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A informática no auxílio ao aprendizado

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Professora Liana do Rosário

A partir de agora o Governo do Estado vai intensificar suas ações no que concerne à inclusão digital nas escolas. Um esforço que vinha sendo feito com a ajuda do Governo Federal ganha agora um novo impulso com a implantação do Centro de Tecnologia Educacional. A coordenadora do centro, professora Liana do Rosário de Moura tem muitas idéias sobre o assunto e vai adiantar nesta entrevista o que está sendo feito para que a tecnologia chegue de uma vez por todas às nossas escolas públicas. O que muita gente julga impossível, não passam de pequenos obstáculos que podem ser vencidos com obstinação, criatividade e muito trabalho. Pelo menos é no que acredita Liana do Rosário, com grandes possibilidades de acerto. Agora já se pode pensar em uma escola pública com laboratórios de informática, salas de vídeo para aulas à distância, antenas parabólicas e outros itens da tecnologia moderna. O centro vai funcionar no prédio da Secretaria de Educação, no Centro Administrativo de Natal, no local onde hoje funciona a TV Escola. É para lá que as pessoas interessadas em educação à distância e novas tecnologias para a educação devem se dirigir.

• Em que pé estão as coisas?
Nós estamos regulamentando o centro, anteriormente, as ações eram pulverizadas, porque tinham vários setores que trabalhavam com tecnologia e agora, com a criação do centro, a gente vai fazer essa integração com as diversas mídias e programas já existentes no Estado e também no Governo Federal. Acredito que ainda no mês de julho já teremos a regulamentação. Aí a gente vai começar a se reunir e definir as ações que já estão, inclusive, incluídas no projeto do centro para que a gente possa viabilizar essas ações. Que seria basicamente a questão do suporte pedagógico e técnico, as ações do Proinfo e TV Escola. E coordenar essas ações pelo programa TV Escola, que já tem uma equipe e também pela equipe do Proinfo que está atuando nos NTEs. Então a gente vai começar a executar essas ações, que envolvem, inclusive, as DIREDs e as escolas do interior que estão vinculadas ao Proinfo federal. Também estará junto com a gente o Programa Estadual de Informática que também será implantado agora, juntamente com o CTE e todos esses programas juntos vão estar integrados em ações conjuntas para que a gente possa viabilizar o que está proposto no projeto do CTE.

• Por exemplo?
A questão, por exemplo, da educação à distância é um dos pontos fortes do CTE que a gente quer cobrir algumas lacunas existentes, inclusive, relacionadas ao ensino médio. Porque hoje nós temos problemas com relação a algumas disciplinas do ensino médio como química, física e matemática e a gente está pensando em optar, exatamente, pela educação à distância suprir essas necessidades do Estado. Então o CTE vai fazer essas articulações todas, com os programas já existentes e avançar, propondo mais coes que venham favorecer o aprendizado do aluno.

• Já funciona no próximo semestre?
Eu acredito que sim. Eu acho que o que a gente podia ter avançado em reformulação, discussão e apresentação de propostas para existência do CTE, já avançou bastante. O que está dependendo agora é da parte jurídica apenas. Nós estamos agora numa nova fase. Já começamos a preparar a estrutura do centro, estamos em processo de pintura, instalações, já temos os equipamentos e estamos adquirindo mais outros equipamentos para, junto com a TV Escola, fazer aquele processo de conversão das fitas que estão em VHS para DVD. Até porque a linguagem agora já é outra mais moderna, já é outra. Nós vamos também disponibilizar serviços que venham ajudar as escolas a fazer essa conversão. Então a gente vai adquirir equipamentos que possam favorecer essa conversão, o gravador de DVD, juntamente com o vídeo, para fazer essa conversão. Já temos o orçamento dos equipamentos que a gente precisa, inclusive, de computadores. A equipe está praticamente fechada. Estamos só dependendo agora da aquisição de uma pessoa que venha responder tecnicamente pelo CTE, mas essa pessoa já está entrando num acordo com a gente. De forma que eu acredito que não tenha maiores empecilhos de funcionamento.

