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A música da folia

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Cantora Khrystal deverá repetir a dose na abertura do bloco Poetas e CarecasRosa Lúcia Andrade – Repórter

Às vésperas do carnaval a programação da Prefeitura vem sendo divulgada, mas ainda não está totalmente fechada. Isso devido, principalmente, à indefinição dos valores a serem pagos aos músicos. Segundo a portaria da Fundação Capitania das Artes, que rege as normas dos festejos deste ano, publicada na sexta-feira passada no Diário Oficial do Município, no Art. 2º,  “o valor global a ser despendido a título de auxílio-financeiro será posteriormente publicado em portaria”.

Dividido por lotes, alguns já tiveram seus valores informados junto aos artistas que entraram com pedido para participar da festa. O resultado não tem sido dos melhores. Em uma audiência realizada na segunda-feira alguns músicos tiveram a informação de que receberiam R$ 800,00 por tocata. Ou seja, por cada apresentação. O problema é que como a maioria é banda e tem um número grande de músicos, na divisão desta verba fica um valor considerado baixíssimo para cada integrante. Alguns afirmam até que o prazo para receber o dinheiro, chegando a mais de um mês da realização do evento, gera insatisfação e desistência da participação.

“Este ano não vou fazer carnaval para Natal. Vou fazer um trabalho particular, no Clube da Redinha”, afirmou o maestro Gilberto Cabral. Com cerca de 80 pessoas em sua banda de frevo, entre músicos e dançarinos,  e com base na experiência do ano passado, o projeto nem foi apresentado à Funcarte, órgão da Prefeitura que promove o carnaval na cidade. A demora do pagamento do cachê foi o motivo da desistência deste ano.

No ano passado foram várias apresentações de palco na Redinha fazendo ainda parte de blocos da tradicional praia da capital neste período. Além disso, os músicos começam a se preparar desde agosto do ano anterior e a definição da festa ficou muito perto da data do carnaval.

Mas segundo a coordenadora geral do Carnaval em Natal, Cristina Medeiros, esta proximidade com a data para realização de reuniões para definir cachês, não atrapalha o andamento da programação. “Não tem problema, não. Tem mais de cem pessoas querendo fazer carnaval aqui”, garante.

A coordenadora do carnaval  informou ainda que não tem conhecimento sobre a data da publicação de nova portaria com definição de valores. Só sabe que devem ser próximos dos que foram pagos no ano passado. “A prefeita quer que o orçamento fique em torno do que foi gasto no ano passado”, afirma. Mas não deu o valor total do bolo. Outra definição é que atrações nacionais — como o sambista Diogo Nogueira que foi congitado para vir — não entram na programação deste ano, apenas artistas locais. 

#maisinformacoes#A princípio sabe-se que há três níveis de cachê: R$ 800,00, por apresentação destinados aos “que querem começar a aparecer na cena do carnaval”; R$ 1,5 mil para grupos de samba e pagode e R$ 2,5 para artistas já conhecidos. Exemplos dados pela coordenadora: “Khrystal, Romildo Soares, Geraldinho Carvalho”, entre outros. O percentual do desconto de Imposto sobre Serviço também está sendo definido, tanto para pessoa física como jurídica. Mas deve incidir sobre esses valores.

Apesar da definição de nível para o repasse, as negociações ainda estão ocorrendo. E segundo Cristina Medeiros, nenhum artista do nível dos R$ 800,00 foi informado sobre o valor. Não é o que afirma Tamires Leite. Segundo ela, já há alguns anos tenta participar da cena cultural da cidade, nos festejos patrocinados pela Prefeitura e não consegue devido à oferta baixa de cachê.

Tamires afirma que na manhã de segunda-feira, em reunião entre alguns artistas e a Capitania das Artes, foi informado o valor a ser pago a artistas como ela. “Oitocentos Reais pra mim, não dá. Toco com dez músicos e mesmo assim me ofereceram apenas uma tocata”, diz. A cantora se sente desrespeitada, e disse que já fez shows em cidades como Campina Grande e Caruaru com cachê de até R$ 8 mil. “Lá fora as pessoas conhecem meu trabalho, aqui ninguém quer saber”, lamenta.

O maestro Antônio de Pádua, que durante o carnaval faz um trabalho de palco, ainda não sabe se participará do evento promovido pela Prefeitura — por enquanto, De Pádua está como regente da Banda Independente da Ribeira. “Ainda não tive uma resposta sobre o projeto apresentado”, alega. E avalia: “O interessante é que houvesse uma definição pelo menos um mês antes”, diz.

O produtor cultural José Dias, empresário da cantora Khrystal, que sempre faz o palco do bloco Poetas, Carecas, Bruxas e Lobisomens no sábado de carnaval em Ponta Negra — além de outras apresentações — afirma que ainda não está definida sua participação nos festejos da cidade. Eles esperam uma resposta sobre sua possível participação no carnaval pernambucano. Quanto à definição de cachê ele avalia que quem determina é o mercado. “Dois mil e quinhentos para os padrões de Natal, não é dos piores”, afirma. Seus shows fora do Estado têm cachê médio de R$ 6 mil.

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