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A vanguarda pop de Tulipa Ruiz

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Yuno Silva
Repórter

“Tô aqui com raiva de mim por não ter planejado estar com vocês aí em Natal desde ontem”, comentou brincando, com uma pontinha de verdade, a cantora e compositora Tulipa Ruiz. Atração deste sábado do Festival Mada, a artista está nos últimos momentos da turnê de seu segundo disco “Tudo Tanto”, lançado em 2012. Em entrevista por telefone, ela disse ao VIVER que está por dentro da programação do evento e que gostaria de ter visto o soulman veterano Di Melo em ação, está curiosa para ver a Banda do Mar e que muito provavelmente “invadiria o palco” para participar do show do rapper Emicida. “Já dividimos muitas vezes o palco, e se ele estiver dando sopa por aí amanhã (hoje) vou intimá-lo. Imagine que vou dar esse mole”, disse com bom humor.
Nome festejado da nova música brasileira, cantora apresenta hoje, na Arena das Dunas,  seu novo disco “Tudo Tanto”
Tulipa, que completou 36 anos no último dia 19 de outubro e ganhou projeção nacional com a boa recepção do álbum de estreia “Efêmera” (2010), também aproveita a passagem pelo RN para apresentar a grife Brocal aos potiguares: ela e sua empresária Eloisa Aydar (prima da cantora Mariana Aydar, outra voz interessante da nova geração da MPB) criam roupas com modelagem exclusiva ilustradas por estampas criadas por Tulipa. As peças da Brocal, sobretudo vestidos e camisetas, estarão à venda durante a feira mix. Outro que marca presença entre os estandes da feira é o próprio Emicida, com camisas exclusivas da marca Laboratório Fantasma – a Lab Fantasma também dá nome ao selo, editora, coletivo de arte urbana e produtora do rapper.

Sobre o show de hoje, logo mais às 23h50 (horário previsto), Tulipa Ruiz adiantou que virá com banda completa e duas músicas que não fazem parte de nenhum de seus dois álbuns: o novo single autoral “Megalomania” e “Da maior importância”, composição setentista de Caetano Veloso. “Estive outras duas vezes aí em Natal, mas essa é a primeira com o ‘Tudo Tanto’. No início de 2015 começo a produção do próximo álbum  gravar o próximo disco”.

Lugar inventado
Para quem pensa que Tulipa caiu de para-quedas no mundo da moda e das artes visuais, é bom que se digo que ela desenha desde cedo – inclusive bem antes de se envolver profissionalmente com a música. Graduada em Jornalismo, área em que atuou por dez anos, Tulipa Ruiz foi iniciada na música ainda criança por seu pai, o guitarrista Luiz Chagas, ex-integrante da banda Isca de de Polícia que acompanhava Itamar Assumpção (1949-2003) e hoje faz parte da banda da filha. O outro Ruiz no palco é o irmão da cantora Gustavo Ruiz, guitarrista e responsável pela programação das bases eletrônicas.

“Sempre gostei de desenhar (ela colabora como ilustradora com a versão brasileira do jornal francês Le Monde), sempre que posso incluo ilustrações minhas no encarte dos discos ou em algum cartaz de show, e a Brocal foi o lugar que inventei para mostrar meus desenhos. Faço as estampas e crio os cortes e a modelagem junto com a Eloisa”, explicou a artista. “Somos interessadas em caimento de roupa e de como transformar uma peça básica em algo mais elegante com estilo”.

Ela disse que trabalhar com moda era uma vontade antiga e antes de criar a grife, cujo nome é inspirado em uma de suas músicas, “Brocal Dourado”, já vendia camisetas com seus desenhos. “Nas turnês comprava roupas que nem sempre caiam bem, daí resolvemos nos juntar para produzir uma roupa com um corte legal que tivesse a ver conosco”, valoriza.

Tulipa, você disse que está fechando a turnê de “Tudo Tanto”, isso significa que já começaram os preparativos para seu próximo disco?
Não. Prefiro encerrar um ciclo antes de iniciar outro. Então não tenho nada definido, nada selecionado. Já estou com siricutico pra entrar no estúdio: a previsão é gravar no começo de 2015 e lançar ainda no primeiro semestre. Tenho um monte de coisa que pode entrar, mas quando começar a pensar nele (no disco) pode ser que comece tudo do zero. Tenho vários desejos para esse disco.

Sua música tem uma receptividade muito boa no exterior. A que atribui isso?
Desde o (disco) “Efêmera” sou sempre muito bem recebida no exterior, em versão banda ou mesmo quando saio em turnê voz e violão. Tocamos no Festival de Montreaux e atribuo parte dessa receptividade por ter entrado na trilha sonora do vídeo game Fifa’11. O fato é cada vez que viajo sempre é mais legal com cada vez mais público.

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