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A volta do complexo de vira-latas

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Itamar Ciríaco – Editor de Esportes

Aqui mesmo no jornal já escrevi, em outra oportunidade sobre o complexo de vira-latas. Essa maldita pecha descrita pelo escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues para explicar a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo.

A cada quatro anos ressurge esse sentimento avassalador nas pessoas. Basta um brasileiro deixar de ganhar uma medalha para que um comentário nada filosófico e depreciativo em relação ao próprio País seja dito.

Esquecem as pessoas que uma potência olímpica não se faz do dia para noite. Esquecem as pessoas que para se tornar potência no esporte é preciso muito mais que um bom desempenho na economia e os resultados em Londres 2012 comprovam ainda mais isso. Esquecem as pessoas que um projeto olímpico não se resume a oito anos de trabalho e que os resultados surgem apenas após três ou quatro ciclos olímpicos (12 a 16 anos).

Londres reforça ao povo brasileiro não que somos fracassados, mas que o esporte precisa de um projeto de acompanhamento de longo prazo. Vejam que apesar da longa crise pela qual passa os Estados Unidos, por exemplo, as medalhas de ouro continuam enfeitando os pescoços dos norte-americanos. Lá o esporte é um dos pilares da sociedade, por isso não rui rápido como o que pode acontecer com a economia, sempre construída em pilares nada sólidos, sustentada em especuladores e capitalistas sem escrúpulos.

Eles sabem que a economia vai e vem, mas os valores precisam ser mantidos. Valores que só podem ser conservados com a boa educação. E lá, diferentemente daqui, o esporte e a educação caminham de braços dados.

Aqui, apesar da nossa pujança econômica atual, ainda somos reféns de puxa-sacos, politiqueiros e oportunistas de plantão comandando o futuro do nosso esporte. Somos dependentes de governos que não enxergam a parceria educação-esporte como garantia de um futuro melhor intelectual e fisicamente falando, pois esporte também é saúde.

Então, amigos, ao vermos um atleta nosso chorar por não alcançar o pódio, troquemos as piadinhas infames contra os lutadores, nadadores, jogadores, etc, por um olhar de revolta contra aqueles que esquecem de zelar pelo esporte, aqueles que, com o poder nas mãos, destinam recursos ínfimos para o apoio aos atletas, ou nomeiam incompetentes para gerir as modalidades.

Olhemos com revolta também para os nossos próprios umbigos, afinal na hora de escolhermos os responsáveis pela administração dos nossos recursos não somos capazes de avaliar projetos, planos, honestidade e capacidade e ficamos, na maioria das vezes, reféns da superficialidade e dos próprios interesses pessoais.

GORDINHOS

A torcida brasileira vibrou com o bronze conquistado pelo judoca Rafael “Baby” Silva na categoria Peso-Pesado e se emocionou ao ver o atleta completar o pódio no terceiro lugar. Longe do local que sediou a prova em Londres, o ex-jogador Ronaldo acompanhou pela televisão a vitória do lutador e afirmou por meio de seu Twitter que se identificou com o medalhista olímpico. “Não sei por que, mas me identifico com o Rafael Baby!!!!! #boamuleque”, postou o ex-jogador em sua página na rede social. Ao notar os 155kg e 2,03m do brasileiro, um internauta interagiu com Ronaldo e disse saber perfeitamente o motivo que gerou a comparação com o judoca. “É porque ele é um pouco fortinho!!!”, publicou @edsoncosta2010. Em resposta o ex-atacante riu e disse que não entendeu a piada do seu seguidor.

ARBITRAGEM

A brasileira Andressa Oliveira não conseguiu a classificação à final do lançamento de disco dos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Ela queimou duas de suas três tentativas e alcançou 60,94m como melhor marca, ficando apenas na 16ª colocação geral. A atleta paraibana reclamou da arbitragem das Olimpíadas em sua segunda tentativa de lançar o disco. Andressa alega não ter sido chamada para a área de competição quando o cronômetro começou a rodar e, por isso, não conseguiu concluir seu lançamento a tempo, o que caracteriza a queima.

CURIOSIDADE

Tóquio recebeu os primeiros Jogos Olímpicos do continente asiático. Grandes investimentos foram feitos para a construção de ginásios e complexos esportivos, além de melhorias no transporte público da cidade. Foi lá que o judô e o vôlei (primeiro esporte coletivo disputado por mulheres) passaram a fazer parte dos Jogos. A capital do Japão foi palco de feitos memoráveis. Abebe Bikila, da Etiópia, ganhou a maratona e tornou-se o primeiro a vencer os 42.195km em duas edições consecutivas. Detalhe: a façanha ocorreu menos de seis semanas após ter removido o apêndice.

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