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A gravidez paterna

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 Rita de C. Medeiros Homet Mir
Psicodermatologista/ritaursula.com.br

“Talvez, um dia, não saibamos exatamente o que foi a loucura (…).Qual será o suporte técnico dessa mudança ? A possibilidade de dominar a doença mental como qualquer afecção orgânica ? O controle farmacológico preciso de todos os sintomas psíquicos? Os avanços da medicina poderão fazer desaparecer completamente a doença mental, como já acontece coma lepra e a tuberculose ; mas sei que uma coisa sobreviverá, ou seja, a relação entre o homem e seus fantasmas; seu impossível, sua dor sem corpo, seu cadáver durante a noite; que uma posto fora de circulação aquilo que é patológico, a obscura memória sem idade de um mal cancelado na sua forma de doença, mas irredutível como dor “

Michel Foucault (Filósofo)

Propositadamente,usamos este texto um pouco, vamos assim dizer, aterrorizador, para falarmos do desenvolvimento normal de uma mente. Sabemos que nenhuma relação é mais poderosa e possui maior impacto do que a existente entre PAIS E FILHOS. Como uma criança vem a ser depende, em grande parte, de como começou e o impulso inicial é sempre dado pelos pais.

Aqueles adultos que possuem a responsabilidade primaria de cuidar da criança terão a maior influencia em seu desenvolvimento, tanto para melhor quanto para pior. Quando as coisas vão mal, parece ser natural dos pais culparem à outrem, seja as escolas, os avós, as crianças vizinhas e, hoje, a internet. Todavia, a MODELAÇÃO PRIMÁRIA da personalidade da criança pertence ao adulto ou adultos que a criaram.

É dentro deste contexto emocional de algum tipo de unidade familiar que uma criança em crescimento se sente amada ou não, querida ou não,capaz ou incapaz, dotado ou não de valor, ademais de como se sentem e sentirão num futuro, que pode até ser distante da época de seu nascimento, a respeito de si mesmas e de outras pessoas.

Há poucos anos, a maioria dos grandes estudiosos sobre a educação das crianças e suas relações familiares, como Ferenczi, Fairban, Enid e Michael Balint, Sullivan, Erikson, Winnicott,Kohut, Sander e a propria Melanie Klein, seguidora tão direta do pai da Psicanálise, Sigmund Freud, não abordaram diretamente a relação do NEONATO com o PAI, somente com a mãe, e o pai era seguramente, um intruso, daí os estudos sobre o Complexo de Édipo, etc, ou seja, se referiam ao papel dos pais na criação dos filhos e jamais faziam a conexão do neonato com a figura paterna .

Há uma nova visão, um novo olhar cada vez mais atento na Psiquiatra e Psicologia moderna que encoraja a presença ativa do pai, o qual “tornando-se grávido” com a genitora, escutam juntos os apelos do bebê: “Veja-me, sinta-me, toque-me, cure-me ” (Pete Townshend). No momento que ele (o pai) é acolhido nas Maternidades, que vão sendo amigas DELE, sua tarefa ajuda não somente o neonato, mas ajuda a mãe, que às vezes, por imaturidade, culpa ou outros sentimentos afetivos, debruça-se sobre o seu filho, esquecendo o parceiro. É uma vantagem para ambos a favor da saúde mental do bebê que necessita apenas sentir-se seguro e amado.

Este vínculo precoce vai apenas reforçar uma frase muita dita pelos adolescentes: o melhor pai é aquele que ama minha mãe. Que a novas gerações estimulem estas atitudes paternas e das maternidades., pois assim fazendo estarão cumprindo uma das MÁXIMAS PARA A PREVENÇÃO DE DOENÇAS MENTAIS.

Desejo a todos um feliz e abençoado domingo e até o próximo artigo se o nosso bondoso Deus assim o Permitir.

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