou parte da complexidade que caracteriza o segmento. 
Os cinco candidatos ao Governo do Rio Grande do Norte mostraram suas propostas para a política cultural do Estado, no primeiro debate do setor, realizado terça à noite no auditório do IFRN
Articulado pelo Fórum Potiguar de Cultura, o debate foi mediado pelo ator e diretor Henrique Fontes. Um público qualificado, formado por artistas de todas as áreas, lotou o auditório e testemunhou uma única proposta unânime: a criação da almejada Secretaria Estadual de Cultura, que não passou da condição “Extraordinária” na atual gestão. Os candidatos receberam cartas com reivindicações dos vários segmentos e uma cartilha com diretrizes culturais elencadas pelo Fórum.

Além da garantia de se criar uma Secretaria com orçamento próprio, foram tratados temas como descentralização dos investimentos, Plano e Fundo Estadual de Cultura, formatação da equipe gestora com perfil técnico escolhida em comum acordo com os artistas e o tamanho da fatia no orçamento geral do Estado para a área cultural. “Se o melhor para a Cultura é criar uma Secretaria, então esse é nosso compromisso, mas lembro que o orçamento de 2015 será decidido ainda este ano”, lembrou Araken Farias (PSL), que ainda destacou a criação de “trios” como proposta para levar Cultura às periferias – ele só esqueceu de explicar se serão trios elétricos ou trios de forró.

Enquanto o envolvimento da iniciativa privada foi destacada por alguns candidatos, Simone Dutra (PSTU) adiantou que o programa de seu partido “é de classe, por isso somos contra as PPPs (Parceria Público-Privada), só com um governo de trabalhadores podemos resolver problemas”.

O candidato Henrique Eduardo Alves (PMDB) se comprometeu em respeitar “os critérios determinados pelo Governo Federal, como a criação de uma Secretaria de Cultura, a aprovação do Plano Estadual de Cultura e a aplicação de 1,5% do orçamento”. Robinson Faria (PSD) informou que vai “aplicar 1,5% e, caso eleito, sua “gestão será a do diálogo”.  Já Robério Paulino (PSOL) disse que está em uma cruzada para “combater a visão tacanha das elites e elaborar um Plano de Cultura de forma coletiva a partir de juntas temáticas. A Fundação José Augusto está esvaziada, e uma Secretaria traria sua relevância de volta”.

Confira algumas das propostas apresentadas pelos candidatos durante o debate:

COMPROMISSOS

Henrique Eduardo Alves (PMDB)
Afirmou ter como compromissos criar Secretaria de Cultura, destinar de 1% a 1,5% do orçamento para o segmento cultural, valorizar o Fundo Estadual de Cultura, aprovar o Plano Estadual de Cultura e manter a lei de incentivo. Também garantiu que a escolha do gestor será decidida a partir de diálogo com os artistas.

Araken Farias (PSL)

Informou ser compromisso criar a Secretaria de Cultura e destinar verba suficiente para seu funcionamento. Entre suas propostas estão a descentralização dos investimentos e promover apresentações gratuitas de dança, música e teatro para alcançar periferias e pequenas cidades do Estado.

Robério Paulino (PSOL)
Firmou compromisso em criar a Secretaria de Cultura, destinar 1% do orçamento para o setor, abrir novos concursos para a Fundação José Augusto, acabar com os cargos comissionados e convocar artistas para definir equipe gestora. Pretende incentivar a literatura de cordel a partir de apoio financeiro aos espaços que já trabalham com o segmento.

Robinson Faria (PSD)
Compromisso de criar Secretaria de Cultura, aplicar 1,5% do orçamento estadual na área cultural, formar equipe gestora com perfil técnico com auxílio dos artistas e buscar valores dentro das universidades. Afirmou ser a favor da manutenção do Registro do Patrimônio Vivo, mecanismo que valoriza os mestres de grupos populares.

Simone Dutra (PSTU)
Defende 2% do orçamento para aplicação no segmento cultural e a criação da Secretaria de Cultura,  é contra as PPPs (Parcerias Público Privadas), prioriza o fomento à produção artística e acredita na participação dos artistas tanto na elaboração como na execução das políticas públicas.

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