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A viagem da ministra

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José Ferreira de Melo Neto
Diretor Superintendente do Sebrae RN
A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, viajou a semana passada para o Extremo Oriente – Japão, China, Vietnã e Indonésia, com uma pauta de interesse do grande agronegócio brasileiro: soja, café, carne bovina, suína e de frango e outras commodities de peso. Mas, levou também, uma minuta de termo de cooperação sobre melão que pode mudar a nossa posição atual e influenciar fortemente a nossa economia, via exportação.
O Rio Grande do Norte começou a produzir e exportar melão na década de 80 através de grandes desbravadores empreendedores como José Nilson de Sá (MAISA), Tarcísio Maia (Fazenda São João), Manoel Barreto (Frunorte) e outros que começaram com a cajucultura em Mossoró. A produção diversificou-se, entraram novos produtores e ampliou-se a área que, hoje, vai do Vale do Jaguaribe, no Ceará até a Chapada do Apodi, no Rio Grande do Norte.
Uma área com cerca de 20 mil hectares, produzindo e exportando pouco menos de 150 milhões de dólares de melões frescos, onde trabalham cerca de 25 mil pessoas. A produção concentra-se em duas grandes empresas – Agrícola Famosa e Itaueira, e mais uma dezena de médios produtores. Além de uma centena de pequenos que produzem para o mercado interno. O melão é vendido, quase 100%, para a Europa: Espanha, Reino Unido, Itália e Países Baixos.
O RN tem um peso inexpressivo na balança comercial brasileira: 0,10% da pauta de exportações. No entanto, a fruticultura (melão, manga, melancia, mamões, castanha de caju,etc) representa 47% e o melão, sozinho, 26% da pauta potiguar, o que justifica amplamente, um esforço conjunto de prospecção e abertura de novos mercados. 
É nesse contexto, que ressalto a importância da viagem da ministra, que nos visitou em fevereiro último, e se animou com a possibilidade de abrirmos os mercados do Japão e China.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados – ABRAFRUTAS, Luiz Roberto Barcelos, a exportação de melão pode crescer muito, caso os países asiáticos visitados fechem negócio. Luiz Roberto, que participa da missão governamental, assinala que, se durante o inverno conseguirmos absorver 10% dos 400 mil hectares plantados na China, ou seja, 40 mil hectares, triplicaríamos a atual área cultivada brasileira de melão de 20 mil para 60 mil hectares. 
Os produtores miram essas chances de ampliar as suas exportações e a diversificação do mercado. Novas divisas, com rebate em toda a cadeia de fornecimento de bens e serviços. A geração de novos empregos e a injeção de recursos que certamente irrigarão a economia local. Estamos falando em 400 milhões de dólares anuais a se alcançar nas exportações de melão e 40 mil novos postos de trabalho.
Há 5 anos o governo brasileiro trabalha na viabilização do acordo comercial, mitigando barreiras técnicas e negociando as medidas de compensação e contrapartidas exigidas pelos países.
Torçamos pois, para que o termo de cooperação saia da pasta da ministra, vire realidade na mesa dos chineses e descortine um novo ciclo de crescimento para o setor, impulsionando a tão sofrida economia potiguar. 
Com a efetiva participação dos pequenos e médios produtores do nosso semiárido.
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