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A estampa de um simulacro

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Alex Medeiros 
Como hoje, em 8 de outubro de 1967, Che Guevara foi preso para ser executado no dia seguinte. Seu mito é uma farsa como foi e é o comunismo. Quando Caetano Veloso explodiu com os estudantes esquerdiistas no Festival da Canção, no Rio de Janeiro, em 17 de setembro de 1968, estava historiado ali a verdadeira relação do comunismo com os artistas e com tudo aquilo que representasse uma individualidade, uma manifestação política pessoal.
Porque para a militância marxista, toda e qualquer rebeldia no aspecto cultural só tinha uma validade histórica se trouxesse no fazer da arte um engajamento político ou ideológico de comum acordo com os objetivos de uma revolução operária e socialista. Movidos, como até hoje, pelos limites da viseira partidária, os militantes consideravam alienados todos os que buscassem mudança de comportamento desvinculada das cartilhas. Até poesia tinha que ser engajada.
Se já tinham que enfrentar a rejeição conservadora dos governos de direita, os poetas chamados malditos, os roqueiros, os hippies, os pintores psicodélicos e os escritores lisérgicos foram também alvos da caretice marxista-leninista.
No meio do tiroteio sócio-ideológico, a juventude desbundada acabou assediada à direita e à esquerda, tanto no sentido político quanto no geográfico. Capitalistas e comunistas passaram a aparelhar os atos e gestos.
Para a CIA, rock ‘n’ roll, maconha e LSD já não eram um problemão; melhor ter uma legião de cabeludos gritando “paz e amor” do que segurando cartazes contra a Guerra do Vietnã e indo fazer curso de guerrilha na ilha de Fidel.
Já o comunismo, logo tratou de mitificar Che Guevara, com seu estereótipo de hippie, construindo a falsa empatia entre os desejos da esquerda e os sonhos da moçada. Mas, lá em Havana, os roqueiros e maconheiros tomavam pau.
E não pensem que o combate ao rock, aos hippies, aos homossexuais, aos artistas vinha da cabeça de general do Fidel Castro. Não! Quem mais odiava os “alienados” era ele, o Cristo da revolução, o Jim Morrison da ilha livre.
Ernesto Che Guevara, o falso mocinho do cavalo branco era, na verdade, um bandoleiro sem escrúpulos quando se tratava de defender o estilo de vida revolucionário. Para ele, um jovem tinha que ser militante e guerrilheiro.
O culto aos ídolos do rock que se espalhava pelo planeta, a partir dos Beatles, Rolling Stones, The Doors, irritava profundamente Che; a liberdade individual era um desvio pequeno burguês que atrapalhava o projeto de uma revolução.
Num dos discursos já no poder em Cuba, jurou fazer sumir da nação “a praga do individualismo”. E bradou para os seguidores em trajes militares: “É criminoso pensar como indivíduo”. Pra ele, o homem é indissociável da massa.
As mentiras ventiladas para o continente a partir dos ares comunistas de Cuba ludibriaram jovens universitários dos EUA, que fizeram a travessia para ajudar nas colheitas e tomar lições políticas do regime. Foram muitas as decepções.
Equivocados na compreensão da conjuntura, os estudantes simpatizavam com o sectarismo socialista e ao mesmo tempo curtiam a postura e visual do famoso “verão do amor”. Em Cuba, cabelos e roupas coloridas foram refutados.
A própria estampa de Guevara era muito mais consequência da rejeição que tinha à vaidade pessoal, que gerava ausência sanitária, do que alguma convergência com o desbunde que tomou conta do mundo e das barricadas.
Che fazia questão de decepcionar quem imaginava uma temporada romântica de colheita, informando-lhes que a partir daquela hora seriam todos guerrilheiros do povo. Rejeitou até o “espírito de rebeldia” anexado a ele.
Ao ser preso por soldados treinados pelos Boinas Verdes dos EUA, o assassino gritou “não atirem, eu sou valioso vivo”. O mau-cheiro que exalava do seu corpo deu a dimensão do medo. O Che das camisetas é uma mentira.
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