Manhã cedo, barra clareando por trás dos morros do Tirol, o telefone chama. É mestre Ambrósio, falando de Brasília, onde foi para participar dos protestos em favor da vaquejada. Mas não foi só para falar sobre este assunto que ligou tão cedo. Foi para dizer que, andando pelos terreiros dos Três Poderes, percebeu muito nervosismo nas altas rodas por conta desse beiço (do verbo “beiçar”) entre Renan Calheiros e a presidente do Supremo Tribunal Federal. As previsões do tempo político, segundo Ambrósio, estão apontando trovoadas fortes com possibilidades de raios para os próximos dias. Outra coisa esquisita que ele observou é que tinha pouca gente de chapéu de couro nas manifestações em favor da vaquejada. A grande maioria (gente montada em cavalo) que se concentrou em frente ao Congresso usava boné ou chapéu de caubói, tipo vaqueiro do Pantanal. “Mermo” assim o pessoal está muito animado e confiante no futuro das vaquejadas nordestinas.
Quem também me ligou na manhã de ontem, o sol já alto, foi o poeta Carlos Castilho. Ainda andava pela Redinha e acabava de ler pela internet uma reportagem publicada na Folha de S. Paulo sobre a influência das redes sociais no eleitor com relação às eleições (segundo turno) de domingo no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Recife. Me disse surpreendido com os dados e os números da matéria. Achava que as tais redes tivessem mais força. Por sua sugestão fui procurar a reportagem, cujo título é “Redes sociais têm pouca influência no voto, ainda que a maioria dos eleitores esteja conectada”.
Pois é, o feicebuque não é essa coisa toda que muita gente imagina, mormente na cata do voto do eleitor moderno. Em muitas partes por aí a fora, um envelope lacrado tem muito mais poder de convencimento. Bom, transcrevo algumas partes da reportagem da Folha, começando pelo começo, de olho nas eleições do Rio e de Recife:
– Nos três maiores municípios onde há disputa de segundo turno das eleições, uma parcela pequena dos eleitores usa as redes sociais para compartilhar informações e ler notícias sobre os candidatos. Além disso, a maioria dos entrevistados diz que conteúdos divulgados nas redes sociais têm pouca ou nenhuma influência sobre a decisão de quem apoiar nas urnas.
– É o que mostra levantamento da Datafolha, que ouviu eleitores no Rio de Janeiro, Recife e Belo Horizonte. A baixa influência das redes sociais acontece apesar de a maioria dos eleitores terem contas nesses serviços, principalmente no Facebook e no WhatsApp.
Sobre a eleição no Rio de Janeiro, destaca a reportagem:
– As redes sociais têm influenciado a decisão do voto de 22% dos eleitores no segundo turno no Rio. De acordo com a pesquisa Datafolha, 12% das pessoas declaram que as informações que obtém nas redes têm muita influência em seu voto, enquanto 10% dizem que um pouco. Já 42% dos eleitores afirmam não ter influência nenhuma, e outros 32% não têm costume de acessar internet. A proporção é semelhante ao que declararam que as redes sociais influenciaram o voto no primeiro turno (21%).
O eleitor de Recife
Com relação ao eleitor pernambucano, a pesquisa Datafolha destaca:
– Quatro em dez eleitores de Recife costumam acompanhar o noticiário das eleições em rede como Facebook, Whatsapp e Twitter. O levantamento mostra que 63% dos eleitores recifenses tem o costume de usar a internet, sendo que 58% tem conta em alguma rede social. Esse grupo é formado em sua maioria por jovens, mais ricos e mais instruídos.
– Destes, 43% dos eleitores leem notícias nas redes, sendo que 23% tem o costume de compartilhar estas notícias na sua rede e contatos. A influência das redes sociais na decisão do voto, contudo, ainda é pequena. No Recife, 20% dos eleitores afirmam que foram influenciados por informações publicadas nas redes sociais. 10% dos eleitores recifenses afirma que foram influenciados e outros 10% dizem ter sido pouco influenciados.
– Outros 39% afirmam que o conteúdo publicado nas redes sociais online não teve influência na decisão do voto.
– Das redes sociais, o Facebook e o Whatsapp dividem a preferência dos eleitores de Recife. 39% dizem ler notícias sobre as eleições e 19% dizem compartilhá-las no Facebook. No Whatsapp, estes índices são, respectivamente, 33% e 16%. O Twitter é menos usado: 9% leem notícias sobre eleição nesta rede.
Poesia Hoje, quinta-feira, a última de outubro, nesta aldeia de Poti onde em cada esquina verseja um poeta, temos lançamento de dois livros de poemas. Coisa das 19 horas, em Nalva Melo Café Salão, a poeta Ana de Santana autografará seu novo livro, À unha. Edição da Edufrn. O Café de Nalva fica na avenida Duque de Caxias, térreo do Edifício Bila, 110, na velha e poética Ribeira.
Noutro canto da cidade, na Potilândia, o poeta Leonan Cunha, à mesma hora, lança o seu novo livro, Condutor de Tempestades, com o selo da Sarau de Letras. Será no Mahalila Café & Livros, na rua Dra. Nívea Madruga, Potilandia, olhando para o Deart da UFRN.
Literatura A escritora paulista Sheila Smanioto, finalista do Prêmio Jabuti-2016, com o romance Desterro, faz palestra hoje à tarde, 16 horas, no Sesc Cidade Alta, onde acontece a Semana do Livro e da Biblioteca. Ela e Michele Ferret (mediadora) falarão sobre “A mulher literária”.
Devotos O artista plástico Fernando Gurgel está expondo a partir de hoje na Galeria Conviv’art do NAC (Centro de Convivência Djalma Marinho da UFRN). Abertura às 19 horas. Vai até o dia 18 de novembro. Mote: Devotos.
No Instituto O Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte lança hoje à noite (19h30) mais um número de sua Revista e dá posse a novos associados, entre eles, o pesquisador e cronista Gustavo Sobral.
Assaltos Dia sim, dia não, acontece um assalto à agência bancária ou caixa eletrônica no Rio Grande do Norte. No dia sim, agências e caixas; no dia não, agências dos Correios. Até hoje a Polícia não conseguiu prender um só bandido. Eles, aliás, costumam atirar nas delegacias policiais.
