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A la carte

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Gustavo Sobral/Escritor e pesquisador

Rio Branco. É hora do almoço. O bolinho espécie de versão do bolinho de bacalhau vem acompanhado de limão cortado servido no pires e recipiente com pimenta da casa, forte, e para pôr a gosto do freguês. Vá de cerveja bem gelada para acompanhar, enquanto espera o peixe que leva cerca de quarenta minutos para ficar pronto (informe do garçom).

O peixe assado ao forno com legumes vem numa longa travessa. Inteiro, com cabeça e tudo. É um senhor prato indicado para cinco pessoas mas que serve muito bem seis, quiçá mais, éramos seis, comemos o bolinho é fato, e sobrou peixe. O garçom vai decompondo, serrando o peito, cortando a carne, servindo o filé com um pouco de legumes e deitando o molho que repousa na travessa. Acompanha porção de arroz e uma farofinha. É refeição completa. Leve, super leve. De se fartar e não sentir aquela sensação de estar cheio, empanturrado.

Empunhando seu fardamento tradicional, a calça preta, a camisa branca alvíssima e a gravata, o garçom é mestre no que faz: serve o peixe e (a nosso reiterado pedido) evita as espinhas. Caprichando no corte ele vai desviando as espinhas e ao distribuir o cardápio, auxilia o cliente a optar pelo prato que melhor serve a quantidade de pessoas à mesa e a opção mais adequada ao paladar e gosto do freguês.

A vidraça traz o rio lá fora, para dentro do amplo salão que se alcança por uma escada. Estamos no primeiro pavimento com vista para o rio vendo os barcos dançar no balanço da água. A toalha da mesa, os guardanapos de tecido e os talheres de prata povoa a atmosfera do restaurante típico a la carte com pompa e circunstância. Deve ficar lotado das famílias da cidade aos finais de semana. Numa segunda-feira, é deserto. Três mesas se ocupam. Numa delas um senhor solitário bebe vinho e espera o peixe.

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