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A pista Natal-Parnamirim

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Walter Fernandes de Miranda Júnior
Engenheiro e Ex-superintendente do DNIT no Rio Grande do Norte
Trafegar na BR-101/RN, no trecho Natal-Parnamirim, é olhar a paisagem em constante evolução dos elementos que se erguem, ampliam-se e remodelam-se nas áreas lindeiras, refletindo sobre o sistema de equilíbrio e especialização entre a mobilidade, os espaços urbanos e os bairros dos dois municípios, e na permanente intervenção na faixa de domínio da rodovia urbana, visando adequá-la cada vez mais ao sempre crescente volume de veículos que por ali circulam com o transporte coletivo público, transporte ativo e com os pedestres nos seus mais variados movimentos, de acordo com as necessidades de deslocamentos das pessoas, inclusive exigindo travessias em alguns pontos dessa artéria viária que são feitas por viadutos e passagens de nível para veículos, e de passarelas aéreas para transeuntes; é encher os olhos ao passar sobre o Rio Pitimbu que tem o seu curso entre os tabuleiros costeiros e dunas que o apertam, desaguando na Lagoa do Jiqui que abastece de água parte de Natal.
É, ainda, andar na história com o primeiro passo sendo dado em 1942, durante a segunda guerra mundial. A “pista”, como ficou sendo chamada por muito tempo, pavimentada, foi a primeira do Rio Grande do Norte, e teve a sua fundação quando o Departamento de Engenharia do Exército Americano viu a necessidade de se ter uma logística de abastecimento de combustível de aeronaves e de mobilização de tropas e equipamentos no percurso da rampa para Parnamirim Field.
O objetivo da estrada, construída no esforço de guerra para atender a logística militar, foi cumprido, tornando-se simbolicamente a via da “vitória na guerra” para os aliados da Segunda Grande Guerra Mundial e os potiguares. Agora, o desafio da mobilidade do segmento histórico e de seus consequentes aumentou com o avanço populacional na região metropolitana de Natal e o crescimento econômico e social.
77 anos são passados da data do início da operação da pista. Foram anos de movimentos contínuos que induziram ou acompanharam o crescimento ocupacional do solo e da economia, com várias intervenções de engenharias físicas. Em 2013, as forças políticas, a sociedade e os usuários do trecho rodoviário, diante da situação do caos no trânsito que gerava insegurança, baixo nível de serviço, acúmulo desordenado de veículos, causando prejuízos, estresse, acidentes e poluição, levaram o Governo Federal, através do DNIT, a realizar a licitação RDC – Regime Diferenciado de Contratação nº 003/2013 e a Contratação Integrada nº 549/2014 do Consórcio Natal-Parnamirim vencedor da licitação.
Este grande empreendimento de mobilidade urbana do Viaduto de Ponta Negra até entrada da RN-313 que dá acesso para Pium, em pista dupla, encontra-se 87% concluído, já trazendo inúmeros benefícios com um grande inventário de obras composto de vários complexos: cinco viadutos, duas grandes passagens de nível (trincheiras), oitocentos e dez mil metros quadrados de áreas com drenagens superficial e subterrâneas, bocas de lobo, bueiros, poços de visita, dutos e galerias, um tunnel line para drenagem de águas pluviais com dois metros de diâmetro e uma extensão de um mil e quinhentos metros com doze metros em média de profundidade, vinte e dois quilômetros de implantação e pavimentação de vias marginais interligando e possibilitando acessos às duas cidades em todo trecho, construção de quatro passarelas para pedestres, vinte quilômetros de calçadas, paradas de ônibus, restauração das pistas do trecho e toda a sinalização de engenharia de segurança. Dessa forma, podemos simbolizar, também, como a rodovia urbana da “vitória na paz”.
Mas, esse projeto, formulado, e executado através de contratação, pelo DNIT, com uma política pública consistente mostra resultados tangíveis e intangíveis para os usuários, com o retorno do investimento aplicado desde a contratação, em 2014, até este ano de 2019, na redução do tempo de viagem de 18 minutos e na economia de combustível, considerando o trajeto de 13,3 km só nas pistas principais.
Outros benefícios são obtidos com os deslocamentos e acessos dos usuários pelas vias marginais de acordo com as origens e os destinos de cada cidadão. Assim, temos como ganhos vitais à segurança do trânsito, o impacto positivo na saúde dos que por ali transitam, em função da diminuição do estresse e de se evitar conflitos e contratempos desnecessários, do conforto e da economia de tempo de deslocamento.
A pista Natal-Parnamirim tem acompanhado o crescimento da região metropolitana e suas ligações rodoviárias regionais. O atual trabalho nas pistas e na faixa de domínio e áreas contíguas afetadas pela rodovia urbana Natal-Parnamirim emblema “vitória na guerra e vitória na paz”.
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