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A metralhadora de Gilmar

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Lydia Medeiros

Voto solitário na sessão de ontem do STF, o ministro Gilmar Mendes decidiu julgar o acusador. O assunto era Michel Temer, mas o ministro preferiu falar sobre Rodrigo Janot, ao desqualificar as investigações e provas que embasam a denúncia contra o presidente da República. Gilmar votou pela devolução da acusação à Procuradoria e escolheu adjetivos como “mentiroso” para se referir ao ex-procurador-geral, para ele um “indivíduo sem caráter”. “Ele (Janot), que vivia de dedo em riste como o Simão Bacamarte de ‘O Alienista’ (Machado de Assis), deveria pedir a sua própria prisão provisória. Mas ele não teve coragem para isso”, atacou Gilmar. A Associação Nacional dos Procuradores reagiu e condenou a agressividade do ministro. A guerra está longe do fim.

Fora de hora
Às vésperas da chegada de uma nova denúncia à Câmara, Michel Temer disse em Nova York que o PMDB terá candidato à Presidência em 2018. Não se sabe qual foi a intenção do presidente — que não falou em nomes. Mas líderes encarregados de livrá-lo de um processo, conquistando votos em mais de uma dezena de partidos de sua base na Câmara, acharam a declaração, no mínimo, inoportuna. Hoje, a disputa eleitoral é fator de desagregação entre partidos governistas.

Entrevista: Cristovam Buarque, Senador pelo PPS-DF

Cristovam Buarque  -  Senador pelo PPS-DF

A crise das universidades se agrava.  O que deve ser feito?
As universidades precisam de dinheiro, mas também cometem pecados, precisa haver uma autocrítica. A UFRJ, por exemplo, nunca se manifestou contra Sérgio Cabral. As universidades estão dessintonizadas da realidade.

Falta prioridade do governo para o setor?
O gasto médio anual por aluno nas universidades federais brasileiras é de R$ 13 mil. Nos países da OCDE a média é de R$ 15 mil. É preciso mais dinheiro, mas também de mais eficiência. Há um problema de gestão.

Acha que o ensino superior deveria ser pago?
O ensino gratuito não vem do ar. A universidade é paga. Defendo que cursos essenciais ao país, como Medicina, formação de professores, sejam grátis. A cada cinco anos o governo deveria arbitrar quais os cursos essenciais. Nos demais, poderia haver cobrança.

Plano de voo
Partiu de dois tucanos o pedido de acesso a dados sobre o jatinho dos irmãos Batista, na CPMI da JBS. O presidente da comissão, Ataídes de Oliveira, e o deputado Izalci Lucas apresentaram requerimentos para conseguir mais informações sobre os voos da aeronave. Joesley revelou, em sua delação, que o presidente Temer foi um dos passageiros do Learjet.

Sem replay
O deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB) diz que já deu a sua contribuição na primeira denúncia contra Temer e que não deseja ser novamente relator na segunda acusação de Rodrigo Janot, como querem os governistas. “Não vou mexer na cristaleira do meu partido”, diz, em referência ao racha entre os tucanos sobre o apoio a Temer.

Deixa quieto
Uma das apostas do governo para sair do vermelho, o Refis contabilizava até a segunda-feira R$ 8 bilhões contratados. A expectativa é chegar a R$ 13 bilhões até o próximo dia 29, quando perde a validade a medida provisória que criou o programa de refinanciamento de dívidas. Nesse ritmo, o governo não fará o menor esforço para aprovar o relatório do deputado Newton Cardoso Jr., que altera as condições de pagamento.

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