Vicente Serejo
Francamente, Senhor Redator, não sei se concordo com certas preocupações da ciência. E não quero interferir no livre arbítrio dos cientistas, se é deles esse destino de perscrutar os mistérios do mundo. Mas, devia haver uma regra, um critério, seja lá o que danado for, para evitar o desperdício de algumas descobertas. São caras e, às vezes, sem o menor sentido. Outro dia, depois de quatro anos de pesquisas, anunciaram a descoberta da idade da lua. Ora, pra quê?
Nem para nós, os aluados, imprestáveis para o glamour, a idade da lua vai fazer alguma diferença. Mesmo sabendo que é melhor viver no mundo da lua do que aqui na terra. Qual a vantagem? Lá não tem imposto, taxa de lixo e iluminação. Para os aluados, seria bem melhor viver no Mar da Tranquilidade. E nem seria preciso saber qual a idade da lua. Aquele macacão deve ser um incômodo, mas, em compensação, na ausência de gravidade, nada cai e quebra.
Foi bom ter ido, mas teria sido mais econômico ter ficado. Teríamos o mistério daquela lua que antes tinha o privilégio de inspirar aos apaixonados. E o que fizeram? Trouxeram as pedras e certos de que eram ricas em urânio. Pra quê? Pra nada. E dizem que os doidos atiram pedras na lua. Já os astronautas, sem a menor cerimônia, não atiraram, mas tiraram pedras da lua. Sem autorização nenhuma. Invadiram um lugar pacífico por pura vaidade. E nada mais.
É bom que a ciência pesquise coisas mais urgentes. Como um jeito de melhorar as linhas telefônicas. Há dias, quando ligo para Rejane, uma voz suave me passa um atestado de aluado: “Este número não existe”. Ora, é o mesmo há décadas. A alma humana é assim, tem umas coisas loucas. Como acreditar que é possível proibir as ideologias, se querer proibi-las já é uma ideologia, e do maior perigo? Os demônios? Não se enganem, moram aqui, e não na lua.
RUÍNAS – Seria bom que o empresário dono das ruínas da Samaritana fosse um bilionário excêntrico e comprasse as ruínas do Hotel R. Magos. Os órgãos ditos culturais ficariam contra?
VIDA – A livraria do Campus, UFRN, já recebeu “O Cadete e o Capitão”, o livro que conta a ‘vida de Jair Bolsonaro no quartel’, de Luiz Maklouf Carvalho. Ele nunca foi o santo de agora.
SINTONIA – Quem conhece estratégia parte cedo. A prefeita Rosalba Ciarlini vai reunir no Mossoró Junino ano que vem grandes representações artísticas de todos os estados nordestinos.
OLHO – Pelo sim, pelo não, Rosalba abriga o símbolo de resistência que é o Nordeste agora no desgaste da gestão de Jair Bolsonaro. E já tem um slogan pronto: “Eta, o Nordeste está aqui!”.
DÚVIDA – Quem é mais frio nesse jogo: Bolsonaro ao deixar Sérgio Moro ser fritado todo dia, ou ele, Sérgio Moro, vendo que a fritura é fraca e seu prestígio popular cresce nas ruas do país?
AZAR – Ir ao Banco do Brasil, agência dita Estilo, na Av. Campos Sales, e apanhar pela frente uma gerente intolerante com cliente-dinossauro, pouco dado à tecnologia. Tira a conta errada.
MOLDE – Do profeta do Grande Ponto olhando nos olhos de bronze de Djalma Maranhão nos jardins da Câmara e vendo que sua memória será conspurcada: “Já lotearam o Plano Diretor”.
MAS – Presidir pequenos partidos não é mais tão fácil. Estão vetadas as coligações no campo das chapas proporcionais. Significa dizer que cada partido precisa ir às ruas com boa nominata, sob pena de não atingir o coeficiente que segundo cálculos pode ultrapassar os 14 mil votos.
2020 – Por falar em mudança: fontes politicas estão certas de que o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves e o deputado Hermano Morais ficam juntos no Cidadania, partido do ex-deputado Wober Júnior, sucesso do PPS. Há que aposte numa previsão: Carlos Eduardo não apoia Álvaro Dias.