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A verdade foi dar uma voltinha?

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Aprendemos nos bancos escolares, na disciplina  que trata de Raciocínio Lógico, a denominada Tabela Verdade, em que, a partir de certas proposições apresentadas sentenciamos se “verdadeira” ou “falsa”.
Assim, matematicamente, podemos ter como resposta um argumento “conciliatório” que traga uma resposta (clareza) entre duas proposições aparentemente contraditórias.
Já na vida não científica a “verdade” e a “não verdade”, a cada dia que passa e, de modo especial, nos tempos atuais, parece que firmaram um pacto para não mostrarem claramente suas definidas posições, promovendo assim a balbúrdia que experimentamos no ‘disse me disse’ diário. 
Não sabemos mais em quem firmar a convicção de que o que é dito e o que é mostrado. Falta aquela sensação de confiança. Confiança essa que possa dar a cada um de nós a razoabilidade em nossas  reflexões e tomadas de posições, se assim pretendemos. 
Todos sabem a “verdade” e, esse mesmo todo sabe a “mentira” que permeiam em nosso meio, convulsionando o progresso, o desenvolvimento, o aprendizado e as boas relações humanas. 
As gerações sessentonas se escandalizam e, ao mesmo tempo, vão se adaptando ao jogo, sem no entanto entenderem a regra desse jogo, já que esta deixou de ser a regra geral ou a regra do bom senso para ser a regra de quem se encarrega de mover as peças a seu bel prazer.
A geração atual segue qualquer vagar sem olhar para os arremedos das histórias passadas e, muito menos, para os acontecimentos contemporâneos dos povos aqui e alhures. Jovens perdidos no emaranhado das informações trocadas entre si e por meio das redes de contatos, onde o que vale é o “encaminhar”, sem examinar o seu conteúdo e muito menos se importar sobre o que está lendo e o que tirar de “lição” para o seu discernimento.
A fonte, a comprovação, a análise do que se diz não interessa. Tudo é “verdade” e tudo é “mentira” conforme o interesse, o contexto em que se insere, o caminho que adotou, sem ao menos fazer aquela indagação que abre a mente: Por que?
Sem esse tempo para ponderar, passa a adotar como certas e indiscutíveis  suas “certezas” e ai de quem questionar. Se isso acontece o outro é taxado de reacionário, criando divisões ideológicas e quiçá radicalismos.
“Juro perante Deus que hei de dizer toda a verdade e só a verdade”, é condição necessária para prestação de juramento dada a importância moral de ser fiel à verdade.
Será que a verdade foi dar uma voltinha?
O pensador Ânjelo da Costa sempre que me encontra lança o desafio para que eu escreva algo sobre  a verdade. Tenho adiado sua sugestão com uma pergunta: Qual verdade? No entanto seu estímulo tem aguçado a minha mente toda vez que alguém desfralda a bandeira da sua “verdade”, para num giro de trezentos e sessenta graus, cotejar com o conceito de “verdade” que assimilei durante o aprendizado e exemplos contemplados em minha vivência.
Concluo, sem esgotar a beleza da discussão, que existe um abismo entre o que cada um considera que seja a “sua verdade”. Distinguir entre “a verdade nua e crua” e “a verdade de cada um” pressupõe que a primeira seja ‘única’, enquanto que a outra, carregada da influência dos valores pessoais,  transforma-se conforme o interesse a que ela se propõe.
“Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6) guarda, para muitos, como unanimidade, que somente através do ensinamento do amor a Deus e ao próximo é que ‘a verdade’ mostra a sua face.
Portanto, respeite o próximo e a verdade sorrirá.
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