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A rebelião dos sargentos

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Este é o tÍtulo do editorial de ontem do jornal O Estado de S. Paulo, escrito em tom duro, como há muito não se lia no grande jornal, e que por si é o suficiente para que se compreenda que o país vive um momento difícil arrastado por uma crise que já passa dos seis meses. O jornal enfoca a questão como “crise militar”, uma coisa que não se ouvia falar neste país há vintanos. Diz o Estadão: “Aos primeiros sinais da crise militar que ficou conhecida como a do apagão aéreo, advertimos em editorial que o governo cometia um erro colossal, primeiro, ao desautorizar o comandante da Aeronáutica, publicamente repreendido por querer restaurar a disciplina devida pelos sargentos controladores de vôo e, depois, por tratar como se fosse uma questão sindical corriqueira um problema que consistia em grave ameaça à segurança nacional.”

O jornal acrescenta  que durante esse espaço de tempo “o governo Lula assistiu, impassível, à montagem do motim que eclodiria na noite de sexta-feira”. E que o ministro da Defesa mostrou-se inapetente para exercer a função e o que o presidente também se revelava alheio ao que se passava.

“Rebeliões militares como essa, afirma o editorial, são, no mínimo, reprimidas com a imediata prisão dos amotinados. Foi o que o comandante da Aeronáutica determinou que foi feito, para ser, logo em seguida, desautorizado pelo presidente Lula que, ao caminho de Washington, no Aerolula, determinou que não houvesse punições e que as exigências dos amotinados fosse atendidas.”

Diz mais:

– A reiterada atitude do presidente da República, desautorizando os comandos militares, mostra que ele não compreendeu a natureza da crise e, muito menos, é capaz de perceber o mal que faz às instituições nacionais – em especial às Forças Armadas ao desprezar os princípios basilares da hierarquia e da disciplina. Luís Inácio Lula da Silva esqueceu-se de que, sendo presidente da República, é também comandante-chefe das Forças Armadas e, em última hora, foi a sua autoridade que os sargentos desafiaram. E que o episódio abre caminho para a perigosa politização dos meios militares – uma chaga da que a Nação imaginava ter-se livrado desde a redemocratização.”

E conclui:

– Os acontecimentos dos últimos dias mostram  um governo fraco, contaminado pelo vezo sindical e incapaz de reagir à chantagem feita por duas ou três dezenas de sargentos. Após a quartelada, o governo não terá condições políticas de impedir a instalação da CPI do Apagão Aéreo. O descalabro que começou com atrasos e cancelamentos de vôos, provocados pela greve branca dos controladores, revelou as deficiências estruturais do sistema de proteção ao tráfego aéreo e os escândalos da Infraero, agora é uma crise institucional de graves proporções.”

Os filhos de Chatô

Ancelmo Goes em sua coluna de O Globo, sexta-feira que passou, 30 de março, com o título “Roda da Fortuna” publicou a seguinte nota:

– O Superior Tribunal de Justiça manteve, a pedido dos herdeiros de Assis Chateaubriand, o bloqueio dos bens dos controladores dos Diários Associados, decretados há sete anos. São 22 pessoas e 11 empresas jornalísticas, que, segundo a denúncia, teriam desviado verbas superiores a US$ 200 milhões.

Seca

Em algumas regiões do Rio Grande do Norte a falta de chuva está se tornado a situação dramática para agricultores e criadores. No Trairi e no Potengi, por exemplo, há criadores dando espinho para seus rebanhos. Tem gente que vem assim derna de novembro do ano passado, arrancando macambira e queimando cardeiro e xique-xique. O recurso do bagaço de cana adquirido nas usinas e distilarias do litoral acabou também. E a água já se esgota nos últimos  barreiros e reservatórios. O carro-pipa tem levado água para os cercados ressequidos…

Março foi a penúltima esperança. Agora em abril tem cristão se agarrando com todas as rezas nas previsões dos meteorologistas. Eles acham que já nesta primeira semana pode chover por estes Agrestes, sertão do Cabugi, Mato Grande, no Potengi e no Trairi. No Seridó a coisa também não está boa.

O céu de ontem, sem um risco sequer de nuvem,  parecia  de um céu de outubro. Um azul só até onde a vista alcançava.

Chuva

O boletim de ontem da Emparn dá notícias de chuvas em apenas 32 localidades do Estado, isso numa acumulada de sexta-feira, 30 de março, para o amanhecer de ontem,  já dois de abril. Os melhores índices são em Patu, 33 milímetros, Olho D’ água dos Borges, 30, Pau dos Ferros, 23, Martins, 20, Ipanguaçu e Janduís, 19, Mossoró, 13, Rafael Fernandes e São Francisco do Oeste, 12.

As outras chuvas, todas finas, foram no litoral: Canguaretama, 7, Parnamirim, 6, Arês, 5, Touros, 3. A chuva de Natal não passou de 7.

Já no Ceará voltou a chover bem. Segundo a Funceme as chuvas de domingo para segunda-feira caíram em 91 localidades (65 municípios). A maior foi em Iraretama, litoral norte, 58; em Monsenhor Tabosa, no Sertão Central, 50, em Ubajara, na Ibiapaba, 28.

Salário mínimo

O Brasil é mesmo um país fantástico. Por conta de um aumento merreca no salário mínimo (o reajuste a partir do dia primeiro é de 8,57%) vamos ter um verdadeiro banho na economia, segundo os números do Dieese. O Mínimo era de 350 paus e passou para 380. Trinta mangos a mais no bolso do assalariado mínimo. Pois bem, esses trinta mangos representam uma “injeção” (como gostam de dizer os cronistas de Economia) de R$ 16,8 bilhões na economia do país. E a arrecadação de impostos vai aumentar em R$ 4.1 bilhões.

Não é incrível o que pode gerar 30 mangos a mais?! Pois bem, só com este aumento na arrecadação do imposto está garantida a verba que vai pagar o projeto de transposição do Rio São Francisco.

É por isso e outras coisas que o gringo não entende o nosso país.

 

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