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A luz-guia dos navegantes

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Manoel Procópio de Moura Júnior
[Sócio do IHGRN]
A navegação, por ser um meio de transporte de fundamental importância para a humanidade, tem contado com a ajuda de anjos da guarda, cuja luz tem apontado o perigo e orientado o bom caminho – são os faróis, sinaleiros dos navegantes.

A importância dos faróis é reconhecida desde a antiguidade. Daí o primor da construção do Farol de Alexandria, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Os faróis foram erguidos nas costas, em lugares elevados, indicando a existência de algum arrecife, atol, baixio, ou qualquer outra situação de perigo que pudesse interferir na passagem das embarcações ou que pudesse causar danos.

No governo interino de Eliseu Leite, a prefeitura do Natal, cooperando com o plano de desenvolvimento do Ministério da Marinha para construir faróis ao longo da costa brasileira, fez a doação de uma área de 34.500 metros quadrados do patrimônio municipal para a construção do farol da cidade do Natal. O local escolhido foi um platô no morro de Mãe Luíza.

Esta denominação é em homenagem a essa parteira que se deslocava à noite alumiava os seus caminhos com um lampião para prestar os seus meritórios serviços de ajudar as parturientes prestes a dar à luz. Ela era conhecida por “Mãe Luíza”.  

Em homenagem a essa parteira, o Morro do Pinto recebeu o nome de “Morro de Mãe Luíza” e, posteriormente, quando toda aquela área foi transformada em bairro, a humanitária senhora foi novamente homenageada, passando o bairro a ser denominado Bairro de “Mãe Luiza”.

A sua construção, foi iniciada em 5 de março de 1949 pela firma Gentil Ferreira da Souza, sob a fiscalização da Capitania dos Portos deste Estado e concluída em 14 de março de 1951.

A torre de concreto foi pintada de branco, e mede 37 metros de altura. Contando ainda com 151 degraus. Junto a ela encontram-se três casas de alvenaria. Uma para os faroleiros, e as outras duas para a tripulação que deveria guarnecer e conservar aquela estrutura.

O farol de Mãe Luíza, em relação ao nível do mar, alcança a altitude de 87,08 metros. É o farol mais alto da América do Sul. A luz que guia dos navegantes tem a capacidade de alcançar a distância de 24 milhas náuticas (44 km) com lampejos a cada 12 segundos.

A inauguração do Farol do Natal foi presidida pelo Almirante Raul Santiago Dantas, chefe do Estado-Maior da Armada. A solenidade aconteceu às 17h do dia 15 de agosto de 1951, e contou com a presença do governador do Estado Syvio Pedroza; do contra-almirante Haroldo Rubens Cox – comandante do 3º Distrito Naval; do capitão dos Portos, capitão de Corveta Leopoldo Braz Mesquita Bastos e dos chefes dos poderes Judiciário e Legislativo, além de autoridades federais, estaduais, municipais. A banda de música da 3ª Companhia Regional de Fuzileiros Navais tocou na solenidade.

O farol do Natal, que é administrado pela Capitania dos Portos do Rio Grande do Norte é, em razão de sua localização, um verdadeiro mirante, já que é possível ter uma vista panorâmica de uma parte da cidade, podendo ainda ser avistada a praia de Genipabu ao Norte, e, ao Sul, a praia de Ponta Negra.

Normalmente, a atividade matinal da festa da padroeira daquele bairro é encerrada com uma oração, ao nascer do sol, realizada em volta do farol. Ele é hoje um dos importantes pontos turístico da cidade e, para gáudio nosso, continua a espargir luz do alto do morro de Mãe Luíza sobre as águas atlânticas que azulejam o litoral da cidade do Natal.

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