terça-feira, 23 de abril, 2024
30.1 C
Natal
terça-feira, 23 de abril, 2024

A ‘obamamania’ ganha o mundo

- Publicidade -

COMPORTAMENTO - Carisma de Barack Obama seduz eleitores nos Estados Unidos e atrai a simpatia de pessoas em todas as partes do mundoBucareste (AE) – Quando nasceu, Barack Obama foi considerado “um bebê magrelo com um nome engraçado”. Mas isso não impede que orgulhosos pais, da Romênia à Indonésia, de darem o nome do presidente eleito dos Estados Unidos a seus filhos recém-nascidos. Para os oprimidos ciganos da Romênia, que, como os afro-americanos já foram escravizados e ainda lutam para superar o enraizado preconceito no país, Obama é particularmente inspirador. “Quando vi Obama na TV, meu coração encheu-se de alegria. Eu achei que ele fosse um de nós ciganos, por causa da cor de sua pele”, disse Maria Savu, cujo neto – Obama Sorin Ilie Scoica – nasceu na vila central romena de Rusciori. O pequeno Obama é a terceira criança de uma família pobre cuja renda mal chega a 200 leus romenos (US$ 66) ao mês em benefícios sociais. Ele nasceu no dia 4 de novembro, o dia que os americanos elegeram seu multirracial presidente. Savu, de 43 anos, disse ao jornal Evenimentul Zilei que espera que o nome traga sorte ao garoto.

A vitória de Obama também fez com que Sugiarto, um guarda de segurança de 36 anos de Jacarta, na Indonésia, e sua mulher, Sularsih, decidissem dar o nome do democrata norte-americano a seu filho mais novo. A Indonésia, um país de maioria muçulmana formado por mais de 18 mil ilhas, foi à loucura com Obama, em parte porque o presidente eleito dos Estados Unidos viveu por quatro anos no país quando era criança. “Ele é incrível, não é?”, pergunta Sularsih, de 34 anos, acariciando as bochechas de seu bebê de um mês, Husein Obama. “Eu acho que é um nome bonito para ele. E quem sabe? Talvez um dia ele seja presidente da Indonésia”.

A popularidade de Obama pelo arquipélago fez com que muitos partidos políticos fizessem novos cartazes com a foto do líder norte-americano e alguns até mesmo copiaram os temas “Sim, nós podemos (Yes we can)”, e “Mudança (Change)”, da campanha do democrata.

Os norte-americanos também têm escolhido o nome de Obama para seus filhos. Patrick e Sasha Hall Fisher, de Hollywood, Flórida, são considerados os primeiros: Sanjae Obama Fisher nasceu poucas horas antes de as notícias indicaram que Obama seria o novo presidente eleito.

Na cidade holandesa de Leiden, funcionários municipais orgulhosamente anunciaram na semana passada que as raízes de Obama podem ser encontrada entre os Puritanos que acabaram por se estabelecer nos Estados Unidos depois de deixarem a Inglaterra em 1609. Os Puritanos passaram 11 anos em Leiden em seu caminho para o Novo Mundo. Obama é descendente de Thomas Blossom, disse Jan-Jaap Haan, um aldeão local, citando a pesquisa realizada pela Sociedade de História Genealógica da Nova Inglaterra, em Boston. “Leiden está orgulhosa com o fato de que nossa história está ligada, por meio desta árvore genealógica, aos ancestrais do novo presidente dos Estados Unidos”, afirmou Haan.

Mas a vitória de Obama teve especial ressonância nos lugares do mundo onde pobres e desprivilegiados o vêem como um exemplo das mudanças que eles podem defender em suas próprias sociedades. Atta Mills, um candidato de oposição das eleições presidenciais em Gana e cuja plataforma de campanha é baseada em mudanças, produziu pôsteres com uma fotografia sua ao lado de uma imagem em tamanho natural de Obama com o objetivo de angariar votos.

Na Romênia, Banel Nicolita, integrante da seleção romena de futebol, é um cigano que veio de uma família de oito irmãos e que já viveu numa casa precária. Seus feitos, deram ao jogador o apelido de “Obama do futebol romeno”. Oficialmente, a Romênia tem cerca de 500 mil ciganos, embora acredite-se que na verdade o número seja pelo menos duas vezes maior. Muitos ciganos não declaram suas raízes em razão do forte preconceito. Muitos vivem na pobreza.

A Agência Européia de União para Direitos Fundamentais diz que os ciganos sofrem uma rotina de discriminação nos setores de educação, emprego, serviços de saúde e moradia. Por essa razão muitos deles se identificam com as lutas dos negros norte-americanos. “A vitória de Obama é uma motivação para nós”, disse Gruia Bumbu, presidente da Agência Nacional para os Ciganos.

Os ciganos foram escravos até mais ou menos a mesma época em que os afro-americanos foram libertados, no século 19. Mas os ciganos nunca fizeram uma ampla campanha pelos direitos civis e, hoje em dia, Bumbu afirma que “estamos entre 20 e 30 anos atrasados”. “Quando você vê um afro-americano tornando-se presidente, isso mostra que seu sonhos podem se tornar realidade”, disse ele. “É como ver a luz no fim do túnel. A luta por direitos iguais pode ter um final feliz.”

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas