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A roda que virou disco

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Ramon Ribeiro
Repórter

Natal vive um boom de rodas de samba nunca antes visto. Não importa se é quinta, sábado ou segunda-feira, se você está na zona norte ou na zona sul, em alguma calçada haverá um grupo de pessoas ao redor do cavaquinho, violão, surdo, pandeiro e tamborim. É um gênero musical que sempre esteve por aqui, meio discreto, mas que nos últimos dez anos ganhou tamanha força que não é estranho apontá-lo como um dos principais ritmos da cidade atualmente. E uma das rodas responsáveis por reacender a chama do samba na vida cultural de Natal é o Ribeira Boêmia. O grupo começou suas atividades em 2012, com apresentação esporádicas, ganhou regularidade a partir de 2015, cresceu bastante em público e agora, pela primeira vez, põe um disco próprio na rua.

O EP “Sambas do Brasil” traz cinco clássicos do samba em releituras do Ribeira Boêmia e convidados


O EP “Sambas do Brasil” traz cinco clássicos do samba em releituras do Ribeira Boêmia e convidados

Com o nome “Sambas do Brasil”, o disco será lançado nesta quinta-feira (14), a partir das 19h, com grande show na unidade do Sesc Rio Branco, na Cidade Alta. A apresentação vai contar com o time completo do Ribeira Boêmia (composto por 10 integrantes), além das participações especiais de João Cavalcanti (ex-Casuarina), André da Mata, Vinicius Lins e Stênio Medeiros, compositores que participam do disco.

“Sambas do Brasil” é um EP composto de cinco músicas de autoria de nomes locais e nacionais, como o já citado João Cavalcanti, representante da nova geração, e Serginho Meriti, sambista das antigas, autor de vários sucessos na voz de Zeca Pagodinho, dentre os quais “Deixa a Vida me Levar”. A direção musical e arranjos é de Diogo Guanabara. A capa é assinada pelo artista Flávio Freitas.

Produtor do Ribeira Boêmia, Laumir Barreto conta que depois de sete anos de atividades, tava mais do que na hora de lançar um material próprio. “Sentimos necessidade de ter um cartão de visitas, mostrar não só o trabalho dos nossos músicos, mas composições de sambistas locais também”, diz o produtor, ressaltando o compromisso do grupo com o samba tradicional, de raiz, uma marca do trabalho que eles vem desenvolvendo desde 2012, quando surgiram. “Vamos mostrar um pouco da trajetória do Ribeira Boêmia. Será um show de três horas de duração, com participação de artistas que fazem parte da nossa história. E na plateia convidamos todos os grupos e artistas que já passaram pelas nossas apresentações. Será uma grande noite de celebração ao samba”.

Ribeira Boêmia reúne parceiros de roda, compositores e sambistas em show que terá 3 horas


Ribeira Boêmia reúne parceiros de roda, compositores e sambistas em show que terá 3 horas

Laumir se enche de orgulho pra falar dos compositores que colaboraram com o trabalho. “Serginho Meriti é um sambista incrível, compositor de “Deixa a vista me levar”, já tocou com a gente, ele nos presenteou com a faixa ‘Quando a gira girou’, feita com Claudinho Guimarães”, conta o produtor, citando também a boa relação com João Cavalcanti, que ao lado de Fred Camacho e Wanderson Martins, fizeram a música “Eu nego até o fim”, que ganhará um clipe em breve. “O João é um irmão pra gente, nos abriu portas para muitos sambistas, como o Xande de Pilares, por exemplo. Assim como Alfredo Del-Penho, outro cara da nova geração e irmão nosso, o João já tocou várias vezes com a gente. É um presente poder contar com ele nesse dia especial”.

Trajetória
O que começou como um projeto de samba tradicional dentro da ideia de revitalização da Ribeira, se expandiu para toda a cidade, ampliou seu público e ganhou admiração de sambistas nacionais. O Ribeira Boêmia é isso. Pelo projeto já se apresentaram nomes como Diogo Nogueira, Leandro Leharte, Dudu Nobre, Tereza Cristina, Moacyr Luz, Gabriel Cavalcanti, Roberta Sá, além dos já citados João Cavalcanti, Alfredo Del-Penho e Serginho Meriti.

Mas a base da roda de samba é sem dúvida os músicos e cantores locais. “O samba vive um ótimo momento na cidade. Você vê por exemplo o ‘Hoje Tem Samba no Beco’, o ‘Quinta Que Te Quero Samba’, o ‘Choro do Caçuá’, o “Família Além do Normal”. E temos também uma produção autoral importante aqui. Gente como Everaldo Rodrigues, Khrystal, Valéria Oliveira, os mestres das Rocas sempre estão no nosso repertório”, informa Laumir. “No Samba do Voluntário, no Arena das Dunas, no ano passado, reunimos nosso maior número de participações, cerca de 100 artistas da cidade”.
João Cavalcanti, ex-Casuarina, canta Eu Nego até o fim no disco e estará também no show
João Cavalcanti, ex-Casuarina, canta “Eu Nego até o fim” no disco e estará também no show

Nesse sentido, Laumir acredita que o Ribeira Boêmia dá uma contribuição importante para o movimento do samba em Natal. “No samba não tem isso de competição. Há muita interação entre todos os artistas. E cada roda tem o seu estilo, o seu público”, comenta o produtor. “Acho que o diferencial dos eventos do Ribeira Boêmia é a produção de som, a segurança, limpeza, o cuidado com a escolha do local, a preocupação em oferecer uma boa estrutura, bom serviço de bar e alimentação. E o repertório, claro. A gente procura entregar mais que apenas a roda de samba”.

Serviço
Show de lançamento do EP “Samba do Brasil”, do Ribeira Boêmia

Dia 14 de novembro, às 19h

Sesc Rio Branco

Ingressos: R$ 35

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