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A noite de Paulo Balá

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O lançamento do livro As Últimas Cartas do Seridó, de Paulo Bezerra, noite de segunda-feira que passou, foi um dos acontecimentos literários mais concorridos dos últimos tempos por estas bandas potiguares. Aconteceu no Instituto de Radiologia de Natal, do qual o médico e escritor é um dos fundadores. Foi uma festa emocionante até porque era dia do seu aniversário. Paulo estaria fazendo 85 anos. Amanhã, 21, faz um ano de seu falecimento. A edição deste seu quinto livro foi organizado pela sua esposa e filhos. O projeto gráfico incluindo a capa (a partir de uma foto de Giovanni Sérgio) é da Mariz Comunicação Integrada.  Na noitada do lançamento vendidos mais de 200 exemplares. 

 Além das cartas (são 33) o livro inclui, ainda, dois discursos de Paulo Bezerra. Um, que ele pronunciou no dia 8 de junho de 1999 quando tomou posse na Academia de Medicina do Rio Grande do Norte, fazendo o elogio do patrono de sua cadeira, o médico Odilon Guedes da Silva, e o outro saudando a escritora e professora Eulália Duarte Barros, Lalinha, quando de sua posse na Academia Norte Rio-Grandense de Letras.  Paulo começou a escrever estas cartas, todas endereçadas a este colunista que vos fala, a partir de 31 de março de 1985. Renderam cinco livros, sem contar com um outro de poesia: Rimas e outros versos vagabundos.

Este livro com as “Ultimas Cartas” é prefaciado pelo Padre João Medeiros Filho e tem posfácio do Cônego José Mário de Medeiros, ambos seridoenses como o autor e seus confrades na Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. As orelhas são assinadas pelo historiador Frederico Pernambucano de Mello, membro da Academia Pernambucana de Letras, também peagadê em nossos sertões e o nosso maior estudioso do cangaço nordestino, começando por Lampião, o maior de todos.

Destaco um trecho do prefácio do Padre João Medeiros Filho:

– As ciências, máxime a antropologia e a sociologia, distinguem a pessoa culta e a erudita. Paulo era as duas coisas. Imbuído da cultura nordestina, sertaneja e seridoense – que plasmou seu saber, seu legado científico e literário – é intérprete de nossa realidade e o tradutor de nossos mistérios e riquezas. Profundo e autêntico, com rigor científico sem rebuscados. Além de estudiosos e pesquisadores contemporâneos definirem o Seridó como uma civilização, Paulo já afirmava que ‘nossa terra é uma nação’.  Possui uma linguagem própria. Sua temática é especial. Seus homens são diferentes. Sua bravura é singular. Sua religiosidade é impactante (com bênçãos e graças de Santana e Nossa Senhora), transbordando hospitalidade, alegria e esperança.

– Sua música lembra o canto gregoriano medieval, embalando e aliviando a dor da vida fustigada pela seca (um de seus temas recorrentes), no entanto pronta para renascer, como fênix, das cinzas. O falar seridoense é modulado pelo som dos açudes e barragens, que sangram nos anos de inverno e afloram o sorriso da alma e da perseverança, numa luta obstinada e solitária, não raro, sem o braço de governos e instituições públicas. ”

O livro de Paulo Balá pode ser adquirido na loja da Todeschini, avenida Prudente de Morais, 1102, ao lado do Nordestão.

Política
Incêndio Outro comentário que me chamou atenção, lendo o Estadão, foi o da também analista política Eliane Cantanhede. Ela falou assim:

– Se o Judiciário faz um mutirão para apagar o incêndio causado pelo desembargador Rogério Favreto, do TER-4, o Legislativo pôs fogo nas contas públicas e queimou a largada do próximo governo, seja quem for o presidente. A sociedade civil e os quartéis estão indóceis com tanta fumaça”.

Chuva
Chuvinhas finas em poucos cantos do Rio Grande do Norte, juntando o tempo de quarta-feira como amanhecer de ontem, quinta, caídas mais no Litoral. A melhorzinha foi em Baia Formosa, 10 milímetros. Natal, 3. Mas houve uma chuvinha boazinha em São Tomé, Agreste do Alto Potengi, 9 milímetros. São dados da Emparn. Na Paraíba o mesmo cenário. Chuviscos pelo Brejo pegando Campina Grande. No Ceará não choveu.

Exposição
Está aberta ao público, a partir de hoje, na Galeria Conviv’art, na UFRN, a exposição “a-cor-dos-gêmeos”, dos artistas plásticos Vicente Vitoriano e Erasmo Andrade. Vai até o dia 9 de agosto.

Hermilo
Ontem, no Recife, foi aberta a 16ª Semana Hermilo Borba Filho, que acontece no teatro que tem o seu nome. Espetáculos, exposições, palestras, oficinas de mamulengo, leituras dramáticas. Vai até o dia 22, domingo. Realização da Prefeitura Municipal de Recife com o apoio do Governo do Estado.

No dia D
No amanhecer desta sexta-feira este colunista pega a estrada no rumo de Tapeorá, cariris velhos de Paraíba, lá se vão 400 e tantos quilômetros até a porteira da Fazenda Carnaúba, da Manoel Dantas Vilar Filho, Manelito, onde acontece o Dia D. É um importante evento da pecuária nordestina, destaque especial para o seu Empório, que é a exposição de caprinos e ovinos, “ a maior exposição de raças nativas do Brasil”, e mais ainda seus Guzerás e Sindis.

Tem também a feira de artesanato, os famosos queijos de leite de Cabra da Carnaúba, a exposição “Paisagem Heráldica” do pintor Manuel Dantas Suassuna. Isso sem falar na prosa incomparável, rica de sabedoria e de teimosia sábia, de Manelito, e o reencontro com vários amigos de várias partes. Vai até domingo.

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