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A tarefa do Congresso

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Lydia Medeiros

Depois de ter viajado ao Ceará para fazer campanha eleitoral em meio à crise dos caminhoneiros, e voltar às pressas para Brasília sob críticas, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), reclamou de pagar a fatura sozinho. Há pouca vontade entre os colegas em reduzir os impostos sobre os combustíveis, que têm receitas repartidas com os estados. Pelo menos 11 senadores têm disposição de disputar governos estaduais, e os impactos da decisão de cortar impostos serão, certamente, um tema da eleição. À noite, o governo anunciou uma solução paliativa e pouco sustentável para estancar a crise, com subsídios à Petrobras para segurar os preços. O Congresso, mesmo em clima pré-eleitoral, terá de tratar do assunto e rever a estrutura da tributação dos combustíveis. A Câmara votou uma proposta emergencial e mal formulada, com cálculos subestimados sobre as perdas com a isenção de PIS/Cofins para o diesel até o fim do ano. Ontem, os parlamentares agiram como se não houvesse crise e voltaram para os estados. Agora, o Senado terá de trabalhar.

Vácuo de poder
Políticos de vários partidos repetiram ontem que o governo estava acéfalo. O deputado Miro Teixeira (foto) desde a quarta-feira vinha alertando para a natureza do movimento dos caminhoneiros e a ausência da ação rápida do governo na solução da crise. “O país está acéfalo, e o governo, no chão. Esse não é um movimento de trabalhadores, é um locaute. E o governo pediu trégua a patrões do setor de transporte, numa confissão de fraqueza”, atacou.

Exército na rua
O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, foi um dos que defenderam ontem o uso de força militar pelo governo para deter a greve dos caminhoneiros. Sem combustível até para o transporte coletivo, a prefeitura de Manaus decretou ponto facultativo hoje. Segundo o prefeito, a intervenção é necessária para que as cidades mais afastadas dos grandes centros e sem saídas rodoviárias não fiquem totalmente isoladas. “Isso não é greve democrática, isso não é direito de ninguém, isso é banditismo, é locaute, é procurar estabelecer o caos para obter dividendos peculiares ou políticos”, disse.

Procura-se
Com o trauma da estressada relação Dilma-Temer, o PT se vê, novamente, às voltas com o dilema da escolha de um vice. Precisa de um nome para ocupar o posto numa chapa liderada por Lula e que possa encabeçá-la com a inelegibilidade do ex-presidente. Mas também está em busca de segunda opção para ser o vice de seu Plano B para o Planalto. Aldo Rebelo, que deixou o PCdoB e é pré-candidato do Solidariedade, está entre os lembrados para a vaga de sub do sub.

Bye, bye Brasil
Fora do radar dos políticos depois de anunciar que não disputará a Presidência da República este ano, o ministro aposentado do Supremo Joaquim Barbosa segue hoje para o Japão e, na sequência, desembarcará na China. Fará apresentações para empresários sobre os sistemas político e jurídico brasileiros.

Pauta invertida
Depois de estudar regras de proteção de dados em vários países, o diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) Ronaldo Lemos, professor da Universidade de Columbia, acha que o Brasil vai na contramão do mundo ao aprovar o projeto que institui o cadastro positivo. Para o professor, a pauta está invertida. Amanhã, entra em vigor a nova lei de proteção de dados da Europa. A lei é rigorosa: as empresas terão de esclarecer ao consumidor como são coletados os dados pessoais, de que forma são utilizados e por quanto tempo. Na semana que vem, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado deve discutir projeto sobre o tema. O relator, Ricardo Ferraço, defende a criação de um órgão autônomo para regular e fiscalizar o uso e tratamento dos dados pessoais.

Contramão
Henrique Meirelles, no Twitter, convida o eleitor para “seguir em frente na nova estrada para o encontro com o futuro”. Precisa, primeiro, desobstruir as estradas.

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