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A viagem da Botija

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Maria Betânia Monteiro – repórter

Um sonho que se esconde no cotidiano. Uma moça apaixonada, que salva um rapaz das águas e fará de tudo para ficar com ele – até mesmo desafiar a ira do pai, feiticeiro temido nos sertões de Pernambuco. Um jovem que viaja para outro país, enfrenta soldados e prisões, e conquista sua amada com a ajuda de um incrível pavão misterioso. A história contada é uma das contidas no livro “A Botija”, da escritora paraibana radicada em Natal, Clotilde Tavares. O livro foi um das duzentas e cinqüenta obras selecionadas pelo Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) 2010, que adquire e distribui os livros para as bibliotecas das escolas públicas em todo o país. “Como escritora, fico feliz de que um trabalho meu alcance distribuição nacional, com essa distribuição pelo PNBE nas escolas de todo o Brasil. Afinal, o maior desejo do escritor é ser lido”, disse Clotilde Tavares.

romance de Clotilde Tavares é uma das obras selecionadas pelo Programa Nacional Biblioteca da EscolaMergulhando fundo nas tradições orais de nosso país, A Botija – que recebeu o prêmio literário Câmara Cascudo da Prefeitura de Natal é um livro que encanta adultos e crianças e, se lê como uma espécie de Mil e uma noites do folclore brasileiro. Três histórias se entrelaçam para compor o enredo.

A primeira delas conta a aventura de Pedro Firmo, homem simples e solitário que vive numa fazenda no interior de Minas Gerais e há anos sonha, todas as noites, o mesmo sonho – enterrada no chão de uma casa no Recife, uma botija cheia de moedas de ouro estaria à sua espera. Um dia, finalmente, ele resolve descobrir se o sonho esconde uma parcela de verdade – e se põe a caminho.

 Durante a viagem, ouvirá fascinado duas narrativas que estão profundamente enraizadas no imaginário brasileiro e que têm, ao mesmo tempo, alcance universal. A história de Eulália, seu pai feiticeiro e seu noivo desmemoriado e a fábula de “O pavão misterioso”, talvez o mais célebre romance de cordel nordestino, agora recontado em prosa por Clotilde Tavares.

Em seu blog (umaseoutras.com.br), Clotilde revela que seu pai contava a história de um homem que vivia numa fazenda em Minas Gerais e sonhava com uma botija enterrada em uma casa na rua da Imperatriz, no Recife, cidade à qual ele jamais tinha ido. Um dia, esse homem resolveu sair de onde morava e empreender a busca do tesouro. Foram muitas peripécias e um final inusitado, e essa história lhe impressionou tanto, ecoou tanto dentro da sua cabeça durante tanto tempo que resolveu contá-la em livro. Ela misturou com outras histórias também da sua infância e daí resultou o livro, “A Botija”.

Editado pela Editora 34, em 2006, o livro é muito bem aceito e está sendo adotado como leitura obrigatória do vestibular de 2011 da Universidade Federal de Campina Grande. “Como escritora, não me considero pertencente à Paraíba, ao RN ou ao Nordeste. Escrevo minhas histórias para pessoas, que estão em todo lugar do país, e fora dele também”, disse.

Para Clotilde Tavares, o livro é “Um tesouro de histórias, arrancado do profundo solo da minha infância: é esta botija, brilhando como ouro nas noites da imaginação”.

Programa Nacional Biblioteca da Escola

O apoio à atualização e ao desenvolvimento profissional do professor são os principais objetivos do PNBE. Por meio da distribuição de acervos de obras de literatura, de pesquisa e de referência e outros materiais relativos ao currículo nas áreas de conhecimento da educação básica, o Ministério da Educação apoia o cidadão no exercício da reflexão, da criatividade e da crítica.

Desde que foi criado, em 1997, o programa vem se modificando e se adequando à realidade e às necessidades educacionais. Sob a gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação – FNDE tem recursos financeiros originários do Orçamento Geral da União.

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