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A pobreza de sempre

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E houve a diplomação dos eleitos, ritual repetido no país inteiro seguindo a letra da lei eleitoral que dá prazos rígidos. Aqui, nesta terra de Poti mais  bela, a celebração ocorreu no Centro de Convenções de Natal,  de costas para o Mar Atlântico. A Justiça Eleitoral cometeu o seu cerimonial, os convidados sentaram-se no amplo auditório, as torcidas disfarçaram-se na platéia e houve os discursos, os sorrisos, os abraços, o teatrinho de sempre alimentando a sugestiva democracia brasileira.  Os discursos de sempre, conhecidos de todos. De todas as solenidades e de todos os palanques. No Brasil, o palanque eleitoral demora um mandato inteiro. Às vezes é bisado.

A governadora Wilma de Faria reeleita disse que a sua vitória é a vitória do povo. Uma frase realmente original. As folhas locais abriram espaços para o discurso da governadora e algumas de suas sentenças ouvi através do rádio, entre um sinal e outro do caótico trânsito desta cidade. Num sinal e no outro, a mesma cena da promissora juventude natalense, a maioria de adolescentes,  vendendo frutas, bugingangas, limpando pára-brisa e oferecendo outros serviços. E nesse roteiro reconfortante vou ouvindo trechos do discurso da governadora. Ela disse, naquele seu jeito inconfundível de dizer as coisas, que não tem compromissos com os ricos, que a eles – os ricos, os poderosos – não prometeu privilégios. A governadora seguia um estilo Lula. Tanto assim que também fez referência  “às elites” brasileiras. Disse a governadora que essas elites não são intolerantes apenas com o presidente Lula. “São a qualquer um que abrace a luta pelos mais fracos”.

Eis aí uma outra frase bastante original e que certamente vai enriquecer  (olheaí o cacoete das elites…) a nossa oratória política. Disse a governadora que vai agora nesse segundo mandato fazer um governo para os pobres. A promessa foi acolhida por aplausos entusismados da torcida, onde não se viu nenhum pobre.

Vem aí, pois, a versão Padre João Maria do segundo governo Wilma de Faria.

Desculpem a rima pobre.

O Morro do Careca

Natal é uma terrra de muitas supresas, de muitas novidades. A vez agora é a do Morro do Careca, da saudosa Ponta Negra. Está em todas as bocas, alimenta as manchetes das folhas locais e a conta bancária das agências de propaganda que, por sua vez, alimenta a cadeia produtiva…

Bom, anuncia-se para este sábado de depois de amanhã, “um abraço no Morro do Careca”, protesto do pessoal contra a construção de espigões no seu entorno. Até os empresários da construção civil, dizem as folhas,  aderiram ao movimento e vão lá tambem  abraçar o velho e cansado morro.

Passava ontem à tarde pelo Cova da Onça, onde fui tomar o meu refresquinho de mangaba, e aí mestre Gaspar, velho timoneiro do Potengi, querendo conversar sobre o assunto,  me disse que tudo isso não passa de  abraço de tamanduá.

Da Justiça

Todos os jornais deram  com destaque (sem intenção de trocadilho) que  a Justiça mantém o Carnatal na área do Machadão.

Para provar mais uma vez que a Justiça é mesmo cega.

A decisão foi da Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, denegando uma ação impetrada pelo Ministério Público.

O advogado da Destaque, empresa promotora do Carnatal, Maurício Medeiros, sintetizou a  verdade da causa e efeito bem natalense: “Foi uma vitória da Destaque”.

Foi.

Newton Navarro

Vai acontecer na praça de eventos do Shopping Orla Sul uma exposição com obras do grande Newton Navarro. São 19 telas originais e 16 reproduções. Será inaugurada no dia 16, terça-feira que vem e irá até o dia 2 de janeiro de 2007.

Do tempo

O mapa do INPE faz a seguinte previsão para hoje no Nordeste: Sol entre nuvens e possibilidade de pancadas de chuva no sul Maranhão e do Piauí. Na faixa leste do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas: variação de nuvens e chuva a qualquer hora do dia. Nas demais áreas da região: sol entre poucas nuvens. A temperatura no norte do Piauí pode chegar a 38 graus.

Para a manhã o quadro é mais ou menos o mesmo. Pode chover no leste do Rio Grande do Norte.

Carão do bispo

Houve uma missa ontem no Congresso Nacional organizada pelas mesas dos Senado e da Câmara. Estavam lá, entre os presentes, logo na primeira fila, o senador Renan Calheiros, presidente do Senado, e o deputado Aldo Rebelo, presidente da Câmara. O deputado, como se sabe é comunista. No Brasil, como também se sabe, comunista vai a missa e faz o sinal da cruz. Mas isso  é uma outra história.

A missa ontem do Congresso (não vi muito congressista, não) foi celebrada pelo arcebispo de Brasília, dom João Braz de Avis. Na vez do sermão, não contou conversa e nem aliviou o verbo. E disse:

– Como aceitar que um parlamentar brasileiro receba mais de 800 reais por dia, quando boa parte das pessoas que representa é obrigada a viver com 12 reais por dia? Como aceitar que o Poder Judiciário legisle em alguns casos a seu favor sem demonstrar sensibilidade para o povo para o qual as leis são feitas e interpretadas? Atitudes como as que temos visto nestes dias matam o espírito de Natal.”

Pernas para o ar

Aí o reporter perguntou ao minisro Márcio Thomaz Basto o que é que ele pretendia fazer quando deixar o Ministério da Justiça, anunciado já para o final de janeiro que vem:

– Vou vadiar um pouco, respondeu.

Novo secretariado

Está nas colunas especializadas que o parto da montanha vai acontecer somente em janeiro.

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