• Essa é a idéia básica?
É. O CTE vai ser um Centro de Tecnologia Educacional para unificar as ações de todos os setores que trabalham com tecnologia na educação. Esses programas que são articulados com o Governo Federal tipo TV Escola, GESAC, Promep, Alvorada, programas que têm um cunho pedagógico, mas também outros que têm um cunho mais de inclusão digital. Mas eles trabalham de forma individualizada, fragmentada do ponto de vista dessa articulação. O que o CTE vai fazer é integrar esses diversos programas para que, de fato, não fiquem ações isoladas. Mas que tenham uma integração. Onde houver apenas a inclusão digital, a gente trabalha isso, a gente sabe que pedagogicamente está fazendo a inclusão digital, mas existem programas que têm apenas este objetivo, mas que tem pontos que precisam ser observados, como internet no interior, e que poderiam ser aproveitados do ponto de vista pedagógico. Vamos fazer essa articulação entre o objetivo educacional e o objetivo da inclusão digital. Aproveitar, dinamizar e otimizar esses programas já existentes de maneira que venham atender mais a comunidade, conforme está proposto no projeto como também à comunidade escolar.

• Isso vai ser um avanço para o ensino, não é?
Este centro, entre tantas questões que eu já coloquei, de articulação com as diversas tecnologias, de ter uma ação conjunta com os programas já existentes, também se propõe trabalhar com a educação à distância, incluindo entre essas articulações. Porque a tendência hoje é as pessoas cada vez mais ocupadas e com a distância dos grandes centros onde estão as universidades, o ensino superior, distantes muitas vezes dos municípios, das Cidades e as pessoas, muitas vezes, perdem a oportunidade de se qualificar mais em razão dessa distância. Os professores estão nos municípios, no interior e eles deixam até de se atualizar e se capacitar em razão disso. Então o centro também vai coordenar esse processo de oferta de cursos à distância, vai se articular também com as universidades que já trabalham com educação à distância para poder oferecer também essa formação à distância.

• Quem vai poder participar desse centro?
A comunidade escolar, o que implica aí professores, alunos. Mas como a gente está trabalhando com um programa do governo, o GESAC, que trabalha  com a inclusão digital e outros programas que também tem essa mesma conotação, nós não estamos excluindo a comunidade externa. Por quê? Porque a gente vai estar articulados a esses programas já existentes do Governo Federal.

• Você destacaria algum projeto em andamento?
Tem um projeto que está sendo desenvolvido, é um projeto piloto que trabalha com essa idéia de articulação entre as mídias. Este projeto Mídias e Escolas Integradas é um projeto que está sendo desenvolvido via CTE, já, na escola Presidente Kennedy, no laboratório, de ensino fundamental, com as segundas e quartas séries, no turno matutino e a Escola Berilo Wanderley, também com as segundas e quartas séries do turno matutino. Então este projeto é para capacitar o professor em serviço e também ao mesmo tampo a gente começar a fazer a inclusão de tecnologia no trabalho do professor.  Nós não mudamos a proposta do professor, nós fazemos a inserção dessas tecnologias na proposta do professor. Então está sendo bastante interessante porque nós estamos provocando interações virtuais entre os professores e posteriormente nós estaremos fazendo entre alunos. Nós avançamos um pouco o projeto, já estamos fazendo oficinas, por solicitação dos professores, que querem  conhecer melhor os ambientes de interação. Como a gente vai trabalhar com novos programas e eles não têm o hábito de suar a internet, muitos deles nem têm e-mail, e foram justamente criados agora para viabilizar a proposta, então nós vamos levar isso para eles. É um projeto vai ser alongado, a longo prazo, vai funcionar o durante ano inteiro e acredito que vai ser bastante interessante do ponto de vista do avanço  nas inclusão das tecnologias no processo pedagógico. Porque não está sendo algo imposto. Está sendo negociado gradativamente com os professores e à medida que eles vão sentindo as necessidades vão pedindo à gente que a gente vai fazendo as ações junto a eles. E isto está sendo prazeroso para eles e para nós.

• Agora a informática vai chegar de vez às escolas públicas?
O Proinfo e TV Escola vem desenvolvendo ações desde 1996, através do Governo Federal. A TV Escola, e como ela se instalou aqui na Secretaria, teve uma atenção maior por parte do Governo Estadual. O Proinfo, quando foi criado, os núcleos foram criados em duas escolas aqui em Natal: o Atheneu e o Instituto Kennedy e duas no interior: Caicó e Mossoró. Como eles ficaram distanciados da administração, e também as pessoas que assumiram a coordenação ficavam aqui, então essa articulação não foi, de certa forma, muito bem feita. Agora, com o CTE essa articulação vai melhorar, porque as pessoas que estão nos núcleos de tecnologia e as pessoas que estão na TV Escola vão fazer parte da equipe do CTE. Então a possibilidade de que este processo vai acontecer em conformidade com a proposta de articulação das tecnologias vai ser muito melhor do que da forma como estava. 

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