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A verdade de Lula

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Abro a coluna com Alberto Dines, pinçando do seu Observatório de Imprensa o artigo que escreveu sobre recentes declarações do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Disse Lula que não briga com a imprensa. É a imprensa que briga com ele. A frase completa do presidente da República aparece como epígrafe do artigo de Dines, cujo titulo é “Quem parece detestar a verdade é Lula”.

“Eu não brigo com a imprensa. Eles brigam comigo… O fato dela (a imprensa) bater não impediu que eu chegasse à Presidência da República e não impediu que eu me reelegesse.”

Esta declaração do presidente Lula foi registrada na sexta (24/8), no Paraná. Contém três inverdades:

a) Em 2002, a imprensa não bateu no candidato Lula. Ao contrário, o candidato do PT foi tratado pela mídia como respeito e simpatia. Se houve excessos foram a seu favor.

b) Foi o presidente Lula quem deu seqüência aos ataques da direção do PT à mídia quando tentou recuperar sua imagem logo depois do escândalo do “mensalão”.

c) A briga com a imprensa foi puxada pelo presidente-candidato Lula em meados de 2006.

Quando era apenas candidato (contra Collor e FHC), Lula jamais ousou criticar a imprensa, mesmo que guardasse mágoas da TV Globo. Parafraseando o presidente, “nunca neste país houve um candidato com tantos amigos na mídia”.

Em 2006, acuado pelas revelações que jorravam da CPI dos Correios, Lula partiu para o ataque. Escolheu a imprensa como alvo porque sabia que assim obteria mais repercussão. Mas esqueceu de sua dupla condição de candidato-presidente.Como postulante nada impedia de criticar pessoas, grupos ou instituições, mas como presidente qualquer ataque à imprensa fatalmente soaria como ameaça. Lula sabia disso, seu furou antimídia não foi acidental, fruto de um súbito mau-humor. Foi pensado: precisava provocar a mídia para um grande combate e assim neutralizar os efeitos devastadores do “mensalão”. Precisava novamente assumir a condição de vítima.

Um ano depois, o recurso eleitoral transformou-se em procedimento rotineiro. A imprensa virou o sparring palaciano preferido: quando precisa escapar das cordas e sair da defensiva, basta um peteleco na mídia e logo ganha as manchetes.

“A tendência a transformar tudo em complô da mídia – que está longe de ser inocente, principalmente na sua atitude para com o governo Lula, mas no caso do mensalão, fora as diatribes sinistras contra intelectuais do PT proferidas por uma certa revista, ela [a imprensa] acertou mais do que errou – é propriamente lamentável e mostra a total desorientação da parte  da intelectualidade petista”. [ (a) Ruy Fausto, professor emérito de filosofia da USP, em entrevista à Folha de S. Paulo, 26/8/2007, pág. A-12]

A desorientação não é apenas da intelectualidade do PT, é de alguns dirigentes do PT aos quais o presidente confia tanto. Este delírio antimídia um dia será cobrado dos intelectuais do PT, dos dirigentes do PT e do presidente que o PT emplacou duas vezes, uma delas graças justamente ao discurso antimídia.

No mesmo pronunciamento de 24/8 (terceiro dia do julgamento dos “40 do mensalão” pelo Supremo Tribunal Federal), Lula produziu esta pérola: “A imprensa pensa ter o dom da verdade”. Não poderia imaginar que alguns dias depois a suprema corte confirmaria em grande parte tudo o que a imprensa publicou a respeito do escândalo.

A imprensa não pensa que tem o dom da verdade, ela somente busca a verdade. Quem parece detestá-la é o presidente Lula”.

O semeador de alegria

Vai ser no dia 5, coisa das 18 horas, na livraria Siciliano,do Miduei, o lançamento do livro do poeta Dioógens da Cunha Lima, “O Semeador de Alegria”. É uma biografia de Dom Nivaldo Monte que sai com o selo do Sebo Vermelho. O livro é prefaciado por Murilo Melo filho e tem orelhas escritas por Valério Mesquita.

Tribunal do Trabalho

Eis uma boa notícia: a inclusão do nome da juíza Maria do Perpétuo Socorro Wanderley, norte-rio-grandense da melhor cepa, na lista quíntupla para promoção ao Tribunal Superior do Trabalho. São três vagas criadas após a extição do juiz classista.

A doutora Maria Perpétua é a única nordestina da lista e o Estado todo torce por ela.

As manchetes federais

O mensalão permanece nas manchetes dos principais jornais e continua repercutindo, também, na imprensa estrangeira, depois do julgamento do Supremo. Numa dessas manchetes, a da Folha de S. Paulo, as declarações supreendentes do ministro Ricardo Lewandowski: “Supremo votou com a faca no pescoço, afirma Lewandowski”

Essa entrevista do ministro, publicada na Folha, é uma verdadeira bomba. Uma repórter ouviu, tim-tim-por-tim-tim, uma conversa pelo telefone do ministro, num resturante de Brasília. Saiu inteira no jornal.

No final da tarde, um outro ministro do Supremo, o Ayres Brito, dizia: “Está para nascer alguém que coloque uma faca no meu pescoço para decidir.”

Cabra bom da peste.

Poeta oficial

O poeta Sanderson Negreiros foi agraciado com comenda da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho Djalma Marinho, criado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, no grau de Oficial.

A comenda será entregue em solenidade marcada para o dia 21 de setembro.

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