sexta-feira, 19 de abril, 2024
29.1 C
Natal
sexta-feira, 19 de abril, 2024

A esperança é verde

- Publicidade -

Elza Dutra – Psicóloga e professora da UFRN

Esperança, segundo os dicionários, é o ato de esperar o que se deseja; é  expectativa, espera. É também aquele inseto verde que chamamos de esperança e que ao pousar em nossa casa, acreditamos ser um bom sinal: um sinal de esperança. A esperança também pode ser considerada um sentimento e pensamento absolutamente necessários na existência humana. Sem essa expectativa, fica difícil viver.

Albert Camus, filósofo existencialista, diz que só há dois caminhos para se reagir ao absurdo que representa a existência: antecipar o final da vida, provocando a morte, ou seguir em frente, acreditando que podemos criar sentidos para as nossas vidas. E isso significa ter esperança.

Os estudos sobre o suicídio mostram que o principal aspecto presente na vivência daqueles que praticam  a morte voluntária é a desesperança. Quando falta a esperança, ou seja, quando a expectativa de que algo de bom aconteça já não existe, então caímos em desespero. É assim que tem sido com as pessoas que se deprimem, que se matam, porque, simplesmente, a vida perdeu o sentido e não há mais esperança de que a felicidade aconteça. Por isso a esperança é fundamental no nosso dia-a-dia, no cotidiano da nossa existência, pois é essa capacidade de acreditar e vislumbrar um futuro, o que nos faz enfrentar o absurdo da existência.

O mesmo acontece em relação à política. Precisamos confiar nos nossos candidatos, acreditar que eles nos ajudarão a viver a vida de um modo mais feliz, mais digno e decente. Mas nem sempre isso é possível, pois em relação a muitos deles, a esperança já não mais existe, uma vez que os nossos anseios e expectativas se perderam, junto com as palavras desses maus políticos, jogadas que foram ao vento, como costumam ser os discursos em épocas de eleição.

Felizmente, no nosso estado, convivemos, há algum tempo, com o símbolo da esperança. Desde Aluízio Alves, o homem que instituiu a esperança como bandeira política, temos convivido com esse símbolo, internalizado no imaginário popular desde então. Foi Aluízio Alves quem trouxe a luz para o Estado, e entre tantas outras iniciativas desse homem visionário, está a construção de um bairro com o nome Cidade da Esperança que representa, até hoje, um marco da sua passagem pela vida dos norte-riograndenses. Acima de tudo, AA deixou o legado da esperança para o seu filho Henrique Eduardo e o sobrinho Garibaldi Alves, aqueles que tão bem têm conduzido essa herança. Henrique Eduardo demonstrou isso, ao se eleger para o décimo mandato como parlamentar. Garibaldi, ao ser reconhecido como o “Governador das Águas”, por ter concretizado o grande sonho do sertanejo nordestino, que teve o seu sofrimento de centenas de anos, amenizado. Existe algo mais esperançoso para um nordestino do que poder contar com a água numa região historicamente caracterizada como de seca? 

Entretanto, alguém falou, num desses palanques eleitorais, que a esperança agora é vermelha. Nada mais equivocado, pois o verde, como signo da esperança, já foi internalizado pelas pessoas, e está nas bandeiras que tremulam, nos verdes da natureza e no modo de ser do norte-riograndense. E é por isso que ao ver, nessa campanha, os galhos tremulando pelas ruas, nas mãos de pessoas simples e humildes, a “gentinha”, como dizia AA, não posso deixar de me emocionar. Porque num país como o nosso, em que a indignação e a descrença tomaram o lugar da esperança, é animador e confortante saber que aqueles galhos verdes estão sinalizando que a esperança ainda existe e que podemos confiar no futuro. Que me perdoe o vermelho, mas o verde é da esperança.   

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas