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A idade da lua

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Vicente Serejo

LUA

Francamente, Senhor Redator, não sei se concordo com certas preocupações da ciência. E não quero interferir no livre arbítrio dos cientistas, se é deles esse destino de perscrutar os mistérios do mundo. Mas, devia haver uma regra, um critério, seja lá o que danado for, para evitar o desperdício de algumas descobertas. São caras e, às vezes, sem o menor sentido. Outro dia, depois de quatro anos de pesquisas, anunciaram a descoberta da idade da lua. Ora, pra quê?

Feliz é dona Benigna, minha mãe, que aos 90 anos mantém a firmeza inabalável de que o homem jamais esteve na lua. E se esteve, adverte, pecou. É coisa de Deus. Pronto. Fiquei espantado porque outro dia li que tudo não passa de ficção, combinado com os russos. Nem vou ao mítico de negar a viagem, o pouso e a caminhada. Fico antes. Teria sido melhor não ter sido feita. Não custava nada ter deixado a lua em paz, com São Jorge cavalgando seu cavalo branco.

Dizem eles, os cientistas, entre os quais um jovem brasileiro, que a lua tem pelo menos quatro bilhões e quinhentos e dez milhões de anos. Tem trinta milhões de anos a menos do que a terra. Sim, e daí? Que diferença faz para mais ou para menos, se a lua não pode fechar a boca de Jair Bolsonaro, aumentar os salários, revogar a reforma da previdência, tirar Paulo Guedes e mandar para Nova Iorque? Se aceita o ministro da deseducação, se não pode controlar nada? 

Nem para nós, os aluados, imprestáveis para o glamour, a idade da lua vai fazer alguma diferença. Mesmo sabendo que é melhor viver no mundo da lua do que aqui na terra. Qual a vantagem? Lá não tem imposto, taxa de lixo e iluminação. Para os aluados, seria bem melhor viver no Mar da Tranquilidade. E nem seria preciso saber qual a idade da lua. Aquele macacão deve ser um incômodo, mas, em compensação, na ausência de gravidade, nada cai e quebra.

Foi bom ter ido, mas teria sido mais econômico ter ficado. Teríamos o mistério daquela lua que antes tinha o privilégio de inspirar aos apaixonados. E o que fizeram? Trouxeram as pedras e certos de que eram ricas em urânio. Pra quê? Pra nada. E dizem que os doidos atiram pedras na lua. Já os astronautas, sem a menor cerimônia, não atiraram, mas tiraram pedras da lua. Sem autorização nenhuma. Invadiram um lugar pacífico por pura vaidade. E nada mais.   

É bom que a ciência pesquise coisas mais urgentes. Como um jeito de melhorar as linhas telefônicas. Há dias, quando ligo para Rejane, uma voz suave me passa um atestado de aluado: “Este número não existe”. Ora, é o mesmo há décadas. A alma humana é assim, tem umas coisas loucas. Como acreditar que é possível proibir as ideologias, se querer proibi-las já é uma ideologia, e do maior perigo? Os demônios? Não se enganem, moram aqui, e não na lua.

TENSÃO – Pesquisadores da UFRN estão constatando que a sabedoria popular tem razão: na casca do maracujá há uma substância que reduz a pressão arterial e apascenta aos inquietos. 

RUÍNAS – Seria bom que o empresário dono das ruínas da Samaritana fosse um bilionário excêntrico e comprasse as ruínas do Hotel R. Magos. Os órgãos ditos culturais ficariam contra?

VIDA – A livraria do Campus, UFRN, já recebeu “O Cadete e o Capitão”, o livro que conta a ‘vida de Jair Bolsonaro no quartel’, de Luiz Maklouf Carvalho. Ele nunca foi o santo de agora.

SINTONIA – Quem conhece estratégia parte cedo. A prefeita Rosalba Ciarlini vai reunir no Mossoró Junino ano que vem grandes representações artísticas de todos os estados nordestinos.

OLHO – Pelo sim, pelo não, Rosalba abriga o símbolo de resistência que é o Nordeste agora no desgaste da gestão de Jair Bolsonaro. E já tem um slogan pronto: “Eta, o Nordeste está aqui!”.

DÚVIDA – Quem é mais frio nesse jogo: Bolsonaro ao deixar Sérgio Moro ser fritado todo dia, ou ele, Sérgio Moro, vendo que a fritura é fraca e seu prestígio popular cresce nas ruas do país?

AZAR – Ir ao Banco do Brasil, agência dita Estilo, na Av. Campos Sales, e apanhar pela frente uma gerente intolerante com cliente-dinossauro, pouco dado à tecnologia. Tira a conta errada.

MOLDE – Do profeta do Grande Ponto olhando nos olhos de bronze de Djalma Maranhão nos jardins da Câmara e vendo que sua memória será conspurcada: “Já lotearam o Plano Diretor”.

LUTA – O coronel e deputado Azevedo, como quer ser chamado, tomou um avião aqui, em São Gonçalo do Amarante, e foi bater em Brasília, em busca de um lugar no Partido Cristão.  Mas, cuidou de levara na pasta uma exigência: quer ser presidente no RN já que tem mandato.

MAS – Presidir pequenos partidos não é mais tão fácil. Estão vetadas as coligações no campo das chapas proporcionais. Significa dizer que cada partido precisa ir às ruas com boa nominata, sob pena de não atingir o coeficiente que segundo cálculos pode ultrapassar os 14 mil votos.

2020 – Por falar em mudança: fontes politicas estão certas de que o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves e o deputado Hermano Morais ficam juntos no Cidadania, partido do ex-deputado Wober Júnior, sucesso do PPS. Há que aposte numa previsão: Carlos Eduardo não apoia Álvaro Dias.

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