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A soberba e o culto à biografia

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Por Ludmila Lins Grilo
O meio jurídico é tristemente dominado por uma empáfia característica, uma maldição de nascença. O estudante de 3° período, ao vestir um terno para ir ao estágio pela primeira vez, sente-se imediatamente superior e envolvido em uma aura mística de sabedoria e iluminação. Enxerga-se como o que gostaria de ser – um grande doutor – e passa a se comportar ridiculamente como tal, absorto em seus próprios delírios de grandiosidade. 
O excesso de juridiquês – cafonice que parece ter sido criada justamente para compor o cenário de superioridade delirante – entra na equação que levará o sujeito a um patamar irreversível de orgulho e autoexaltação. Nessa toada, ele passa a se achar merecedor de toda pompa e deferência. Se é aprovado em um concurso de ponta, o elemento delirante tende a se potencializar formidavelmente: qualquer crítica ou desconformidade se torna uma ofensa mortal.
 
Sua biografia deve ser imaculada, higienizada assepticamente com álcool 70% e talco Pompom a cada deslize: “o que meus colegas vão falar de mim no grupo de Zap”? Confessa e desculpa-se por qualquer infração não cometida diante de uma plateia de corvos famintos. 
O Direito passa para segundo plano. O principal é adotar os entendimentos jurídicos permitidos e bem vistos pela “beautiful people”. Talvez dê certo abraçar a causa de uma minoria, mesmo que contra legem. Pode até ser que ganhe uma medalha. 
É importante ser aplaudido n’O Antagonista, no Conjur e ser convidado para coquetéis e convescotes onde fará networking. Quem sabe consegue uma promoção por merecimento, ou ficar conhecido para se lançar a algum alto cargo corporativo? “Quem é visto, é lembrado”. 
Se algo for abalar minimamente sua imagem – ainda que seja o certo a fazer – ele se esconde. Há uma biografia a preservar. No leito de morte, talvez lembre que sua invejável biografia, prestes a se encerrar, foi conquistada ao custo das coisas mais sagradas – e que isso lhe custará caro a partir dali. 
Quem vive para ter uma biografia imaculada age movido pelo egoísmo e pela soberba, para agradar a si e aos homens. Já quem se esquece da biografia age movido pela caridade e justiça, para agradar unicamente a Deus.
O efeito mídia
Durante o segundo governo de José Agripino, nos anos 90, o então deputado Junior Souto (PT), diante da volumosa e otimista campanha publicitária Ganhe Já, afirmou durante uma sessão da Assembleia Legislativa que aquelas imagens positivas não significavam que o governo era competente, mas sim a Dumbo, a agência que criou a campanha. Nos dias de hoje, pode-se dizer que o governo petista não é competente, mas sim a Inter TV; ou que Guia Dantas não consegue eficiência na comunicação com o povo, mas Emily Virgílio consegue. 
Philip
A rainha está só, sem seu rei íntimo que por 73 anos esteve em seu tabuleiro, fiel aos movimentos dela como marido e súdito. Frase de Marguerite Yourcenar os define bem: “Há entre nós algo melhor que um amor: uma cumplicidade”.
Em Natal
Quando a rainha Elizabeth visitou o Brasil em 1968, inaugurando o MASP e assistindo jogo no Maracanã, Philip se deslocou para o Nordeste e veio a Natal para um encontro com empresários, conduzido por autoridades militares.
Jantar
No dia da visita, caiu um temporal em Natal e quase compromete o jantar no Restaurante Granada, de Nemesio Morquecho. Nos fundos, o espaço “Le Petit Manger”, reservado para a comitiva, inundou e todos andaram sobre tábuas.
Paradigmas
Elizabeth e Philip romperam tabus e moldaram comportamento no século XX. Ele foi o primeiro marido a jurar fidelidade no casamento e juntos inauguraram o tempo das celebridades, com o matrimônio ao vivo pela TV para o mundo.
Pegou pesado
De tanto afirmar que o STF vem esticando a corda na relação com o governo, o presidente Bolsonaro praticamente rompeu os últimos fios ao dizer que o ministro Barroso não tem moral e que está fazendo politicalha com a esquerda.
Segue o fio
Bolsonaro demite 4 espiões do STF no Ministério da Defesa; o delegado Ramagem afasta um sabotador da ABIN; aí Bolsonaro pede ao novo chefe da PF para abrir o caso Adélio; e Barroso se apressa a pedir CPI da pandemia.
Provocação
A nova narrativa da esquerda e grande imprensa é ocupar hospitais militares com infectados civis. Um golpe tático e maquiavélico para atingir as Forças Armadas exatamente no seu material humano. O vírus como Cavalo de Troia.
Cuba
O povo cubano vai conseguir vencer o vírus chinês, mesmo com as restrições da ditadura que sufoca o país há 62 anos. Para os cubanos, o Covid é fichinha diante da maior praga que assolou o século XX: a miséria letal do comunismo.
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