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A viagem de descoberta de Toy Story

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Em 2010, “Toy Story 3” levou o público às lágrimas com o glorioso adeus da saga. O longa conseguiu ser superior aos filmes anteriores, se tornando um estrondoso sucesso de crítica e bilheteria, inclusive conquistando dois Oscars dos cinco que estava concorrendo. Mas o que parecia ser o fim ganhou uma nova história – normal nesta época desenfreada de continuações no cinema. A partir desta quinta-feira (20), chega aos cinemas de todo o Brasil “Toy Story 4”, trazendo Woody e Buzz Lightyear de volta, apresentando novos personagens e abandonando os brinquedos mais antigos.

Novo filme do Toy Story estreia hoje nos cinemas


Novo filme do ‘Toy Story’ estreia hoje nos cinemas

No filme,  Woody, Buzz Lightyear e companhia estão com a nova dona, a pequena Bonnie, a garotinha que herdou os brinquedos de Andy quando ele foi para a faculdade. Acontece que Bonnie constrói na escola uma novo brinquedo a partir de um talher: Garfinho, que se torna o seu brinquedo favorito. Entretanto por não ser exatamente um brinquedo, o personagem sustenta uma ingenuidade (e uma crise existencial) que rende os momentos mais engraçados do filme – mas também a reflexão mais contínua da obra.

Segundo o diretor Josh Cooley – que estreia na direção de um longa depois de ter atuado como roteirista em “Divertidamente” – a ideia do personagem surgiu de discussões na sala de criação quando eles imaginavam o que significava ser um brinquedo de fato. “Falamos sobre como as crianças, às vezes, quando ganham um presente brincam mais com a caixa do que com o objeto em si. Será que a caixa está viva? O que dá vida a um brinquedo? Essa questão nunca apareceu em nenhum dos filmes de Toy Story antes. A ideia foi crescendo e se tornou esse personagem, o Garfinho, que não sabe quais são as regras ou como o mundo funciona”, diz o diretor.

O filme também traz de volta Betty, a boneca de porcelana que tem papel secundário nos dois primeiros filmes da série, mas que não apareceu no terceiro. Na busca por um perdido Garfinho, Woody a encontra “na rua” – ela deixou a vida de brinquedo caseiro para se aventurar no mundo, e essa nova perspectiva pega o caubói de surpresa.

Novos fãs
O diretor Josh Cooley  está ciente de que a audiência de “Toy Story” provavelmente cresceu – o primeiro Toy Story é de 1995. “Há aspectos da história com os quais uma audiência mais velha vai se identificar”, promete. “Os brinquedos sempre tiveram uma atitude paterna em relação às crianças, tanto que o terceiro filme é sobre sair de casa, ir para a faculdade. Agora, Woody está numa situação completamente nova, numa nova casa, novos companheiros. É uma situação de ‘ninho vazio’. O que ele faz agora? Isso é algo que conversamos. Um dos nossos roteiristas passou por isso recentemente, e tem várias falas de Woody em que é perceptível a voz de alguém que sente falta dos seus filhos. É de partir o coração.”

A nova produção é a mais ambiciosa da franquia. Parte da ação se desenvolve dentro de uma loja de antiguidades: foram mais de 10 mil itens gráficos colocados um por um no set virtual (e Cooley garante que todas as cenas que se passam ali têm um “easter egg”, referências visuais a outros filmes da história do cinema). Um parque de diversões é outro ambiente do filme, bem como o interior de uma máquina de pinball. O diretor explica que Toy Story 4 foi filmado com um aspect ratio (proporção de tela) maior do que o comumente usado em animações. “Woody vai para um mundo maior, fora do quarto. Foi uma escolha artística. O nível de detalhe é insano”.

O brasileiro e o garfinho
Personagem chave deste novo filme, o Garfinho foi desenvolvido com um brasileiro na equipe. Trata-se do animador Claudio Oliveira. Ele nasceu em São Paulo, mas vive nos Estados Unidos desde 2003. Já foi office boy, técnico de telefonia, professor de dança, comissário de voo, no entando, depois de estudar animação, conseguiu um emprego na Pixar em 2013.

Perguntado sobre como funciona a divisão de trabalho no filme, Cláudio afirma que atualmente o modelo é diferente. “Antigamente, você ficava com um personagem. Mas hoje em dia se trabalha mais com cenas. No Toy Story 4 fiquei a maior parte do tempo com o Garfinho. Era o que eu queria”, diz o animador, que define seu trabalho como o de um “titereiro digital”: “Sou um ‘digital pupeteer’. Como é essa palavra? Titereiro digital. Não manipulo as cordas de um boneco, mas sim as ferramentas digitais para ele se mover ali. O computador ajuda muito, mas eu uso a minha mão para animar os personagens”.
Números
1995 – ‘Toy Story’ é o primeiro longa-metragem de animação totalmente criado por computação gráfica. É o primeiro longa-metragem da Pixar

1999 – ‘Toy Story 2’, a maior bilheteria do ano, é primeiro filme a ser inteiramente criado, masterizado e exibido digitalmente

2010 – ‘Toy Story 3’ leva dois Oscars (animação e canção), e foi o segundo filme do estúdio a ser indicado para a categoria principal do prêmio

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